Hoje vou responder mais essa pergunta: quando devemos cortar o freio da língua do bebê?
Mas, antes de tudo, vale destacar que essa é uma questão MUITO polêmica!
Em 2014, uma lei Federal foi sancionada, a Lei nº 13.002/2014, que oficializou o “Protocolo de Avaliação do Frênulo da Língua em Bebês”(o famoso Teste da Linguinha).
A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), imediatamente publicou uma Nota de Esclarecimento em repúdio à expedição da lei. Dentre os motivos para a Nota:
E principal: a SBP não foi consultada em nenhum momento. Desde a elaboração do projeto de lei até a sua promulgação.
A avaliação da língua já era um procedimento realizado de rotina pelos pediatras.
O estudo utilizado para a elaboração do projeto era um estudo brasileiro que avaliou -pasmem- APENAS 10 BEBÊS.
Não havia um protocolo mundial ou consenso para a indicação da cirurgia (frenectomia ou frenotomia).
Para quem quiser ler a nota a fundo, deixo o link ao final do texto.
Muita água rolou e em 2019, a SBP encaminhou um ofício ao Ministério da Saúde solicitando a revogação da Lei nº 13.002, de 20 de junho de 2014.
Dentre os argumentos utilizados, destaco:
“O protocolo brasileiro inicialmente proposto pela lei aponta as maiores prevalências de anquiloglossia relatadas em todo o mundo, causando preocupação quanto a um provável superdiagnóstico. Vale ressaltar, também, que os estudos apontam a importância do seguimento nas primeiras semanas para os recém-nascidos com anquiloglossia que apresentarem dificuldades de amamentação. E este seguimento deve ser sempre realizado pelo pediatra”.
Para esclarecer, anquiloglossia seria a língua-presa “de verdade”. A sua incidência real na população é baixíssima e de fácil diagnóstico.
Mais do que isso, apesar de ser de fácil diagnóstico ele NÃO INDICA CIRURGIA!
Nenhuma ferramenta diagnóstica ou protocolo de triagem para a “língua presa” já criado é apropriado para o corte do freio da língua (frenectomia).
É indispensável a avaliação da mamada na Maternidade e após, ambulatorialmente, no consultório para uma possível indicação cirúrgica.
“E parecia que a Sociedade de Pediatria já estava prevendo o que estava por vir…”
Em 2018 e 2021, o Ministério da Saúde lançou notas técnicas para a orientação dos profissionais de saúde.
Nelas, o indicado seria a realização do Protocolo Bristol de Avaliação da Língua (BTAT) nos recém-nascidos nos primeiros dias de vida. Uma pontuação de 0-2 para 4 critérios seria dada ao paciente, sendo que, quanto menor a nota mais provável a chance de anquiloglossia grave (língua presa).
Veja abaixo:
***IMPORTANTE: Ainda assim, o Protocolo NÃO INDICA A CIRURGIA PARA CORTAR O FREIO LINGUAL!!! A avaliação da mamada ambulatorialmente continua sendo o PADRÃO-OURO.
Por fim, sim… prometo estou terminando.
No ano de 2022, a Sociedade de Cirurgia Pediátrica também se manifestou sobre o enorme aumento do número de frenectomias e frenotomias.
Destaco:
Ou seja, o procedimento NÃO é simples!
NÃO é só um “piquezinho”. NÃO é só um pontinho.
Pode trazer consequências seríssimas, lesões de glândulas e até de musculatura- eu infelizmente conheço e já presencieis alguns casos…
E sim, é necessário um profissional qualificado para realizá-lo.
Mais do que isso, é necessário um profissional qualificado para INDICÁ-LO!
Como havia dito, parece que a SBP já pressentia o que ia acontecer…
Em algumas partes do mundo, houve o aumento de mais de 800% do número de procedimentos cirúrgicos!!!
Uma lástima…
Espero que tenha respondido mais essa!
Nos vemos em breve.
Até lá!
Dr. Vinícius F. Z. Gonçalves
Pediatra e Neonatologista
CLÍNICA GONÇALVES- Deixa a nossa família cuidar da sua
Hoje, no Brasil, cerca de 10% dos bebês nascidos são prematuros, cerca de 300 mil bebês/ano.
E, temos MUITO o que comemorar!
No dia 21/10/2022 foi aprovado por UNANIMIDADE a extensão da licença-maternidade para as mães de bebês nascidos prematuros.
Este assunto já vinha sendo discutido desde 2020, mas ainda em caráter provisório…
Há uma semana, a lei foi sancionada pelo Superior Tribunal de Justiça (STF) e diz que: “o início da licença-maternidade começa após alta hospitalar da mãe ou do recém-nascido, o que ocorrer por último.”
O entendimento vale para internações longas, acima do período de duas semanas, e obviamente, engloba os casos de bebê prematuros.
1) Mas qual era a regra antiga?
O afastamento da gestante poderia ocorrer entre o 28° dia antes do parto e a data de nascimento do bebê. Pela legislação anterior, a licença-maternidade tem duração de 120 dias, período no qual a mulher tem direito ao salário-maternidade, cujos custos devem ser arcados pela Previdência Social.
2) E o que mudou?
Atualmente nos casos em que se a exija internação prolongada da mãe ou da criança, bebês prematuros ou quando houver complicação decorrente do parto e se exija a permanência por mais de 14 dias, internado, esse período não será considerado na contagem dos 120 dias de afastamento remunerado ao qual a gestante tem direito.
3) Mas a partir de quando o tempo de licença-maternidade é contado?
O início determinado é a partir da alta hospitalar da mãe ou do recém-nascido, o que ocorrer por último.
4) E se houver uma nova internação? O prazo será extendido?
Não. Se porventura aconteça uma internação posterior à alta, o período de internação não será considerado para fins de prorrogação do benefício.
Se restar dúvida, deixo abaixo o link da Portaria Conjunta de N°28, de 19 de março de 2021.
5) Tá certo. Mas o porquê de tanta comemoração?
Hoje, infelizmente, uma minoria das mães conseguem amamentar os seus bebês.
