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Qual temperatura é febre? O que mudou?

Olá, tudo bem com vocês? Eu espero que sim!

Em Maio desse ano (deixo o link abaixo) a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) mudou o ponto de corte da temperatura para a definição da febre.

Alguns meses se passaram e vi que o assunto entrou à tona no noticiário, e então, vim falar um pouco sobre isso, por aqui.

1) Qual a temperatura é considerada como febre?

Atualmente, considera-se febre a temperatura AXILAR a partir de 37,5C.

2) Porque você destacou AXILAR?

Em um texto anterior sobre a febre (Segue o link: https://clinicagoncalves.com/2021/01/12/o-medo-da-febre/), destaquei que a temperatura corpórea é diferente em cada parte do corpo. Por exemplo, na medida retal, se considera febre acima de 38C.

Mais do que isso, nesse novo texto, a SBP reitera a medida da temperatura axilar e, até contra-indica, a utilização de termômetros de infra-vermelho, fora do ambiente hospitalar e também em menores de 1 ano!!!

a SBP contra-indica, a utilização de termômetros de infra-vermelho, fora do ambiente hospitalar e também em menores de 1 ano!!!

3) Então, como o “corte” da febre abaixou, eu devo medicar meu filho o quanto antes? Ou melhor, ir correndo ao médico ou ao PS?

NÃO!

As orientações são as mesmas e recomendo MUITO que leia o texto sobre o medo da febre: https://clinicagoncalves.com/2021/01/12/o-medo-da-febre/ .

Principalmente, a parte final.

Como disse, as orientações são as mesmas: se o seu filho estiver com febre, mas confortável, não é preciso e nem recomendado medicar (ou hipermedicar).

Tente dar um banho, ofertar líquidos e retirar um pouco da roupa e levá-lo para um ambiente mais arejado.

Sinais de alerta:

– Febre acima de 39,5 ºC com tremores de frio

– Abatimento acentuado ou forte indisposição (sonolência e irritabilidade, choro inconsolável ou choramingas, gemência) que não melhoram após o efeito da dose de antitérmico

– Aparecimento de sintomas diferentes

– Febre que ultrapassa três dias completos (em crianças maiores de 3 meses)

4) Mas a febre não controlada, principalmente, alta não aumenta a chance de convulsão?

Não.

A convulsão febril ocorre apenas em crianças com histórico pessoal ou familiar de convulsão febril, em crianças de 6 meses a 5 anos de idade.

E, além disso, mais do que a temperatura absoluta, é ascensão rápida da temperatura que pode causar a convulsão.

A novidade nesse novo texto da SBP (link abaixo) foi que o uso de antitérmico profilático para crianças com histórico de convulsão febril, não mostrou ser efetivo.

Sendo assim, mesmo em crianças com histórico de convulsão febril, o uso do antitérmico profilático não mostrou ser efetivo e, portanto, não há evidência na sua recomendação.

4) E para as vacinas?

A recomendação é a mesma!!!

As vacinas que mais causam reação como a Pentavelante e/ou DTP sofrem forte influência negativa do uso do antitérmico profilático, reduzindo a resposta vacinal.

Costumo dizer para os pais: “digitem no Google Paracetamol e vacina Pentavalente e vejam o resultado”.

Existem vacinas, como a Meningo B, que não sofrem essa influência. Mas são exceções.

5) Qual o melhor antitérmico?

Na realidade, não há um melhor.

Mas sim aquele que a família e a criança se adaptem melhor.

A tríade da Pediatria continua sendo:

  • Paracetamol, desde 0 dias de vida
  • Dipirona, a partir de 3 meses de vida.
  • Ibuprofeno, a partir de 6 meses de vida.

O AAS infantil entrou em desuso devido à possibilidade da Síndrome de Reye. Uma reação grave quando ele é utilizado durante quadros febris infeciosos virais.

6) Entretanto, muito cuidado!!!

