Me desculpem os pais, mas hoje a mensagem é para as mamães!
Por acaso, você já ouviu de algum amigo, amiga, tio, tia, irmão, irmã, mãe ou sogra algo do tipo: “Nossa, mas você não consegue amamentar?!?”; ou “Na minha época, eu tinha leite para dar e vender. Amamentava e dava até para a vizinha dar para o filho dela!”; ou “Parece que seu leite é fraco, não sustenta…”; ou “Nossa, como seu bebê chora.Você não sabe o que ele tem????”; ou “Dá ele aqui!”- e tomam seu bebê do colo e vão inventar mil e uma artimanhas, de chá à benzedeira, pra fazer ele parar de chorar…
Pois bem, não se incomodem. Tudo isso é feito com a melhor das intenções.
E não!!! Você NÃO é a pior mãe do MUNDO!!!!
Como sempre costumo dizer na visita na Maternidade ou na primeira consulta, o governo dispõe de belos cartazes…
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Que incentivam as mães a amamentarem seus filhos!
Mas, não, DEFINITIVAMENTE, não é e não será fácil…
E além de todas as dificuldades intrínsecas e naturais, vocês têm que ouvir TODOS os conselhos do mundo.
Mas CALMA!!!
Pensando nisso e nesse universo, a Netflix lançou uma série chamada “Turma do Peito” (The Let Down)- produzida pela ABC da Austrália, a qual mostra a protagonista Audrey, mãe de primeira viagem de uma menina de dois meses, passando por todas desventuras que a maternidade e o puerpério podem produzir e buscando apoio num grupo de suporte de pais.
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A primeira temporada possui sete episódios e trabalha diversos temas que são pouco abordados em relação à maternidade, principalmente os que abrangem o quanto a sociedade pode negligenciar um tratamento respeitoso com as mulheres.
Além disso, a série mostra como a vida da nova mãe se altera após o nascimento do filho, como é abandonar a antiga vida e lidar com os novos desafios e realidades, além dos julgamentos e conselhos dos outros.
Ela mescla bem, momentos de humor e drama, dando um clima leve e de curiosidade para quem assiste.
Ótimo não só para as mães, mas para os pais, filhos, avós, avôs, sogras…
Fica aqui a dica para o feriado.
Espero que curtam!
Dr. Vinícius F.Z. Gonçalves- Pediatra e Neonatologista
No dia 23 de abril começou a Campanha Nacional de Vacinação contra o Influenza, uma ação do Ministério da Saúde para reduzir o impacto da doença. O dia 12 de maio foi o “DIA D” quando ocorreu a mobilização nacional contra a gripe, estavam abertos 65 mil postos de vacinação, sendo 37 mil de rotina e 28 mil volantes, com envolvimento de 240 mil pessoas.
Vamos aqui, naquele nosso bate-bola, tentar responder grande parte das dúvidas sobre a doença e sobre a vacinação.
1. O que é gripe?
A Influenza é também conhecida como Gripe, é uma infecção do sistema respiratório cuja principal complicação são as pneumonias, responsáveis por um grande número de internações hospitalares no país.
2. Quais são os sintomas?
Inicia-se em geral com febre alta- que costuma durar 3 dias, seguida de dor muscular, dor de garganta, dor de cabeça, coriza e tosse seca. Os sintomas respiratórios, como tosse, tornam-se mais evidentes com a progressão da doença e mantêm-se em geral de três a cinco dias após o desaparecimento da febre, podendo ser confundida com o resfriado.
3. Quer dizer que gripe e resfriado não são a mesma coisa?
Não! O resfriado também é uma doença respiratória, mas é causado por vírus diferentes. Os vírus mais comuns associados ao resfriado são os rinovírus, os vírus parainfluenza e o vírus sincicial respiratório (VSR), que geralmente acometem as crianças.
Os sintomas do resfriado, apesar de parecidos com os da gripe, são mais brandos e duram menos tempo. Os sintomas incluem tosse, congestão nasal, coriza, dor no corpo e dor de garganta leve. A ocorrência de febre é menos comum e, quando presente, é em temperaturas baixas.
4. O que causa a gripe então?
É o vírus Influenza. Existem 3 tipos de vírus influenza: A, B e C. O vírus influenza C causa, apenas, infecções respiratórias brandas, e não está relacionado com epidemias.
Os vírus influenza A e B são responsáveis por epidemias, sendo o vírus influenza A responsável pelas grandes pandemias. Dentre os subtipos de vírus influenza A, os subtipos A(H1N1) e A(H3N2) circulam atualmente em humanos.
5. Como posso pegar a gripe?
Ela pode ser transmitida de forma direta por meio das secreções das vias respiratórias de uma pessoa contaminada ao espirrar, ao tossir ou ao falar, ou por meio indireto pelas mãos, que após contato com superfícies recentemente contaminadas por secreções respiratórias de um indivíduo infectado, podem carrear o vírus diretamente para a boca, nariz e olhos.
6. Como posso me tratar caso pegue gripe?
Pessoas com gripe devem beber bastante água e descansar. A maioria das pessoas se recuperará dentro de uma semana. Os medicamentos antivirais para a gripe podem reduzir complicações e óbitos graves.
Estes são especialmente importantes para grupos de alto risco. Idealmente, essas drogas precisam ser administradas precocemente (dentro de 48 horas após o início dos sintomas).
7.Por quanto tempo posso transmitir a doença, caso pegue?
Indivíduos adultos infectados podem transmitir o vírus entre 24 e 48 horas antes do início de sintomas, porém em quantidades mais baixas do que durante o período sintomático.
Nesse período, o pico da excreção viral ocorre principalmente entre as primeiras 24 até 72 horas do início da doença, e declina até aos níveis não detectáveis por volta do 5º dia, após o início dos sintomas.