Seja por dificuldades em relação ao parto, à própria amamentação ou devido à pressão externa da família ou amigos…
As famosas frases:
” Seu leite é fraco”
” Seu leite não sustenta”
” É por isso que ele não dorme”
” Dá uma mamadeira para ele que você vai ver como ele passa a noite toda”
” Na minha época, você já estava comendo caldinho de feijão com 2-3 meses”
Enfim, além dessa enormidade de baboseiras, soma-se a necessidade da volta ao trabalho.
Atualmente, no Brasil, a amamentação exclusiva alcança 45,8% dos bebês com até seis meses.
Muitas mulheres têm que ou são estimulas a interromper a amamentação para voltar ao trabalho.
Além das enormes perdas, referentes à nutrição, imunidade, desenvolvimento cognitivo… Temos também a perda do vínculo mãe-bebê.
Em especial, àquelas que já tem a sua maternidade e o seu puerpério interrompidos pelo nascimento prematuro e pela internação prolongada em UTI.
Deixo aqui as palavras Dr. Clóvis Francisco Constantino, Presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP):
“Essa é uma decisão histórica, que vem ao encontro de todos os pleitos que temos feito nos últimos anos no que tange a proteção, promoção e apoio ao aleitamento materno. Todos nós sabemos, e já está mais que comprovado cientificamente, os benefícios do leite materno para as crianças e para as mães que amamentam.”
VAMOS COMEMORAR! TEMOS MUITO O QUE COMEMORAR!!!
Saiba e exija os seus direitos.
Todos a favor da amamentação!!!
Até a próxima.
Dr Vinícius F. Z. Gonçalves- Pediatra e Neonatologista
CLÍNICA GONÇALVES- Deixe a nossa família cuidar da sua.
A consulta pediátrica engloba quatro tópicos importantes: a alimentação, as vacinas, o desenvolvimento pôndero-estatural (ganho de peso e altura) e o desenvolvimento neuropsicomotor.
Hoje falaremos sobre o desenvolvimento neuropsicomotor, ou em outras palavras, os marcos de desenvolvimento esperados nas crianças, do nascimento até os 5 anos de idade.
É importante citar, que esse desenvolvimento ocorre da cabeça aos pés e, do centro para as extremidades do corpo e é por isso que o bebê nasce hipotônico (molinho) e quase sem nenhum controle do corpo e, com o passar dos meses, vai ganhando mais tônus até que passa a segurar o pescoço, sentar, rolar, engatinhar e, por fim, a andar ao redor do primeiro ano de vida.
Do nascimento ao primeiro mêsde vida
Ao nascimento, o bebê é bem hipotônico (molinho) e tem um padrão flexor, mantendo os braços e as pernas dobrados. As mãos costumam ficar constantemente fechadas.
Os reflexos primitivos estão presentes e ativos e vão desaparecendo nos próximos meses.
Dentre eles, vale citar:
Reflexo de busca e pontos cardinais: ao estimular o lábio ou região próxima da boca com o dedo, o bebê inclina o rosto e leva o lábio até o ponto estimulado, simulando a procura ao seio materno. Desaparece nos primeiros meses de vida, sendo normal, até o quarto mês.
2. Reflexo de preensão palmar: ao colocar o dedo na palma da mão do bebê, ele fecha a mão e os dedos, agarrando-o de forma firme e sem soltar. Desaparece entre o quarto e o sexto mês de vida.
3. Reflexo de marcha: ao colocar o bebê de pé sobre um plano, ele troca pequenos passos de forma reflexa. Desaparece após o segundo mês de vida.
4. Reflexo tônico-cervical assimétrico ou do esgrimista: após deixar a cabeça do bebê neutra, virando-a para um dos lados fará com que ele estenda o braço para o lado que a cabeça está virada e flexione o outro, para a parte de trás da cabeça, assim como um esgrimista. Desaparece até o terceiro mês de vida.
5. Reflexo de Moro: após uma desaceleração, por exemplo, ao abaixar de forma rápida a cabeça do bebê, ou então, após um ruído, ele deve abrir os braços e depois flexioná-los ao centro do corpo. As mães costumam confundir esse reflexo como um susto ou até convulsão, mas é mais um dos reflexos naturais e esperados. Desaparece até o sexto mês de vida.
6. Reflexo de preensão plantar: ao apoiar um dos dedos na planta do pé do bebê, os dedos do pés se fecham e o pezinho realiza flexão. Desaparece até o nono mês de vida.
7. Reflexo cutâneo-plantar: após realizar o reflexo anterior, se um estímulo for realizado do calcanhar a ponta do pé do bebê (de baixo para cima) e na sua parte mais externa, os dedos devem se abrir “em leque”. Desaparece até os 12 meses de vida, podendo persistir de forma incompleta até os 15 meses.
A audição é boa e o bebê reage aos sons do ambiente, podendo emitir pequenos grunhidos ou sons guturais.
A visão ainda é muito rudimentar. A criança enxerga tudo muito embaçado, sem definição de cores ou formas. Reconhece claro e escuro e começa a seguir objetos ao final do primeiro mês de vida.
Não possui padrão de sono, podendo passar várias horas do dia dormindo e acordar apenas para mamar. Não consegue distinguir dia e noite.
Do segundo ao terceiro mêsde vida
A partir do segundo mês de vida, o bebê começa a ficar mais desperto, passando mais horas por dia acordado.
Ele começa a seguir objetos com a visão, dando preferência ao rosto humano.
É justamente nesta fase, em que a visão começa a melhorar, que a criança começa a ter o sorriso social, emitindo um sorriso quando vê o rosto dos pais.
Além de emitir balbucios ( “gu”, “gugu”, “angu”) e ficar extremamente feliz e agitada, mexendo braços e pernas simetricamente, nesta troca de olhares e carinho.
O sustento do pescoço começa a ficar melhor ao final dessa fase e a criança começa a ter o controle das mãos, pegando objetos e levando-os à boca, sem ainda ter domínio completo sobre o movimento.
O sono começa a ficar mais regular, devido à produção de melatonina, bem como a definição de noite e dia (ciclo circadiano).
Do quarto ao sexto mês de vida
Devido ao bom controle do pescoço e à melhora da visão, com o reconhecimento de cores iniciado a partir do terceiro mês de vida, ficar deitado deixa de ser interessante para o bebê.
