Olá papais e mamães!
Continuando a nossa saga sobre as dicas de verão e das Férias, hoje vamos falar sobre as picadas de insetos, como preveni-las e tratá-las.
Antes de tudo, devemos sempre ter cuidado com a casa e com os seus arredores, prestando atenção nos locais com represamento de água, como os vasos de plantas e os bebedouros de cães e gatos.
O uso de repelentes mecânicos, como mosquiteiros nos berços e telas nas janelas das casas, também pode ser de fundamental importância. Ainda mais se associado ao uso produtos químicos- como a Permetrina a 0,5% (não aplicar na pele)- para evitar a aproximação de mosquitos, borrachudos e alguns carrapatos. Devemos fechar as janelas nos períodos do nascer e do pôr-do-sol, o que reduz a entrada de mosquitos; usar roupas de trama mais fechada, compridas, claras – as escuras atraem os insetos- e evitar o uso de perfumes.
Ainda assim, a principal dúvida dos pais é sobre qual repelente usar nos seus filhos? Qual tem a maior eficácia? Qual previne contra o mosquito da Dengue, Chikungunya e Zika vírus??? Calma aí, que já vamos explicar!
No Brasil, possuímos basicamente três tipos de repelentes liberados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária): Deet, Icaridina ou Picaridina e EBAAP ou IR3535.
1) Deet: Inadequado para menores de 2 anos. Não deve ser associado a protetor solar- chance aumentada de irritação da pele. Apesar disso, é um dos produtos mais antigos, com maior número de estudos, além de oferecer amplo espectro de ação contra diversos insetos. Na concentração de 10% confere proteção por até duas horas, podendo ser aplicado até 3x/dia. Em concentrações maiores só está liberado para crianças com mais de 10 anos de idade. Marcas: Repelex, Autan e OFF.
2) Icaridina ou Picaridina: Liberado a partir de 2 anos de idade (já existem formulações a partir de 6 meses de idade). De origem botânica- derivados da pimenta- tem perfil de eficácia semelhante ao DEET, mas aparentemente superior para a proteção contra o mosquito Aedes aegypti, quando em concentrações superiores a 20%. No entanto, sem relato de reações graves quando aplicado na pele. Marcas: Exposis, Baruel, Sunlau e SBP.
3) IR3535: Liberado a partir de 6 meses de idade. Um dos tipos de repelentes mais recentes no Brasil, com limitado número de estudos de eficácia. Apesar de apresentar perfil de ação semelhante aos anteriores quando em concentração de 20%, este dado não costuma constar na embalagem dos produtos nacionais. Marcas: Johnson’s e Huggies Turma da Mônica.
Ainda, existem os repelentes naturais de citronela, andiroba ou óleo de soja, porém além de serem de baixa eficácia, necessitam de reaplicação frequente.
No fim deste texto, deixaremos uma tabela com todas a marcas e opções do mercado para facilitar a escolha do repelente ideal para o seu filho!
Mas antes disso, vale deixar aqui algumas recomendações:
- Usar o repelente apenas para cobrir e não saturar a pele
- Usar na pele ou roupa E NÃO sob as roupas
- No rosto, NUNCA aplicar diretamente. Aplicar sempre antes nas mãos, esfregar e então espalhar uma fina camada na face. Evitar olhos, boca, genitais e lavar as mãos após a aplicação
- Não aplicar nas mãos de crianças pequenas, devido ao risco de ingestão ao levarem as mãos à boca
- Não aplicar na pele lesionada
- A eficácia é reduzida com a natação ,suor, chuvas e lavagem
- A reaplicação frequente do produto é desnecessária
- Sendo assim, ao usar protetor solar concomitante, é melhor aplicá-lo posteriormente. Se possível, usá-los separadamente com intervalo de 20 a 40 minutos entre as aplicações.
Até aí tudo bem! Mas e se o danado do mosquito picou o meu pequeno mesmo assim???
Devemos realizar apenas cuidados locais, como a limpeza com água e sabão.
Se ocorrer muito inchaço ou coceira, o ideal é a avaliação médica.
Apesar da eficácia medicamentosa ser questionável, o fármacos mais empregados ainda são os anti-histamínicos (anti-alérgicos) de uso oral e os corticoides tópicos. O uso de anti-histamínicos tópicos, como a prometazina (Fenergan), tem sido evitado ultimamente pelo risco de sensibilização da pele.
Com essas dicas, os pequenos vão poder curtir muito mais as férias sem preocupação.
Nos vemos na próxima semana, com um novo tema.
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Até breve!
Dr. Vinícius Gonçalves- Pediatra e Neonatologista
Fonte.:
Alergia e Imunologia para o Pediatra- 3a. Edição – Editora Manole-2018.
Guia de Repelentes – Sociedade Brasileira de Pediatria-2015.
Site: http://www.pediatriadescomplicada.com.br