As crianças, quando comparadas aos adultos, também excretam vírus mais precocemente, com maior carga viral e por períodos longos.
8. Como se prevenir da Influenza?
Para redução do risco de adquirir ou transmitir doenças respiratórias, especialmente as de grande infectividade, como vírus Influenza, orienta-se que sejam adotadas medidas gerais de prevenção, chamadas de “etiqueta respiratória”, tais como:
Frequente lavagem e higienização das mãos, principalmente antes de consumir algum alimento
Utilizar lenço descartável para higiene nasal
Cobrir nariz e boca quando espirrar ou tossir
Evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca
Higienizar as mãos após tossir ou espirrar
Não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas
Manter os ambientes bem ventilados
Evitar contato próximo a pessoas que apresentem sinais ou sintomas de gripe
9.Qual a vacina ofertada no SUS?
A vacina influenza ofertada no SUS é trivalente e protege contra os tipos de vírus influenza A (H1N1)pdm09, A (H3N2) e influenza B Yamagata, que são os vírus de maior importância epidemiológica, de acordo com a própria OMS.
10. E a vacina das clínicas privadas? O que tem de diferente?
Ela costuma ser uma vacina tetravalente, ou seja, além de proteger contra os três tipos de vírus citados acima possui proteção contra um outro tipo do vírus influenza B, o Victoria.
11. Qual o público alvo da Campanha Nacional de Vacinação contra Influenza?
Crianças de 6 meses a 5 anos
Pessoas com mais de 60 anos
Gestantes
Mulheres que deram à luz nos últimos 45 dias
Profissionais da saúde
Professores da rede pública e particular
População indígena
Portadores de doenças crônicas, como diabetes, asma e artrite reumatoide
Indivíduos imunossuprimidos, como pacientes com câncer que fazem quimioterapia e radioterapia
Portadores de trissomias, como as síndrome de Down e de Klinefelter
Pessoas privadas de liberdade
Adolescentes internados em instituições socioeducativas, como a Fundação Casa
12.Por que a campanha de vacinação é realizada anualmente e, geralmente, nos meses de abril e maio?
A circulação do vírus influenzaocorre durante todo o ano, mas é mais frequente no outono e no inverno, quando as temperaturas caem, principalmente no Sul e Sudeste do Brasil.
A vacina é capaz de promover imunidade durante o período de maior circulação dos vírus influenzareduzindo o agravamento da doença. No geral, a detecção de anticorpos protetores se dá entre 2 a 3 semanas após a vacinação e, em média, confere proteção de 6 a 12 meses, sendo que o pico máximo de anticorpos ocorre após 4 a 6 semanas da vacinação.
Por esse motivo, a vacinação é anual e busca proteger a população alvo da campanha contra as cepas que mais circularam no hemisfério sul, no ano anterior.
Por hoje é só!
Ficamos aqui com mais um tema.
Caso hajam dúvidas ou sugestões, é só deixar no tópico abaixo.
Até a próxima!!!
Dr. Vinícius F.Z. Gonçalves- Pediatra e Neonatologista
A ultrassonografia passou a ser parte integrante da propedêutica pré-natal, sendo um exame de extrema importância no arsenal propedêutico da gestação.
A ultrassonografia bidimensional é empregada na avaliação morfológica fetal, na datação da gestação, no seguimento para acompanhamento do desenvolvimento ponderal fetal, na avaliação da restrição de crescimento do fetal, na avaliação da vitalidade fetal com a utilização da Doppler velocimetria.
O exame deve ser realizado em datas específicas da gestação, para obtenção dos melhores parâmetros para avaliação da gestação; assim o morfológico de primeiro trimestre deve ser realizado entre 11 e 13 6/7 semanas, para avaliação da translucência nucal, ducto venoso, osso nasal, para rastreamento das cromossomopatias e cardiopatias no primeiro trimestre, assim como malformações estruturais demonstráveis neste período da gestação.
O exame morfológico de segundo trimestre deve ser realizado entre 20 e 24 semanas, para avaliações de malformações estruturais que aparecem em idade mais avançada da gestação tais como malformações do sistema nervoso central, aparelho digestivo, urinário, cardiovascular, esquelético…
Já a Doppler velocimetria é empregada nas gestações com desvio de crescimento fetal, nas gestações com patologias materna que interferem no desenvolvimento fetal tais como diabetes, hipertensão, doenças reumáticas, infecciosas, etc. Avalia a circulação materna com a insonação das artérias uterinas e fetal com avaliação da artéria umbilical e cerebral média.
E o ultrassom 3D e 4D?
A ultrassonografia 3D e 4D observa o bebê em imagens tridimensionais. A diferença é que na imagem 3D temos uma avaliação estática da imagem tridimensional e no exame 4D as imagens são dinâmicas em tempo real, podendo ser observado a movimentação fetal como a movimentação de membros, do abrir e fechar da boca, das caretas e mimicas realizadas pelo feto.
O exame tridimensional tem melhor resolução quando realizado entre 25 e 32 semanas de gestação, pois necessita de uma boa quantidade de líquido amniótico para que possamos obter melhores imagens, assim como da posição fetal, do panículo adiposo materno, da movimentação fetal.
Assim recomendamos que a mãe se alimente 30 minutos antes do exame para que o bebê se movimente, pois se o mesmo estiver em uma posição ruim pode-se obter uma imagem não satisfatória.
Importante!!! Os exames 3D e 4D não substituem os exames morfológicos, sendo estes os exames padrão ouro para avaliação da morfologia fetal.
Espero ter elucidado parte das dúvidas que nossos leitores possam ter.