A criança prefere ficar no colo e/ou sentada com apoio nas costas, iniciando assim o movimento de sentar. O controle da coluna lombar e do quadril no entanto, ainda não são bons, o que pode fazer com que a criança se sustente poucos minutos nesta posição, sem o apoio adequado, ou ainda, cair para frente e/ou para os lados.
Todos os sons e atividades na casa passam a chamar a atenção e a serem interessantes. A mamada, que antes era fácil, agora pode ser intercortada por um mínimo barulho no ambiente.
Vai se adquirindo cada vez mais o controle das mãos, somado à perda do Reflexo de Preensão Palmar.
A criança nessa fase, começa a levar as mãos e objetos à boca, a balbuciar e a gritar bastante, as glândulas salivares aumentam a sua produção, o que torna comum o excesso de saliva (“babação”).
Além disso, ela pode começar o movimento de rolar com a ajuda dos braços, embora haja pouco controle do quadril, resultando num semi-giro ou rotação em 180 graus. Algumas crianças já conseguem pegar os pés e levam-nos à boca.
De barriga para baixo, o controle do pescoço já é bom, sustentando a cabeça nessa posição. Os braços estendidos à frente, vão pouco a pouco perdendo o contato do cotovelo com o plano, ao final desta fase.
Do sexto ao nono mês de vida
O controle da coluna lombar, quadril e pernas vai se aprimorando, fazendo com que ao longo dessa fase, a criança comece a sentar, inicialmente, com o apoio das mãos à frente e, posteriormente, sem apoio algum.
Ainda, ao mínimo desequilíbrio para os lados, devido ao bom controle das mãos, a criança passa a se sustentar caso escorregue. O mesmo não costuma acontecer, caso ela se desequilibre para trás.
Os objetos passam a ser passados e transferidos de uma mão à outra, sem nenhum tipo de preferência (não é possível saber se ela será destra ou canhota, ainda) e acabam sempre indo à boca.
A audição começa a melhorar e inicia-se a distinção de sons graves, de agudos.
A visão desenvolvida e, de forma associada à audição, começa a fazer com que a criança reconheça e estranhe pessoas que não são de seu vínculo social.
O rolamento, ao final desta fase, já deve ocorrer naturalmente. A criança começa a se posicionar com os braços estendidos e pernas flexionadas (apoio de quatro membros) e transicionar desta posição para a sentada, facilmente. Algumas já engatinham ou se arrastam.
Da parte da fala, após a emissão de algumas sílabas (“ma”, “pa”,”ga”), inicia-se o processo de junção de sílabas, a lalação.
Do nono mês ao primeiro ano de vida
Nesta fase, grande parte das crianças já engatinham ou se arrastam. Após atingirem o seu objetivo, elas se apoiam e tentam ficar de pé com apoio.
Com a ajuda de alguém ou apoiadas, iniciam a marcha lateral (andam para os lados), para só depois se arriscarem e tentarem os primeiros passos para frente, momento em que as quedas são frequentes.
Iniciam o movimento de pinça, com o dedo polegar e o indicador, e começam a pegar pequenos objetos com os dedos.
Momento de redobrar a atenção com as quedas, com as quinas de móveis, com as gavetas e móveis baixos que contenham objetos cortantes, materiais de limpeza e produtos tóxicos; além do cuidados com as tomadas.
Nesta fase, também, continuam a se assustar com estranhos e apresentam um vínculo cada vez maior com os familiares e, em especial, com a mãe.
Após a lalação (“dada”, “mama”, “papa”), podem começar a implicar algum significado a essas primeiras palavras.
Já é possível a compreensão de alguns comandos e a reação a ordens. Além de fazer pequenos gestos com as mãos como: “tchau”, “vem”, “bater palmas” ou “mandar beijo”.
Do primeiro ano aos 18 meses de vida
Aqui destacam-se a fala e a marcha (andar).
A criança começa a falar uma ou duas palavras até atingir um repertório de 50 palavras, em média, ao final desta fase.
Ela costuma a repetir as palavras que ouve no seu dia-a-dia e deve falar nomes ou sons de animais, nome de familiares e alimentos. O uso de chupeta e telas (celulares, computadores, tablets e televisão) é extremamente prejudicial a esse processo de aprendizado.
No começo, costuma a andar com as pernas bem abertas, com a base alargada (como cowboy) para buscar equilíbrio. Como dito, as quedas são frequentes.
Posteriormente, já anda melhor e começa a se aventurar pela casa, subindo degraus arrastando-se ou com apoio, além de tentar escalar móveis. Monta uma torre com dois cubos.
Já consegue retirar peças de roupa, sem ajuda dos pais, além de levar o alimento à boca.
Vínculo grande com a mãe.
Dos 18 aos 24 meses de vida
Nesta fase, o vocabulário da criança se expande de 50 para cerca de 200 palavras.
Além de nomes de animais, algumas crianças começam a falar o nome de uma ou de duas cores e começam a contar e a saber alguns números, sem ordem.
Ocorre a junção de duas palavras como: “me dá” ou “qué aguá” (quero água).
A criança já deve andar bem e começa a correr, além começar a subir degraus de pé com apoio. Consegue montar uma torre com quatro a seis cubos.
Apesar do grande vínculo materno, ao final dessa fase a criança começa a criar uma certa independência.
Dois anos de vida
Além do aumento expressivo do vocabulário, inicia-se a formação de frases curtas.
A criança já adquire independência dos pais e começa a explorar outros ambientes sozinha. Sobe e desce escadas sem ajuda, mas com apoio. Faz torre com cerca de oito blocos. Conseguem contar de 1 a 10, com falhas.
Já passa a brincar com outras crianças e a dividir brinquedos com amigos.
Além de possuir a noção da totalidade corporal, ou seja, sentir-se no seu corpo e de nomear partes dele. O que pode resultar num comportamento “egóico”. Usando pronomes como “meu”, “minha” e “eu” e portanto, tudo é “MEU”.