Os antitérmicos são absorvidos após 30-60 minutos da ingestão.

Tendo um pico de ação após 2-3h.

Cuidado com a hipermedicação, uso inferior a 4-6 horas, pois pode ocorrer superdosagem (verifique que há uma dose máxima diária, na tabela acima).

Além do uso prolongado ou associado com outras medicações.

A Paracetamol pode causar lesão hepática (no fígado), a Dipirona pode causar reações alérgicas e agranulocitose e o Ibuprofeno, dispepsia, sangramentos gástricos e lesões renais.

A diferença entre o medicamento e o veneno esta justamente na dose.

Lembre-se disso!

Embora pareça controversa, essa nova recomendação surgiu justamente para tranquilizar as famílias.

Vamos lembrar que a temperatura corpórea oscila ao longo do dia em mais de 1C e que a febre, não necessariamente, indica doença em si, mas sim que o corpo está combatendo algo.

Tenha tranquilidade!!!

E não esqueça de ver esse texto sobre o “Medo da Febre”: https://clinicagoncalves.com/2021/01/12/o-medo-da-febre/

Vejo vocês numa próxima.

Até lá!

Dr Vinícius F. Z. Gonçalves- Pediatra e Neonatologista

CLÍNICA GONÇALVES- Deixe a nossa família cuidar da sua.

Fontes:

1. Abordagem da Febre Aguda em Pediatria e Reflexões sobre a febre nas arboviroses- Documento Científico da Sociedade Brasileira de Pediatria. Departamentos Científicos de Pediatria Ambulatorial e Infectologia (gestão 2022-2024). Nº 206, 15 de Maio de 2025. Link: https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/sbp/2025/maio/16/24896f-DC_-Abordag_Febre_Aguda_em_Pediatria_e_Reflexoes_VIRTUAL.pdf

2. O Medo da Febre. Clínica Gonçalves. Link: https://clinicagoncalves.com/2021/01/12/o-medo-da-febre/

Como fazer o bebê dormir?

Olá, tudo bem com vocês? Espero que sim!

Hoje vim tentar responder a essa pergunta de mais de um milhão de dólares– hahaha.

Mas antes, eu já havia falado sobre o sono dos bebês e crianças nessa publicação:

Dicas de Sono

Vale muito a leitura!

Então chega de papo e vamos falar mais sobre o sono das crianças e bebês, no velho estilo bate-bola.

1) O que é a Melatonina? Onde produzimos?

A Melatonina é um hormônio produzido a partir de um aminoácido, o Triptofano. E esse, é convertido em Serotonina (já ouviram falar nela? O hormônio do prazer?), para então virar a Melatonina.

Ela é produzida, principalmente, no nosso cérebro, em uma glândula chamada Pineal. Mas também na retina, nas plaquetas e pelo intestino.

Confira a imagem:

2) O que a Melatonina faz e quem controla a sua produção?

A Melatonina é o famoso “hormônio do sono”.

Ela é quem controla nosso ciclo cicardiano (noite-dia) ou relógio biológico.

A sua produção é EXTREMAMENTE prejudicada pela exposição à luz, principalmente a AZUL (presente em dispositivos eletrônicos, como celulares, tablets e telas).

Esse hormônio é produzido exclusivamente à noite, requerendo um ambiente estritamente escuro. Mesmo uma luz fraca pode inibir a sua produção.

Veja a imagem acima, novamente.

Vale destacar que, em estados de forte estresse físico ou psicológico, há a liberação de hormônios no nosso corpo, como o Cortisol e a Adrenalina, que inibem a produção da Melatonina também.

3) A Melatonina só regula o Sono?

Não!

Ela também é responsável pelo controle do apetite (jejum noturno)/ secreção da insulina, redução da temperatura corporal, da frequência cardíaca e da pressão arterial, além da inibição da micção noturna.