Nos vemos em breve!
Dr. José Francisco Gonçalves Filho– Ginecologista e Obstetra. Fundador da Clínica Gonçalves.
PS.: Na Clínica Gonçalves, os exames são documentados com imagens impressas em papel foto, e gravação em DVD para reprodução em aparelho convencional, podendo o mesmo ser agendado após as 12:00 horas no telefone: (11) 4712-5175. O exame demora cerca de trinta minutos e se o feto não se apresentar em posição satisfatória para obtenção das imagens um segundo exame é agendado. Quando não possível a obtenção de imagens satisfatórias, o relatório do exame bidimensional é emitido.
Olá! O assunto da semana de hoje será a “Cólica do Lactente”, distúrbio que deixa mães e bebês de cabelo em pé.
Vamos entender um pouco mais sobre ele?
1) O que é “Cólica do Lactente”?
Costumo frisar sempre para os pais que a “Cólica do Lactente” é um distúrbio BENIGNO e TEMPORÁRIO que costuma afetar bebês a partir dos 15 dias de vida até os 3 meses de idade.
2) Porque ele acontece?
O motivo é multifatorial, mas costumo destacar 3 grandes causas: os gases e a dificuldade em digerir o leite, a microbiota intestinal em formação e a dismotilidade intestinal. Esse tripé de causas será a base do tratamento das cólicas.
3) Como sei que o meu bebê tem “Cólica do Lactente”? Como faço o diagnóstico?
O diagnóstico é CLÍNICO. Devemos antes excluir outros motivos de choro:
Ou seja, será que o bebê não está com fome, com gases, irritado, com sono, com a fralda cheia, com os dentes em erupção, solto física ou emocionalmente? Antes de dizer que é cólica, devemos excluir isso tudo.
Veja o vídeo a seguir, que mostra um “truque” para tentar acalmar seu bebê, se o caso dele não for de cólica:
Excluídas outras causas de choro, a “Cólica do Lactente” é provável e deve seguir a famosa regra dos 3:
3 horas de choro diários
Por , pelo menos, 3 vezes na semana
Durante 3 semanas
4) Tá certo, meu bebê tem a famigerada “Cólica do Lactente” . Como eu consigo tratá-la?
Insisto em dizer que a “Cólica do Lactente” é um distúrbio BENIGNO e TEMPORÁRIO, visto que, nenhum tratamento é 100% eficaz e que a única coisa que parece findá-lo é justamente o tempo- ou seja, o passar dos 3 meses.
Ainda, que cada criança responde de um jeito diferente e parece “preferir” um tratamento ao outro.
Além do que, costumo dizer que as próprias mães e os pais vão começar a entender melhor o seu bebê após 3 a 4 semanas de vida; diferenciando cada choro para cada exigência dele.
Como havia citado quando falei das causas, o tratamento baseia-se naquele tripé :
Dismotilidade
Parece que até o quarto mês de vida, o bebê; em especial o prematuro, possui um certo grau de dismotilidade intestinal.
O que isso quer dizer? Parece que ele não sabe conduzir bem seus gases e fezes num único sentido; sendo assim, eles ficam indo e voltando, de lá para cá, o que pode gerar tanto a cólica quanto um certo grau de refluxo gastroesofágico.
Sendo assim, uma coisa fácil e barata que pode ajudar nas cólicas são as massagens e o aquecimento da barriga do bebê.
E não, você não precisa ser massoterapeuta ou especialista em Shantala!!! Segue um vídeo e um link ensinando técnicas básicas de massagens:
O aquecimento pode ser feito com compressas mornas, bolsas de água quente (existem algumas no mercado com cheirinho de ervas e que acalmam o bebê), banho morno ou ofurô.
Gases e dificuldade em digerir o leite
O leite não é um alimento de fácil digestão, definitivamente. As fórmulas, ainda mais que o leite materno.
Além disso, o bebê parece apresentar um certo grau de intolerância ao leite, como se as enzimas necessárias para sua digestão ainda não estivessem totalmente formadas ou efetivas.
Desta forma, pode ocorrer a digestão incompleta/ fermentação do leite, gerando a formação de gases e desconforto.
Já existem formulações com enzimas que ajudam na digestão do leite e medicamentos para ajudar na eliminação dos gases, além das massagens explicadas acima.
Microbiota Intestinal
O bebê nasce com o intestino sem nenhuma Flora ou Microbiota intestinal e ele começa a ser colonizado a partir do momento que nasce.
A nossa Flora ajuda na digestão do alimento e é indispensável para o bebê.
Sendo assim, muitos bebês apresentam cólica por não conseguirem digerir o leite completamente, parecido com o que foi explicado acima.
Já temos também medicações que ajudam na formação desta Microbiota e que podem ajudar a combater a cólica, reduzindo o tempo do choro – em especial, as crianças que recebem seio materno exclusivo.
5) E os chás e a Funcho-chicoria? Minha Vó usava e dizia que era muito bom!
Pois é, nem tudo que usávamos e fazíamos antes, nós usamos e fazemos hoje- que bom!!!
Como preconizado pela Sociedade Brasileira de Pediatria, a criança deve receber exclusivamente Leite Materno ou Fórmula Láctea específica até os 6 meses de vida.
Os chás podem fazer com que a criança diminua a quantidade de leite ingerido e assim, perca peso. Além do que, não devemos dar açúcares ou adoçantes para crianças, nesta idade.
A Funcho-chicoria (extrato de erva-doce e chicoria) foi retirada do mercado em 2012 pela ANVISA. E apesar de ser um medicamento fitoterápico, não existem doses seguras recomendadas em bula (nem pelo fabricante).