Algumas crianças já começam a ter controle esfincteriano e começam a reclamar das fraldas sujas, querendo tirá-las. Além de reconhecer o xixi e o cocô. O desfralde costuma acontecer entre o segundo e o quarto ano de vida- falamos disso neste post: https://clinicagoncalves.com/2020/07/17/esta-na-hora/.
Inicia-se o reconhecimento de gênero e a habilidade de identificar meninos e meninas.
A lateralidade começa a se definir, mas só teremos a certeza que a criança será destra ou canhota em torno dos 6-7 anos de vida.
Começam a ter um controle manual melhor e a segurar de uma forma mais firme o lápis (posição pronada). Desenham rabiscos e, ao final dessa fase, desenhos em espiral (garatujas) e círculos, podendo atribuir significados aos desenhos.
Conseguem também sair do chão pulando com os dois pés juntos.
Três anos de vida
Neste momento, a criança já forma frases mais complexas e se comunica bem.
Consegue contar histórias, expressar suas preferências pessoais e cantar. Sabe seu nome e idade.
Forma pontes, casas e estruturas mais complexas com blocos, além de associar uma história à montagem, brincando de faz-de-conta.
Consegue a segurar o lápis com uma pinça de quatro dedos (preensão quadrípode).
Começa a desenhar círculos e formas geométricas e a atribuir significados a eles, puxando tracinhos para a formação de um corpo humano, que pode ser algum ente querido (mãe ou pai), ou animal. Pode também atribuir cores a eles, por exemplo: “o vermelho é a mamãe e o azul é o papai”.
Já sobe e desce escadas sozinha e sem apoio, além de conseguir pedalar um velocípede.
Início da noção de tempo (ontem, hoje e amanhã).
Quatro anos de vida
Fala bem e sabe usar o tempo no passado.
Começa a entender melhor conceitos e consegue explicar palavras, além de agrupar objetos semelhantes num mesmo grupo (animais, frutas…).
Conta histórias e demonstras preferências, sem distinguir fantasia de realidade.
Apresenta habilidade motora aperfeiçoada. Transição da pinça quadrípode (com quatros dedos) para a trípode (com três dedos, semelhante a de um adulto), ao segurar o lápis e melhora no traço e ao desenhar formas geométricas.
Consegue pular num pé só.
A gagueira pode ser normal até essa idade.
Cinco anos de vida
Nesta fase, a criança fala bem, forma frases complexas, expressa sentimentos, começa a diferenciar fantasia de realidade e a usar o tempo futuro.
Limite esperado para a troca de letras ao falar (por exemplo, trocar “R” por “L”).
A habilidade motora está bem desenvolvida. A criança consegue fazer traços mais coesos e formas geométricas bem definidas. Começa a demonstrar a mão de preferência, a qual será definida ao redor do sexto ou sétimo ano de vida.
Pula num pé só e consegue alternar os pés ao saltar. Além de saltar distâncias maiores.
Começa a formação de censura, ou seja, diferenciar o certo do errado.
Agrupa-se com crianças do mesmo sexo e apresenta momentos de simpatia e antipatia pelo sexo oposto.
Inicia a sua identidade de gênero.
A partir do sexto ano, começamos a avaliar as habilidades motoras, sociais e cognitivas com o acompanhamento escolar, principalmente.
Espero ter elucidado as dúvidas de vocês!
Lembrando que existem variações de criança a criança e que apesar de ter delimitado limites de tempo/idade, eles não são fixos.
Acompanhe o desenvolvimento do seu filho junto do seu pediatra.
Até a próxima,
Dr Vinícius F. Z. Gonçalves- Pediatra e Neonatologista
CLÍNICA GONÇALVES- Deixe a nossa família cuidar da sua
Fontes:
FA, Campos Jr. D. Tratado de Pediatria. Sociedade Brasileira de Pediatria – 4ª Ed – Editora Manole – 2017
Bueno, J. M. Psicomotricidade: teoria e prática- da escola à aquática. 1ed. São Paulo: Cortez,2013.
Hoje falaremos e explicaremos com que idade você pode dar mel para o seu filho e quais os riscos de ofertá-lo precocemente.
Vamos lá?
Com que idade posso dar mel para o meu bebê?
O mel é contraindicado para todas crianças com menos de 1 ano de idade. E devemos evitá-lo, também, até o segundo ano de vida.
Porque não devemosdar mel para uma criança com menos de 1 ano de idade?
O mel pode conter esporos de uma bactéria, o Clostridium botulinum, o qual pode causar uma doença gravíssima chamada de Botulismo.
O que é Botulismo?
O Botulismo é uma doença infecciosa que você pode adquirir ao ingerir a toxina ou os esporos de uma bactéria encontrada na natureza.
Essa bactéria também pode causar infecções em ferimentos abertos.
No entanto, pensando na faixa pediátrica, o que mais nos preocupamos é com o Botulismo Intestinal, que pode causar sequelas gravíssimas às crianças.
O que o Botulismo pode causar?
O Botulismo pode causar constipação e irritabilidade, em quadros leves, até a paralisia motora descendente.
Portanto, em quadros iniciais, ele pode causar problemas visuais como visão dupla, estrabismo, turvação visual.
Posteriormente, pode causar problemas de deglutição e engasgos, choro fraco, hipoatividade, dificuldade respiratória, paralisia muscular e até a morte.
Apenas o mel pode transmitir o Botulismo?O própolis e a geleia real também podem causar a infecção?
Não. Todos os derivados do mel, além de conservas caseiras como palmitos, picles, salsichas, carnes de lata, queijos, pescados…
Esta bactéria se multiplica em meio anaeróbio (com baixa fração de oxigênio), então as conservas, principalmente as artesanais, são potenciais focos da doença.
A fervura por 10 minutos à temperatura de apenas 80 graus Celsius pode desnaturar as toxinas desta bactéria. Já os esporos podem resistir por mais de 15 minutos em temperatura superior a 120 graus Celsius.
Porque as crianças são mais propensas a adquirir o Botulismo Intestinal?
As crianças estão em plena formação da sua flora intestinal, que além de ajudar na digestão, têm papel ativo na defesa do organismo contra bactérias invasoras.
Já que eu não devo ofertar o mel para o meu bebê, posso usar Xarope de Milho?