Veja só, muitas crianças com problemas de sono também tem: sobrepeso/obesidade, resistência insulínica ou diabetes, pressão alta e enurese noturna (fazem xixi na cama).

Uma boa rotina de sono pode regular vários sistemas do nosso corpo.

4) Um bebê produz Melatonina? A partir de quando?

Os bebês já recebem Melatonina durante toda a gestação, via placenta.

E continuam a recebê-la até 12-20 semanas (3 a 5 meses), após o nascimento, pelo leite materno.

Entretanto, um bebê só começa a produzir Melatonina, de fato, aos 3 meses de vida.

Ainda assim, veja como o leite materno é importante para consolidar o ciclo sono-vigília dos bebês até que o próprio organismo dê conta da sua produção.

5) Quanto dorme um bebê/ uma criança?

A cada ano de vida, dormimos menos.

Entretanto, as sonecas durante o dia, são importantes e cruciais ao sono noturno até os 3-5 anos de idade.

Confira a tabela:

Veja que, os adolescentes dormem menos, e a Melatonina também controla a produção de hormônios sexuais.

Após a pandemia, observou-se um aumento do número de casos de puberdade precoce em crianças e muito provavelmente, isso ocorreu pelo excesso/abuso de telas, nesse período.

6) Está certo. Muito blábláblá, mas vamos ao que interessa… Quanto de Melatonina eu preciso dar para meu filho dormir?

Aí que está o “X” da questão.

A ANVISA proibiu a venda de produtos que contenham Melatonina para crianças. Estando liberada apenas para adultos (acima de 19 anos).

Embora, ela possa ser utilizada em alguns casos específicos, na pediatria, é importante frisar que em ambulatórios que acompanham o sono, mais de 50% dos casos são tratados com a correção dos hábitos de sono não saudáveis.

Essa deve ser a primeira linha de tratamento.


Hey, mas não vá embora ainda!!!🙏🏻

Tem muita informação legal, que pode ajudar no sono do seu filho:

  • Rotina é crucial!

Mesmo que seja um final de semana, feriado, viagem… É muito importante que seu filho tenha um horário para dormir e acordar.

Pode reparar que, após as férias ou em um final de semana muito atribulado, o sono do seu filho sofrerá um impacto até se ajustar ao longo da semana novamente.

Acredite, as crianças gostam de rotina.

  • Escuro

Acho que deixei bem claro no texto que a LUZ, mesmo que mínima, impacta e MUITO na produção da Melatonina.

O quarto deve ser escuro e silencioso.

O blecaute é uma ótima opção!

  • Eletrônicos

Como também mencionei, os dispositivos eletrônicos (tablets, TVs e celulares) emitem muita luz, principalmente, a AZUL, que é a que mais impacta na produção de Melatonina!!!

Evite o uso deles, ao menos, 1h antes da hora de dormir. Preferencialmente, até 2-3h antes.

  • Relaxamento

Tem pais que imaginam que gastar a energia antes de dormir vai ajudar no sono e… NÃO!

Próximo do horário de dormir, reduza a atividade da casa, as luzes e os ruídos.

Prepare o ambiente com o mínimo de estímulos.

Abaixe a luz, ou utilize cores quentes e fracas (vermelha). E na hora do sono, evite qualquer tipo de luz.

Reduza o som ou utilize músicas instrumentais, canções de ninar tranquilas e em baixo volume. O ruído branco pode acalmar os bebês.

Leia um livro antes de dormir e, como disse antes, evite celulares, tablets e vídeos na cama.

  • Refeição

Evite alimentos pesados próximo do horário de dormir.

Bebidas com cafeína como: café, chá preto ou mate, refrigerantes e chocolates , podem impactar negativamente no sono.

Sabia que existem alguns alimentos que ajudam na síntese da Melatonina?

Como disse no início desse texto, a Melatonina é convertida do Triptofano, um aminoácido que é presente em alguns alimentos.