Ela vem em pó e muitos pais dissolvem-na no leite ou na água (o que pode resultar no mesmo problema do chá) e ofertam para as crianças.
Outros, molham a chupeta no pó e ofertam para os bebês, o que pode acarretar em microaspirações, pneumonias aspirativas e problemas respiratórios futuros.
Infelizmente, a empresa que produz a funcho-chicoria conseguiu vencer a liminar que retirou a medicação das prateleiras e hoje vemos ela sendo vendida, sem bula e sem nada, em todas as farmácias…
Eu formalmente CONTRA-INDICO o seu uso.
Por outro lado, temos outros extratos de plantas , que também contém a funcho-chicoria, que são aprovados pela FDA (órgão americano que fiscaliza alimentos e medicações) e que são vendidos pela internet. Contém a inconveniência do preço e da necessidade de importação.
6) E a alimentação da mãe, pode causar e/ou piorar a cólica?
A resposta é…. SIM!
De certa forma, parte daquilo que a mãe ingere pode passar ao leite materno e, assim, para o bebê.
Já temos alguns vilões conhecidos, que são basicamente os mesmos alimentos que causam o refluxo gastroesofágico no adulto: café, chá preto, refrigerantes, energéticos, embutidos e alimentos processados, frituras, molho de tomate, pimenta ou molhos condimentados, chocolate…
Dica básica? É só a mãe comer o mais naturalmente possível e sempre que for sair da dieta, não exagerar nas besteiras.
Ainda assim ,segue uma lista abaixo dos alimentos associados à colica:
7) O que fazer então?
Por fim, como sempre digo, toda doença que possui inúmeros tratamentos é porque nenhum deles é realmente efetivo.
Na minha vivência, observo que cada caso é um caso.
Que cada bebê responde de uma forma aos diversos tratamentos e medicações.
O que vale sempre a pena é os pais tentarem entender se aquele desconforto do bebê é realmente cólica. Se sim, qual parte do tripé deve ser o causador do desconforto? Gases, dismotilidade ou microbiota? E só então tentar tratá-lo.
Meu único e último alento é que a cólica VAI PASSAR! E o seu pediatra sempre estará ao lado para tentar ajudá-los nesta fase.
Hoje vou ficando por aqui.
Uma ótima semana a todos e até a próxima.
Dr. Vinícius F.Z. Gonçalves- Pediatra e Neonatologista
Vamos tecer alguns comentários sobre abortamentos, para tentar dirimir a ansiedade dos casais que passam por esta situação.
O aborto é uma situação muito mais frequente do que se pode imaginar e, na maioria das vezes, está associado à uma patologia fetal com chances mínimas de se repetir em uma gestação futura.
O aborto espontâneo acomete de 15 a 20 % das gestações e pode trazer transtornos de ordem física e psíquica para o casal. Pode ser primário quando acontece na primeira gestação ou secundário quando acontece após gestações anteriores bem sucedidas.
Ele pode ser precoce quando ocorre antes de 12 semanas de gestação ou tardio quando ocorre entre 12 e 22 semanas, com feto com peso inferior a 500 gramas. O aborto precoce habitualmente está associado à patologia fetal, muitas vezes associado a causas gênicas ou cromossômicas, endocrinopatias ou síndrome fosfolípide. Quando ocorre de modo isolado não necessita de investigação.
Já no abortamento tardio, as causas mais comuns são as malformações uterinas, a incompetência istmo cervical e as trombofilias.
O abortamento de repetição ou recorrente (dois ou mais abortos consecutivos) acomete de 0,5 a 2% das gestações. Na ocorrência de abortamentos consecutivos, o casal necessita de investigação para tentar elucidar a sua etiologia.
A investigação necessita de exames para afastar malformações uterinas; causas endócrinas; causas infecciosas como a sífilis, a toxoplasmose, o citomegalovírus, a vaginose bacteriana; trombofilias (doenças relacionadas com a coagulação do sangue) de causas adquiridas ou hereditárias e, mais raramente, a investigação do cariótipo do casal.
Nas mulheres acima de 35 anos, 40% dos óvulos apresentam alterações cromossômicas, sendo que as principais são: alteração nos cromossomos sexuais, cromossomos 13, 18, 21, o que pode acarretar em síndromes tais como Síndrome de Turner, Síndrome de Patau, Síndrome de Edwards e Síndrome de Down, sendo que tais doenças cromossômicas estão associadas à maior incidência de abortamentos e óbitos intrauterino e neonatal.
Portanto, as mulheres com idade acima de 35 anos habitualmente apresentam uma incidência um pouco maior de abortamento, assim como risco maior de complicação durante a gestação com o aumento da incidência de malformações fetais.
A perda de um bebê é uma situação bastante delicada e, quando recorrente, traz mais aflição para o casal.
Porém, mesmo quando a investigação não consegue demonstrar a causa do aborto; o prognóstico é bom, sendo que a chance de se obter uma gestação de termo e viável encontra-se na faixa de 65 a 70%, mesmo após três perdas consecutivas sem causa evidente.
Portanto, tenha em mente que o aborto é geralmente uma ocorrência única. A maioria das mulheres que abortam podem ter uma gravidez saudável posteriormente.
O Outono está chegando!!! Março está chegando!!! Muito cuidado porque a Bronquiolite também está chegando!
Mas afinal, o que é Bronquiolite?
Bem, o que eu gosto de destacar sempre é que Bronquiolite não tem nada a ver com a Bronquite, além do nome parecido e o fato de poder provocar um quadro respiratório importante e grave com reação inflamatória dos pulmões e sibilos.
Enquanto a Bronquite ou a Asma é uma doença respiratória crônica, com um componente genético bem definido, a Bronquiolite é uma infecção respiratória aguda causada por vírus- também chamada de Bronquiolite Viral Aguda (BVA).