NÃO!!!
Como disse no começo do texto não devemos ofertar mel antes de 1 ano de vida e evitá-lo até os dois anos.
Mas por quê?
Porque não devemos ofertar QUALQUER tipo de açúcar às crianças até os dois anos de vida, momento em que o paladar está em formação, podendo haver perversão de um paladar imaturo, além do risco aumentado para Obesidade no futuro- lembrem-se 33% das crianças brasileiras estão com sobrepeso e/ou obesas e 80% delas serão adultos obesos.
Além disso, em estudo realizado em 2008, esporos de Clostridium botulinum também foram encontrados no xarope de milho. (link abaixo)
O Clostridium botulinum, bactéria que causa o Botulismo, então é um ser nocivo para o Homem?
Não necessariamente.
A toxina da bactéria é usada para diversos tratamentos clínicos, como casos de paralisias motoras, disfunções de glândulas salivares, disfunções de musculatura pélvica e bexiga e até para tratamentos cosméticos.
O famoso Botox!
Por hoje é só!
Dúvidas ou sugestões? É só deixá-las abaixo.
Até a próxima.
Dr Vinícius F. Z. Gonçalves- Pediatra e Neonatologista
CLÍNICA GONÇALVES– Deixe a nossa família cuidar da sua.
Hoje, vou trazer atualizações sobre a vacina de COVID para Gestantes, Lactantes, Puérperas e Crianças.
É importante pontuar que a COVID-19 é uma doença grave em gestantes.
A Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), em 10 de Junho de 2021, liberou um documento que demonstrou o aumento do número de casos em gestantes: 455 casos em 2020 e 814 em 2021, o que representa 10 mortes maternas por semana em 2020 e 38 mortes maternas por semana em 2021.
Além disso, pontuou que “em comparação entre os anos 2020 e 2021, a mortalidade materna semanal aumentou em 283% e a mortalidade da população geral aumentou em 105%, confirmando os achados do CDC de que gestantes constituem grupo de maior risco de intubação orotraqueal, de internação em Unidades de Terapia Intensiva e de óbito.”
Sendo assim, é imperativo a vacinação deste grupo de pacientes. Devemos ter apenas uma ressalva.
Sobre a suspensão da Vacina Fiocruz/Oxford/Astrazeneca
Após a notificação de UM caso de STT (Síndrome de Trombose com Trombocitopenia) em investigação em uma gestante que recebeu a vacina Fiocruz/Oxford/Astrazeneca no Estado do Rio de Janeiro, optou-se por, até elucidação total do mesmo, interromper temporariamente a vacinação com vacinas de vetor viral para gestantes e puérperas.
Importante pontuar que, até o momento, este havia sido o primeiro relato deste tipo de reação adversa em gestantes no mundo, com incidência estimada de 1 caso para 100,000 doses administradas.
O que fazer então???
Enfatizo que todas as vacinas contra a COVID estão na fase 3 de desenvolvimento (de 4 fases totais)- não entendeu? no link acima isso é explicado melhor- e que em nenhum estudo de nenhuma vacina foram incluídas gestantes nessa fase.
Por outro lado, a tecnologia usada para a fabricação da vacina Sinovac/Butantan é a mesma utilizada para a fabricação da vacina da Gripe (vírus inativado) e que vem sido administrada em gestantes há anos sem quaisquer efeitos adversos.
Já a vacina da Pfizer/BioNTech, apesar de implicar tecnologia inovadora (RNA mensageiro) não demonstrou nenhum efeito adverso quando aplicado em gestantes de risco, nos estudos publicados até o momento.
Além disso, nenhuma delas mostrou ser teratogênica (induzir mal formações) em estudos com animais.
Portanto, para gestantes e puérperas estão liberadas as vacinas Sinovac/Butantan(Coronavac®) e Pfizer/BioNTech (Comirnaty®), que utilizam outras tecnologias de produção distintas da vacina Fiocruz/Oxford/AstraZeneca e que não demonstraram até o momento qualquer tipo de reação adversa semelhante.
Mas e se eu for gestante ou puérpera e já tiver tomado a vacina Fiocruz/Oxford/AstraZeneca?
A recomendação atual é que novas doses NÃO sejam feitas.
Aguardar o fim da gestação e do puerpério para a aplicação de nova dose (reforço).
Observar de 4-28 dias após a aplicação da vacina e procurar atendimento médico, caso ocorra o surgimento de:
o Falta de ar o Dor no peito o Inchaço em perna o Dor abdominal persistente o Sintomas neurológicos, como dor de cabeça persistente e de forte intensidade, visão borrada, dificuldade na fala ou sonolência. o Pequenas manchas avermelhadas na pele além do local em que foi aplicada a vacina
Para as demais vacinas, deve-se realizar o esquema habitual e intervalos de tempo habituais entre as doses de reforço.
Mas e para as mães que estão amamentando?
Para os demais grupos de mães, lactantes NÃO PUÉRPERAS (após 45 dias após o parto) a recomendação da vacinação seria semelhante a dos demais grupos, ou seja, com qualquer uma das três vacinas respeitando a recomendação municipal.
Para crianças (grupos de menores de 18 anos de idade), no Brasil, nenhuma vacina AINDA foi liberado pelo Programa Nacional de Imunizações.
A ANVISA liberou, nesta semana, a vacina da Pfizer para maiores de 12 anos.
O município de Betim, em Minas Gerais, é um dos primeiros a iniciar a vacinação no país, neste grupo etário, no entanto, ainda sem o aval do Ministério da Saúde.
Inclusive hoje, dia 17 de Junho de 2021, a Prefeitura de São Roque começará a nova etapa de vacinação!
Se liga:
“A Prefeitura de São Roque vacina contra a covid-19 nesta quinta-feira, 17 de junho, gestantes e puérperas e pessoas com comorbidades ou deficiência física que tenham entre 18 e 59 anos. Grávidas e mulheres que tenham dado à luz há menos de 45 dias serão imunizadas das 8h às 11h, no Centro de Saúde II, na Avenida John Kenedy. É necessário apresentar a carteira de acompanhamento da gestação, um documento com foto e o comprovante de residência no momento da imunização.