Então ela não deixa de ser uma “virose”?
De certa forma sim. A Bronquiolite é mais uma das doenças virais que acometem os pequenos.
O seu grande vilão é o VSR (Vírus Sincicial Respiratório), responsável por cerca de 90% dos casos de BVA. Mas, sabemos que muitos outros vírus também podem causá-la como o Influenza A e B, Parainfluenza 1 e 3, Rinovírus, Coronavírus, Adenovírus….
E porque devo temer tanto o início do Outono e a chegada do mês de Março?
O VSR possui uma característica sazonal, com picos de incidência nos meses de Fevereiro a Julho, nas regiões de clima subtropical como o Estado de São Paulo. Portanto, devemos redobrar os cuidados com os pequenos nesses meses- até o final de Agosto/Setembro.
Quem são as crianças mais acometidas?
A BVA costuma acometer as crianças menores de dois anos, principalmente os menores de 3 meses, prematuros, pacientes com doenças respiratórias crônicas e com cardiopatia congênita.
Os filhos de mães tabagistas, jovens, com baixo nível socioeconômico e aqueles com mais de 2 irmãos ou que frequentam creche têm um risco maior para desenvolver a doença grave.
Como se dá a infecção e como posso tentar evitá-la então?
A infecção se dá pelo contato direto das secreções respiratórias contaminadas. As mãos e objetos contaminados, como brinquedos, podem funcionar como meio de disseminação importantes.
Geralmente, a transmissão se dá por um parente próximo- pais, avós ou irmãozinho- que esteja apresentando um quadro de resfriado atual ou não, mas que esteja incubando o vírus no momento.
Sendo assim, devemos sempre lembrar de lavar as mãos ou utilizar o álcool em gel, antes de manipular um recém-nascido, por qualquer motivo.
Como posso desconfiar que o meu bebê está com Bronquiolite?
O quadro começa como um quadro de resfriado comum, com sintomas inespecíficos como coriza clara, congestão nasal, espirros e febre baixa; os quais costumam durar cerca de 3 dias.
Após as crianças podem apresentar uma piora progressiva com sintomas que incluem a tosse, sibilos e cansaço importante.
Caso apresente algum destes sinais, a criança deve ser avaliada por um médico prontamente.
Qual o tempo de evolução da doença?
Cerca de 7 a 10 dias. Sendo que apenas 2-3% das crianças necessitam de Hospitalização.
Qual o tratamento?
Por se tratar de uma doença viral, o tratamento é de suporte com anti-térmicos, lavagem nasal e inalação com soro fisiológico. Não existe um tratamento específico aprovado ou antibiótico, exceto se houver doença bacteriana associada.
Dependendo da gravidade, é possível tratar a BVA em casa; no entanto, em alguns casos, a criança necessita de internação Hospitalar e até mesmo suporte de UTI, devido ao intenso grau de desconforto respiratório.
E a vacina? Ela existe e funciona?
Até existiu uma vacina de verdade contra o VSR, mas por várias desvantagens ela não tem sido utilizada.
O que temos disponível e em uso é a Pavilizumabe.
Um anticorpo pronto contra o VSR que é dado para crianças, como as prematuras, broncodisplásicas e portadoras de cardiopatia congênita, nos meses de risco aumentado para a infecção.
Ela não confere imunidade permanente, mas reduz em 50% as hospitalizações, o tempo de internação e a necessidade de admissão em UTI.
MEU DEUS!!! Já que não existe um tratamento específico, o que eu posso fazer então para preveni-la?
Como já falado, o básico:
HIGIENE nas mãos antes de manipular os recém-nascidos.
EVITAR o contato do bebê com pessoas com resfriado.
EVITAR o início da creche ou escolinha nessa época e com as crianças mais susceptíveis.
EVITAR levar o bebê a lugares fechados e com muitas pessoas -NÃO SÓ NESSA ÉPOCA DO ANO- como cultos religiosos, supermercados, cinemas, shows e HOSPITAIS!!!
**** NOTA EXTREMAMENTE IMPORTANTE: o pior lugar para se levar um recém-nascido (VEJA, A NÃO SER QUE NÃO HAJA OUTRA ALTERNATIVA E REALMENTE HAJA A NECESSIDADE DE AVALIAÇÃO MÉDICA) é o pronto-socorro, ainda mais neste período citado. O ideal é que a criança seja avaliada por seu Pediatra e caso ele julgue necessário, ela seja atendida em um Pronto-Socorro.
Dr. Vinícius F. Z. Gonçalves- Pediatra e Neonatologista
Hoje faremos um bate-bola rápido com as maiores dúvidas sobre a Febre Amarela, no esquema de perguntas e respostas.
Prontos?!? Vamos lá, então!
a) Como posso contrair a doença?
A doença é causada por um vírus e transmitida pela picada de um mosquito silvestre (o Haemagogus ou o Sabethes). O mosquito transmite a doença após picar um macaco infectado, que é o hospedeiro PRINCIPAL. O homem é um hospedeiro acidental.
b) E o mosquito da Dengue, o Aedes aegipty, onde entra nessa história?
O Aedes é o vetor da doença no Ciclo Urbano, transmitindo a doença entre humanos. A última vez que isso aconteceu no Brasil foi em 1942.
c) Então, se eu não moro em áreas rurais, de matas ou em zonas de risco eu não preciso me preocupar?
Exato!Apenas moradores ou pessoas que irão visitar essas áreas que devem receber a vacina. Para saber se você mora em uma zona de risco acesse: http://www.saude.gov.br/febreamarela.
d) E o macaco? Transmite a doença?