Já pessoas com comorbidades ou deficiência física devem se dirigir aos postos de saúde dos bairros ou à Vigilância em Saúde (ao lado da Praça da República), das 8h às 12h.”
Se não for de São Roque, procure as redes sociais de seu munícipio.
A MAIOR VACINA É A INFORMAÇÃO! VAMOS NOS VACINAR! CUIDADO COM AS FAKE-NEWS!!!
Tendo mais informações e novidades, eu retorno.
Dúvidas? É só deixá-las abaixo!
Até a próxima.
Dr Vinícius F. Z. Gonçalves- Pediatra e Neonatologista
CLÍNICA GONÇALVES- Deixe a nossa família cuidar da sua.
3. Vacinas Covid-19- Atualização- Sociedade Brasileira de Pediatria- Guia Prático de Atualização Departamento Científico de Imunizações (27 de Janeiro de 2021).
Em virtude de tantos casos de maus-tratos contra a criança sendo noticiados ultimamente na mídia, achei que fosse o momento ideal de falar sobre o assunto.
Nem sempre o abuso é físico ou sexual.
Os maus-tratos contra a criança também englobam o abuso psicológico, consistindo na submissão da criança ou adolescente, agressões verbais, desqualificação, culpabilização, cobranças excessivas e punições humilhantes; bem como a violência química, intoxicações e envenenamentos, bullying, a Síndrome de Munchausen, que consiste na simulação de sinais e sintomas na criança pelos pais ou cuidadores para ganho terciário e até na alienação parenteral, quando um dos cuidadores promove ou induz aversão ao outro cuidador, prejudicando o vínculo entre eles.
Números
As causas externas correspondem a uma grande parte das mortes no Brasil. Elas englobam os acidentes de trânsito, quedas, queimaduras, afogamentos, bem como as agressões (violência) e o suicídio ou tentativa de pratica-lo.
Entre os casos fatais, apresentaram o valor de 5,4% nos menores de 5 anos, quase 30% no grupo de 5 a 9 anos, mais de 42% na faixa de 10 a 14 e quase 75% nos adolescentes de 15 a 19 anos.
Uma das formas de reduzirmos a violência é denunciando:
NÃO SE CALE! DISQUE 100. Sua denúncia será registrada anonimamente.
Ou acione a Polícia Militar pelo 190.
NÃO SE CALE!!
Durante a Pandemia- anos 2020 e 2021- tivemos redução do número de denúncias, provavelmente por subnotificação.
Com o maior tempo de pais e filhos em casa, esperaríamos na verdade e infelizmente, um aumento do número de casos de violência contra a mulher e contra a criança…
NÃO SE CALE!!!
Está certo, mas como posso desconfiar que meu filho está sofrendo algum tipo de violência?
Muitas vezes, a criança não apresenta nenhuma alteração no exame físico.
Nenhuma marca ou hematoma, mas isso não significa que esteja tudo bem.
Sempre desconfie se o seu filho ou quem estava com ele, após o surgimento de uma lesão, contar uma história que a justifique que não pareça compatível ou que seja fantasiosa. Ou ainda mais, se ele ou essa pessoa mudar fatos e/ou pontos da história quando confrontado.
Outro fator para desconfiança seria a demora para procurar ajuda, numa história de trauma grave ou o medo expresso da criança e/ou adolescente em contar o mecanismo do trauma, principalmente, se ele estiver próximo do possível agressor.
Além disso, se a queda foi o mecanismo de trauma alegado, sempre tente saber a altura da queda, superfície de contato, se havia testemunhas no local… Uma queda de altura superior a 1,50 metro pode causar lesão grave, uma queda menor que isso, muito possivelmente não.
Traumas repetitivos também suscitam em suspeita. Principalmente se eles não condizerem com a fase evolutiva neurológica da criança, por exemplo, alegar que a criança rolou e caiu em se tratando de um recém-nascido ou a presença de vários hematomas em dorso numa história de queda do berço.
Ainda devemos observar o contexto social em que a criança está inserida.
Se existe história positiva de cuidadores com uso abusivo de álcool ou drogas, história pregressa de agressão a mulher, criança e/ou animais, história de doença mental ou depressão ou de abuso na infância. Tudo isso deve ser considerado.
O comportamento da criança também é muito importante.
Qualquer mudança abrupta como tristeza, depressão, choros inexplicados, apatia, auto-mutilação, falta de apetite, enurese noturna (xixi na cama) ou então agressividade, isolamento social também merecem atenção.
Uma criança que, por outro lado, apresente exposição e manipulação frequente de genitais, jogos eróticos e sexualização que não condizem com a idade, curiosidade sexual excessiva, introdução de objetos no ânus e/ou vagina pode indicar que ela esteja sofrendo abuso sexual.
Ainda, havendo lesão, existem alguns tipos que são mais características de abuso físico:
Vamos cuidar dos nossos pequenos.
NÃO SE CALE! DISQUE 100. Denuncie.
Dúvidas ou sugestões? É só deixar aí abaixo ou no campo “Dúvidas” do Site.
Nos vemos em breve.
Até lá!
Dr Vinícius F. Z. Gonçalves- Pediatra e Neonatologista
CLÍNICA GONÇALVES- Deixe a nossa família cuidar da sua.
Fontes:
MANUAL DE ATENDIMENTO ÀS CRIANÇAS E ADOLESCENTES VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA- 2ª edição-
SOCIEDADE DE PEDIATRIA DE SÃO PAULO – SPSP e SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA – SBP- 2018.
2. Protocolo de Abordagem da Criança ou Adolescente Vítima de Violência Doméstica- Número 2- Setembro de 2018- Departamento Científico de Segurança da Criança e do Adolescente – SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA – SBP.
O Dr. José Francisco Gonçalves Filho ou, apenas Dr. Francisco, nasceu em Rincão em 23 de Julho de 1955. Primogênito de uma família humilde com mais três irmãos, passou grande parte da infância e adolescência na cidade de Terra Roxa, interior de São Paulo.
Como todo menino naquela época, que morava no interior, se entretia com atividades rurais na fazenda de seu avô.
Tinha o sonho de se tornar médico e, quando completou a maioridade, prestou vestibular para as principais faculdades do Estado.
Como não havia internet naquele tempo e as notícias literalmente chegavam à cavalo, ficou sabendo por um conhecido, que havia passado na Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Sorocaba. Seu nome havia aparecido no jornal e ele nem tinha ido checar.
Um misto de alegria e tristeza o consumiu, visto que a sua família não teria condições de arcar com os custos de uma faculdade de medicina. No entanto, o seu pai, o Sr. José Francisco Gonçalves, foi o primeiro a incentivá-lo e sem pestanejar setenciou: “Filho, você VAI fazer a faculdade. Tudo se dá um jeito”.
Talvez foi dele e a partir daí que a alma arrojada, investidora e corajosa se aflorou e ele aceitou e decidiu ir para Sorocaba realizar seu sonho.
Vale dizer, que na época, já conhecia aquela que se tornaria a sua esposa e fiel companheira incondicional, a Sra. Vilma.
Foram momentos de dificuldade e ao mesmo tempo de muito aprendizado e alegrias.
Ele contava com muito orgulho e comicidade os perrengues literais que passava na sua famosa República Computação 7, a qual dividia quartos e dívidas com outros colegas que foram seus amigos por toda a vida. Já nessa época, tinha a postura de líder e organizava as contas da casa e até a miligramagem de cada bife consumido no almoço.
Mas a vida é cheia de altos e baixos para todos…
No quarto dos seis anos de faculdade, seu pai faleceu. E ele teve que assumir toda a responsabilidade de filho mais velho da família e da sua nova família em formação.
Ele poderia ter desistido de tudo. Mas não! Estudou, trabalhou ainda mais, dava plantões (naquela época isso era possível antes de finalizar a faculdade) e ministrava aulas num cursinho pré-vestibular, fato que o fez ganhar o apelido carinhoso de “Professor”, para conseguir ajudar a sua família e pagar as suas contas, como a faculdade mesmo, a qual foi quitada só posteriormente numa espécie de FIES da época.
E assim foi. Sem medo de trabalho e estudo, ele seguiu e fez seu reinado.
Trabalhou em vários Hospitais e cidades vizinhas. E o destino fê-lo criar raiz em São Roque, uma cidadezinha do interior, próxima de Sorocaba.
Começou a trabalhar na Santa Casa de São Roque. Abriu seu primeiro consultório. E cresceu, cresceu… Mudou algumas vezes de consultório, sempre com a ideia de expandir e melhorar. Ajudou e estava junto na fundação da Unimed São Roque.
NUNCA parou de estudar, o nosso Professor.
Imagine que quando se formou, não havia ainda muita tecnologia e conhecimento sobre diagnósticos por imagem. E lá foi ele, estudar e conseguir o Título de Especialista em Ultrassonografia. Mas não parou por aí, continuou aprendendo, fez cursos em outras estados e chegou a ir a outros países para aprender e comprar seus instrumentais de cirurgia por vídeo, sendo pioneiro na região.
Com outros colegas, constituiu a Clínica Médica Santa Isabel, uma policlínica que é vizinha à Santa Casa. E, ainda, fez sua morada na mesma rua. Não posso deixar de dizer, que também lá foi líder, e era ele que organizava as finanças de toda a clínica. Ele literalmente colocava a mão na massa e para toda e qualquer melhoria ou reforma, lá estava ele, ajudando inclusive na pintura das paredes.
Aficionado por trabalho, nunca deixava um paciente ou colega na mão. E se dispunha, o horário que fosse, a sair da sua casa ou consultório e ir ao Hospital ajudá-los.
Mas, como diz a Bíblia em Mateus 7:17 “toda árvore boa, produz bons frutos…”. E, não poderia ser diferente, a sua filha Dra. Francine, também médica Ginecologista e Obstetra, voltara à São Roque e iniciaria sua carreira ao lado do pai.
Inicialmente, uma sala foi alugada e ela começou seus atendimentos também na Clínica Médica Santa Isabel.
Mas o espírito empreendedor e visionário do Dr. Francisco era insaciável.
Sabendo que seu filho, Dr. Vinícius, médico Pediatra e Neonatologista, também estaria voltando em pouco tempo à sua cidade natal, resolveu fundar uma Clínica só para a família.
E, assim nasceu, em 5 de Outubro de 2017, a Clínica Gonçalves.
Como a vida é cheia de ciclos e os ciclos sem completam e se encontram, essa foi fundada justamente na mesma morada da família citada há pouco.
Bem, e o restante da história vocês já conhecem…
Doutor José Francisco Gonçalves Filho.
Você que não foi apenas médico, mas avô, pai e conselheiro de muitas pacientes e o responsável por gerações de muitas famílias;
Você que não foi apenas marido, mas fiel, conselheiro, amoroso e porto seguro;
Você que não foi apenas pai, mas guia, inspiração, motivador, exemplo;
Você que não foi apenas avô, Vô Quico, mas a luz dos olhos do nosso fiozinho de cobre, a pessoa que ele mais gostava e que tinha um elo inexplicável, de alma talvez;
Você que não foi…
Você que não foi e que nunca irá.
Que sempre vive e viverá em nossos corações.
Vamos tentar fazer ao menos um quinquagésimo de tudo que fez e manteremos os seus sonhos e planos aqui presentes.
Você que não foi,
Até breve!
CLÍNICA GONÇALVES- Deixe a nossa família cuidar da sua
Partimos para o terceiro ano da Clínica Gonçalves e só podemos agradecer a todos vocês que confiaram em nosso trabalho e estiveram conosco por mais um ano!
Hoje encerramos um ciclo.
Mas começaremos um novo, com novas chances e oportunidades. Muita saúde, alegria, realizações e paz a todos.
Muito obrigado!!!
Nos vemos em 2020.
CLÍNICA GONÇALVES- Deixe a nossa família cuidar da sua.
No dia 23 de abril começou a Campanha Nacional de Vacinação contra o Influenza, uma ação do Ministério da Saúde para reduzir o impacto da doença. O dia 12 de maio foi o “DIA D” quando ocorreu a mobilização nacional contra a gripe, estavam abertos 65 mil postos de vacinação, sendo 37 mil de rotina e 28 mil volantes, com envolvimento de 240 mil pessoas.