Não! Nem o macaco, nem uma pessoa contaminada podem transmitir a doença diretamente.
e) Se eu pegar a doença o que eu vou sentir?
Como toda infecção por vírus, a famigerada virose! Os sintomas inicias são inespecíficos como febre, dor no corpo, dor muscular, dor de cabeça e vômitos, os quais duram cerca de três dias e cessam. Após 24h, pode ocorrer febre alta, icterícia (pele amarelada), sangramentos, lesão no fígado e até morte.
f) Muitas pessoas morrem após contrair a doença?
Cerca de 15% das pessoas que contraem a doença desenvolvem a forma grave. Destas, 20 a 50% morrem.
g) Existe tratamento?
Não! Como a maioria das doenças virais, não há um tratamento específico. Apenas tratamento de suporte para as possíveis complicações.
h) O que mudou sobre a vacinação?
Atualmente, o governo está usando a dose fracionada da vacina, com um quinto da dose habitual. A sua segurança e proteção são iguais (cerca de 99% de eficácia), mas a pessoa que recebeu a dose fracionada deve ser revacinada em oito anos.
Caso tenha recebido uma dose da vacina habitual (não fracionada), esta vale para toda a vida.
i) E se eu for viajar para algum país do exterior que exige a vacinação?
Você deve tomar a vacina, pelo menos, 10 dias antes da viagem. A Anvisa não concede o Certificado Internacional para quem tomou a dose fracionada.
A dose fracionada vem discriminada na Carteira de Vacinação.
j) As mulheres têm que ter algum cuidado especial?
As mulheres em idade fértil e que desejam engravidar podem tomar a vacina, mas devem evitar a gravidez até 30 dias após a vacina.
k)E quanto as mulheres que amamentam? Quais os cuidados?
Se a criança tiver menos de 6 meses de idade, o ideal é parar a amamentação por 10 dias. Mesmo que a criança tenha tomado a vacina.
l) E as crianças??? Quem pode receber a vacina?
Geralmente, as crianças com mais de 9 meses podem receber uma dose da vacina PADRÃO! (as crianças NÃO devem receber a dose fracionada).
Aquelas com mais de 6 meses, que moram em áreas de risco, podem receber uma dose da vacina, no entanto, devem ser revacinadas posteriormente.
m) Existe algum cuidado especial com a administração desta vacina associada a outras?
As crianças que vão receber a tríplice viral SCR (sarampo,caxumba e rubéola) ou a tetra viral (SCR+ varicela) devem aguardar 30 dias, caso tenham sido vacinadas contra a febre amarela.
n) Quais cuidados devo ter se não puder vacinar meu filho?
Crianças que não se enquadram nas recomendações do Ministério da Saúde para receber a vacina ou que, por sua indisponibilidade, não foram vacinadas devem evitar visitas nas áreas de risco e se precaver das picadas dos insetos- abordamos este tema há alguns meses.
Eu vou mostrar os prós e contras referentes ao seu uso e, no final,VOCÊ DECIDE!
ARGUMENTOS CONTRA:
1)Sucção:a sucção não-nutritiva por longos períodos (sugar sem receber alimento) faz com que o bebê tenha uma alteração na sua percepção de saciedade, além de provocar a fadiga da musculatura da boca/mandíbula. Isto influencia negativamente, encurtando a duração da mamada e aumentando os períodos entre as mamadas. (Crianças que usam chupeta mamam com menos frequência, determinando menor produção de leite materno e, consequentemente, necessidade de suplementação com fórmula).
2) “Confusão de bicos”:o bebê que usa chupeta, principalmente antes de 3-4 semanas de vida, tem mais dificuldade para realizar a pega/sucção do seio materno e acaba preferindo o bico artificial.
3) Mastigação:o recém-nascido, desde antes do nascimento, exercita a mastigação deglutindo o líquido amniótico. E ele continua a aprender a usar toda a sua musculatura após o nascimento, sugando o seio materno. Aqueles que usam chupeta tendem a apresentar a mastigação utilizando apenas um lado da boca, causando problemas nas articulações e na deglutição, devido ao posicionamento errado da língua.
4) Respiração:crianças que mamam o seio materno exclusivamente apresentam a respiração APENAS pelo nariz, o que é desejável nesta fase. Já aquelas que usam chupeta, apresentam a respiração bucal ou mista, o que altera o desenvolvimento craniofacial da criança.
5) Fala e linguagem:o uso de chupeta altera a articulação dos sons e da fala, limitando o balbucio e a emissão de palavras.
6) Dentição:crianças que usam chupeta têm chance aumentada de apresentar alterações dentárias, como a mordida cruzada.
7) Otite média:crianças com menos de 18 meses que usam chupeta têm uma chance maior de 33% de apresentar um episódio de otite do que aquelas que não usam.
8) Infecções:o uso de chupeta está associado com maior incidência de diarreia e de mortalidade infantil, com o aumento da probabilidade de hospitalização e de eventos de respiração ruidosa, asma, dor de ouvido, vômitos, febre, diarreia, cólicas, aftas e candidíase oral (sapinho). Além disso, algumas chupetas possuem n-nitrosamina (substância que dá mais elasticidade à borracha) que ao entrar em contato com a saliva pode ser nociva à saúde do bebê.
9) Inteligência:acredita que até nisso a danada da chupeta pode influenciar? As crianças que usam chupeta solicitam menos a atenção dos pais e, por isso, são também menos estimuladas. Um estudo mostrou que na vida adulta, estas crianças tem um desempenho intelectual 16% menor.
10) Vícios:crianças que usaram chupeta tendem a ser mais ansiosas e a apresentar um comportamento mais compulsivo na vida adulta, seja para comida, seja para cigarro ou drogas.