Vamos aqui, naquele nosso bate-bola, tentar responder grande parte das dúvidas sobre a doença e sobre a vacinação.
1. O que é gripe?
A Influenza é também conhecida como Gripe, é uma infecção do sistema respiratório cuja principal complicação são as pneumonias, responsáveis por um grande número de internações hospitalares no país.
2. Quais são os sintomas?
Inicia-se em geral com febre alta- que costuma durar 3 dias, seguida de dor muscular, dor de garganta, dor de cabeça, coriza e tosse seca. Os sintomas respiratórios, como tosse, tornam-se mais evidentes com a progressão da doença e mantêm-se em geral de três a cinco dias após o desaparecimento da febre, podendo ser confundida com o resfriado.
3. Quer dizer que gripe e resfriado não são a mesma coisa?
Não! O resfriado também é uma doença respiratória, mas é causado por vírus diferentes. Os vírus mais comuns associados ao resfriado são os rinovírus, os vírus parainfluenza e o vírus sincicial respiratório (VSR), que geralmente acometem as crianças.
Os sintomas do resfriado, apesar de parecidos com os da gripe, são mais brandos e duram menos tempo. Os sintomas incluem tosse, congestão nasal, coriza, dor no corpo e dor de garganta leve. A ocorrência de febre é menos comum e, quando presente, é em temperaturas baixas.
4. O que causa a gripe então?
É o vírus Influenza. Existem 3 tipos de vírus influenza: A, B e C. O vírus influenza C causa, apenas, infecções respiratórias brandas, e não está relacionado com epidemias.
Os vírus influenza A e B são responsáveis por epidemias, sendo o vírus influenza A responsável pelas grandes pandemias. Dentre os subtipos de vírus influenza A, os subtipos A(H1N1) e A(H3N2) circulam atualmente em humanos.
5. Como posso pegar a gripe?
Ela pode ser transmitida de forma direta por meio das secreções das vias respiratórias de uma pessoa contaminada ao espirrar, ao tossir ou ao falar, ou por meio indireto pelas mãos, que após contato com superfícies recentemente contaminadas por secreções respiratórias de um indivíduo infectado, podem carrear o vírus diretamente para a boca, nariz e olhos.
6. Como posso me tratar caso pegue gripe?
Pessoas com gripe devem beber bastante água e descansar. A maioria das pessoas se recuperará dentro de uma semana. Os medicamentos antivirais para a gripe podem reduzir complicações e óbitos graves.
Estes são especialmente importantes para grupos de alto risco. Idealmente, essas drogas precisam ser administradas precocemente (dentro de 48 horas após o início dos sintomas).
7.Por quanto tempo posso transmitir a doença, caso pegue?
Indivíduos adultos infectados podem transmitir o vírus entre 24 e 48 horas antes do início de sintomas, porém em quantidades mais baixas do que durante o período sintomático.
Nesse período, o pico da excreção viral ocorre principalmente entre as primeiras 24 até 72 horas do início da doença, e declina até aos níveis não detectáveis por volta do 5º dia, após o início dos sintomas.
As crianças, quando comparadas aos adultos, também excretam vírus mais precocemente, com maior carga viral e por períodos longos.
8. Como se prevenir da Influenza?
Para redução do risco de adquirir ou transmitir doenças respiratórias, especialmente as de grande infectividade, como vírus Influenza, orienta-se que sejam adotadas medidas gerais de prevenção, chamadas de “etiqueta respiratória”, tais como:
Frequente lavagem e higienização das mãos, principalmente antes de consumir algum alimento
Utilizar lenço descartável para higiene nasal
Cobrir nariz e boca quando espirrar ou tossir
Evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca
Higienizar as mãos após tossir ou espirrar
Não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas
Manter os ambientes bem ventilados
Evitar contato próximo a pessoas que apresentem sinais ou sintomas de gripe
9.Qual a vacina ofertada no SUS?
A vacina influenza ofertada no SUS é trivalente e protege contra os tipos de vírus influenza A (H1N1)pdm09, A (H3N2) e influenza B Yamagata, que são os vírus de maior importância epidemiológica, de acordo com a própria OMS.
10. E a vacina das clínicas privadas? O que tem de diferente?
Ela costuma ser uma vacina tetravalente, ou seja, além de proteger contra os três tipos de vírus citados acima possui proteção contra um outro tipo do vírus influenza B, o Victoria.
11. Qual o público alvo da Campanha Nacional de Vacinação contra Influenza?
Crianças de 6 meses a 5 anos
Pessoas com mais de 60 anos
Gestantes
Mulheres que deram à luz nos últimos 45 dias
Profissionais da saúde
Professores da rede pública e particular
População indígena
Portadores de doenças crônicas, como diabetes, asma e artrite reumatoide
Indivíduos imunossuprimidos, como pacientes com câncer que fazem quimioterapia e radioterapia
Portadores de trissomias, como as síndrome de Down e de Klinefelter
Pessoas privadas de liberdade
Adolescentes internados em instituições socioeducativas, como a Fundação Casa
12.Por que a campanha de vacinação é realizada anualmente e, geralmente, nos meses de abril e maio?
A circulação do vírus influenzaocorre durante todo o ano, mas é mais frequente no outono e no inverno, quando as temperaturas caem, principalmente no Sul e Sudeste do Brasil.
A vacina é capaz de promover imunidade durante o período de maior circulação dos vírus influenzareduzindo o agravamento da doença. No geral, a detecção de anticorpos protetores se dá entre 2 a 3 semanas após a vacinação e, em média, confere proteção de 6 a 12 meses, sendo que o pico máximo de anticorpos ocorre após 4 a 6 semanas da vacinação.
Por esse motivo, a vacinação é anual e busca proteger a população alvo da campanha contra as cepas que mais circularam no hemisfério sul, no ano anterior.
Por hoje é só!
Ficamos aqui com mais um tema.
Caso hajam dúvidas ou sugestões, é só deixar no tópico abaixo.
Até a próxima!!!
Dr. Vinícius F.Z. Gonçalves- Pediatra e Neonatologista