ARGUMENTOS A FAVOR:
1)Sucção não-nutritiva:a chupeta pode ser usada para treinamento da sucção de bebês que fizeram uso da sonda oral, enquanto internados, para a alimentação. Apesar de ser apenas uma das opções para este treinamento.
2) Manejo da dor:a sucção para o bebê é um mecanismo de redução da dor já comprovado cientificamente. A chupeta pode ser usada como um auxiliar no manejo da dor do recém-nascido. No entanto, vale lembrar que a amamentação provê contato pele a pele, calor, balanço, cheiro, voz materna e, possivelmente, opiáceos endógenos (substâncias que reduzem a dor) presentes no leite materno, os quais são superiores à chupeta.
3) Síndrome da Morte Súbita do Lactente (SMSL):atribuída às mortes de crianças que não podem ser explicadas após a completa investigação do caso. Tem muita relação ao fato da criança DORMIR DE BRUÇOS- POR ISSO LEMBREM-SE: A CRIANÇA DEVE DORMIR EM BERÇO PRÓPRIO, DE BARRIGA PARA CIMA E SEM MUITOS CACARECOS, COMO ALMOFADAS E BICHOS-DE-PELÚCIA!!!–, estar superaquecida e ser submetida ao tabagismo passivo. Segundo estudos, o uso de chupeta DURANTE O SONO, ATÉ UM ANO DE IDADE E APÓS O ESTABELECIMENTO DO ALEITAMENTO MATERNO reduziu o número dos casos de SMSL. Lembrando que o aleitamento materno é também um dos principais fatores de proteção contra ela.
Entre os benefícios citados do uso de chupeta está seu efeito tranquilizante sobre o comportamento agitado do bebê, especialmente em crianças irritadas e com cólicas, tranquilizando e diminuindo os episódios de choro da criança. (A tradução literal de chupeta do inglês “pacifier” é pacificador, calmante).
Entretanto, é importante enfatizar que existem outras estratégias para acalmar bebês e manejar o seu choro, como organizar globalmente o bebê, aconchegá-lo, cantar, praticar contato pele-a-pele, banhá-lo, usar o ofurô…
Mais do que isso, os pais precisam entender que os padrões de choro dos bebês são diferentes e podem significar coisas distintas.
Ao dar a chupeta, você inibe sim o choro, mas também inibe a conexão com o seu filho, quebra um vínculo em formação e reduz a sua estimulação.
Osprós e contras referentes ao uso da chupeta estão apresentados acima.
Cabe agora você escolher!!!
Escolha sabiamente e até a próxima semana.
(PS.: venhamos e convenhamos que foi uma lavada de10 a 3 à la Alemanha).
Dr Vinícius F. Z. Gonçalves-Pediatra e Neonatologista
Fonte: Sociedade Brasileira de Pediatria- Uso de Chupetas em Crianças amamentadas: prós e contras- Agosto de 2017.
Uma das maiores dúvidas das mães, nas consultas de pré-natal, é: “Será que meu filho está bem?!?”.
Hoje falarei um pouco sobre o assunto, abordando quando e por que devemos realizar esta investigação.
A avaliação da Vitalidade Fetal é essencial para proporcionar melhores condições de saúde ao bebê, ainda na barriga da mãe.
As provas são indicadas em diversas situações nas quais há risco de deterioração da oxigenação do feto.
Didaticamente essas situações são divididas em três grupos: doenças maternas, anomalias fetais e intercorrências da gestação.
Diante destes casos podemos ter hipóxia intrauterina (falta de oxigênio) causando sofrimento fetal e em alguns casos sequelas neurológicas irreversíveis.
Já o quadro de sofrimento fetal pode ser dividido em agudo e crônico.
O sofrimento fetal agudo é um distúrbio de oxigenação que ocorre durante o trabalho de parto, no qual outros fatores etiológicos determinam rápida queda da oxigenação fetal, com aparecimento de mecônio que aumenta progressivamente de espessura a medida que a anóxia se acentua, desencadeando alterações na frequência dos batimentos do coração do bebê.
Na fase inicial – compensada- o feto responde com a aceleração dos batimentos do coração já, numa fase mais adiantada onde a anóxia é mais intensa; aparece a redução dos batimentos cardíacos, a chamada bradicardia fetal.
Essas alterações podem ser detectadas pela Cardiotocografia, pela Ultrassonografia com o Perfil Biofísico Fetal e com a Dopplervelocimetria*.
Fig.1: Imagem demonstrando a Cardiotocografia- exame rápido, não invasivo e indolor que mede a frequência do coração do bebê e pode avaliar se está o ocorrendo Sofrimento Fetal.
Por outro lado, o sofrimento fetal crônico é definido como o distúrbio de oxigenação que ocorre durante uma gestação de alto risco, em que fatores etiológicos promovem alterações que culminam com déficit da oferta de oxigênio aos tecidos fetais.
A principal causa de sofrimento fetal crônico é a insuficiência placentária crônica, que ocorre, por exemplo, em gestantes com hipertensão e retardo idiopático do crescimento intra-uterino (CIUR).
Nesses casos, há diminuição da nutrição, que leva a CIUR, com diminuição da oferta de oxigênio para o feto e consequente hipóxia.
A Vitalidade Fetal pode ser analisada sob diversos parâmetros entre as quais estão: registro diário da movimentação fetal registrado pela gestante- uma hora após as refeições -Cardiotocografia, Ultrassonografia com o Perfil Biofísico Fetal e com a Dopplervelocimetria*.
Na suspeita de que algo de errado ou de diferente esteja ocorrendo com o seu bebê procure o seu Obstetra. Ele poderá avaliar o seu caso e assim, indicar qual o melhor exame para avaliação da Vitalidade Fetal.
Pois bem, mas para entender o tratamento da DRGE devemos entender porque ela ocorre.
Na verdade, não há apenas um fator relacionado à sua gênese… O aumento da pressão no estômago ou no abdome, por uso de roupas apertadas ou faixas; o refluxo ácido; o esvaziamento lento do estômago; a posição mais verticalizada do estômago na criança e a redução da pressão da parte final do esôfago – o tubinho que liga a boca ao estômago- por causas intrínsecas, como doenças neurológicas, ou extrínsecas, como o tabagismo passivo (inalação da fumaça do cigarro) podem causar a DRGE.
Sendo assim, temos várias linhas de tratamento. E como eu SEMPRE digo, quando temos várias medicações para a mesma doença é porque nenhuma delas é realmente efetiva.
O que é mais importante salientar, é que na grande maioria dos casos as crianças tem RGE e não DRGE; sendo assim, a grande tarefa do Pediatra é tranquilizar os pais e mostrar que não está ocorrendo nenhum impacto no crescimento e no desenvolvimento da criança, que as crianças NORMALMENTE regurgitam e que grande parte delas são as chamadas “Regurgitadoras Felizes”.
Em todo caso, o passo básico para o Tratamento é:
Manter a criança em posição vertical de 20 a 30 minutos após a mamada
Elevar a cabeceira do berço em 30 graus- podendo-se lançar mão do travesseiro anti-refluxo
Posicionar a criança em decúbito dorsal ou seja DE BARRIGA PARA CIMA!!! Isto reduz a chance de “Morte Súbita do Lactente”. Apesar das várias campanhas, é impressionante o número de pais que ainda deixam seus filhos recém-nascidos dormindo “de lado” ou de “barriga para baixo”, acreditando ser essa a melhor posição. A criança ainda não tem coordenação, no início da vida, para respirar pela boca, sendo assim qualquer coisa que obstrua o seu narizinho pode provocar asfixia, desde almofadas e bichinhos-de-pelúcia, que não devem ser deixados no berço; até mesmo uma pequena quantidade de leite que seu filho tenha regurgitado (desculpa o textão, mas esse assunto me intriga um pouco….)
Fracionar o número de mamadas e evitar a sucção não nutritiva, se a criança estiver em Seio Materno Exclusivo
Tentar as Fórmulas AR, se estiver recebendo Fórmula Infantil Convencional
Apenas com essas medidas, mais de 60% das crianças apresentam melhora nos episódios de regurgitação.
No entanto, existem aqueles casos em que ainda há a suspeita de DRGE. O que fazer?
Segundo as Sociedades Europeia (ESPGHAN) e Norte- Americana (NASPGHAN), deve-se aventar a possibilidade de Alergia à Proteína do Leite de Vaca (APLV) nesses casos e realizar um teste com Fórmulas Hidrolisadas por duas a quatro semanas. Muito dos sintomas de DRGE, quanto os de APLV se confundem, dificultando o diagnóstico de ambas; além do que cerca de 40% das crianças podem apresentar as duas doenças concomitantemente- além da Cólica do Lactente…
Além disso, segundo estudos, cerca de 80% das crianças que iniciaram o uso da Fórmula Hidrolisada apresentaram melhora dos sintomas de DRGE.
Restando, por fim, uma pequena parcela das crianças que realmente vão precisar de tratamento medicamentoso.
Os fármacos mais usados são aqueles que aceleram o esvaziamento gástrico -Procinéticos, como a Domperidona- ou os que reduzem a acidez do estômago, como a Ranitidina e o Omeprazol.
Entretanto, todos podem produzir efeitos colaterais como cólicas, irritabilidade, sonolência, dor de cabeça, tonturas e movimentos de balançar a cabeça; o que pode prejudicar ainda mais no diagnóstico, tratamento e estabelecimento de causa-efeito-consequência.
Os anti-ácidos, em especial, devem ser usados em casos específicos, visto que a grande maioria dos refluxos em crianças é de origem básica e não ácida, como demonstrado nos exames de Impedanciometria Esofágica, o exame padrão-ouro para o diagnóstico de DRGE, atualmente.
Além do que, a Ranitidina possui um efeito de tolerância, perdendo sua ação ao longo de semanas, em caso de uso crônico.
E o Omeprazol apresentou um “boom” de prescrição, nos últimos anos, após a sua liberação para crianças com mais de um mês de vida pelo FDA (órgão que regulariza os medicamento nos EUA). No entanto, sabe-se que o seu uso crônico pode provocar polipose intestinal, chance aumentada para infecções respiratórias e/ou gastrointestinais, além de afetar na absorção do Ferro e da Vitamina B12. Seu uso deve ser criterioso, portanto.
Em último caso, pode-se recorrer para a correção cirúrgica associada à realização da válvula anti-refluxo. No entanto, este recurso terapêutico reserva-se para crianças com outras doenças associadas ou refratariedade do tratamento clínico.
Espero que tenha ajudado a solucionar parte da dúvida dos papais e das mamães.
O mais importante é sempre conversar com seu Pediatra e ele, após avaliar o caso específico do seu filho, irá recomendar o melhor tratamento!
Nem sempre o que funciona para uma criança, funcionará para a outra.
É importante também entender que, na grande maioria dos casos, a criança possui apenas RGE e os seus sintomas serão transitórios.
Por hoje é só- e UFA… quanta coisa!
Dúvidas e/ou sugestões para os próximos temas? É só escrever no espaço abaixo!
Fonte: Sociedade Brasileira de Pediatria- Regurgitação do lactente (Refluxo Gastroesofágico Fisiológico) e Doença do Refluxo Gastroesofágico em Pediatria- Dezembro de 2017.