E segue aqui, uma tabela de alimentos, que podem ajudar no sono do seu filho (dica de ouro):

  • Atividade física

Realizar atividades físicas, ao longo do dia, ajudam na rotina de sono.

No entanto, evite que seu filho faça atividades intensas, próximo do horário de dormir.

Crianças que passam longos períodos nas telas, não apenas pela LUZ AZUL, mas também pelo baixo gasto energético, costumam a apresentar mais problemas de sono.

  • Conforto

Nada mais gostoso do que nossa casa, nosso quarto, nossa cama, não é?

Bom, pelo menos deveria ser.

E também deve ser para as crianças!

Prepare um ambiente com lençóis, mantas e colchões confortáveis.

Retire objetos que causem distração ou causem desconforto da cama ou do berço.

Ps.: Lembrem-se que, ao falarmos de bebês menores de 4-6 meses (que ainda não rolam) o berço deve ser o mais simples possível! Evitem travesseiros, almofadas, pelúcias ou protetores de berço, devido ao risco de sufocamento.

  • Consistência e Paciência (MUITA)

Não espere resultados rápidos.

A rotina de sono depende de uma: ROTINA. E desde pequeno.

Se seu filho despertar ao longo da noite, evite acender as luzes, realizar barulho e retirá-lo da cama ou berço, ou ainda, trazê-lo para a sua cama (solução mais fácil, mas que pode ter um impacto grande e difícil de ser contornado).

Tente acalmá-lo na própria cama ou berço, e se não for possível, no colo, mas sempre tente colocá-lo de volta no seu local de dormir.

Segue o resumo das dicas:

Todas as Sociedades de Pediatria desaconselham que os pais durmam na mesma cama que seus filhos, principalmente, os bebês.

Após 4-6 meses, após o rolamento e o sustento do pescoço, os bebês já tem autonomia para dormirem sozinhos, no próprio quarto.

Como pediatra, mas principalmente como pai, eu vejo e presencio momentos que são desafiadores.

Muitas vezes, a solução mais fácil, para aquele momento, seria tirar a criança do berço, trazer para a cama e passar a noite toda dormindo…

Para aquele momento!

Os resultados, a longo prazo, são menos promissores. E essa associação, mais difícil de se desfazer, no futuro.

O sono depende de rotina, consistência e paciência.

Acreditem, com um pouco de tudo isso, o resultado vem. Acreditem!!!

Se seu filho não estiver dormindo, reveja como foi o dia dele, ou melhor, os últimos dias dele.

Veja como foi a rotina de exercícios, se houve muita exposição à tela (principalmente antes de dormir), se vocês tiveram um momento de relaxamento antes do sono, como foi a alimentação e se não há nenhuma mudança drástica na rotina dele como: brigas em casa, mudança de casa ou escola, nascimento de um irmãozinho, óbito de algum familiar, nascimento de dentes, doença aguda ou, até mesmo, um salto de desenvolvimento.

Releia as dicas acima.

Pratique.

Tenho certeza que dará certo!

Sigam firmes!!!

Nos vemos, em breve.

Dr. Vinícius F.Z. Gonçalves- Pediatra e Neonatologista

Fontes:

  1. Sociedade Brasileira de Pediatria- Distúrbios da melatonina: o que o pediatra precisa saber.
    Documento Científico Departamento Científico de Endocrinologia (gestão 2022-2024)Nº 209, 27 de Maio de 2025. Link:https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/sbp/2025/maio/27/24834c-DC_-_Dist_melatonina_o_que_pediatra_precisa_saber.pdf

Você sabe o que é Herpangina?

Olá! Tudo bem com vocês? Eu espero que sim!

Voltamos a um período com bastantes casos de Doença Mão-Pé-Boca (MPB).

A MPB é causada principalmente pelo vírus Coxsackie e transmitida por gotículas de pessoa a pessoa.

Nunca ouviu falar de mão-pé-boca?

Então lhe convido a ver essa postagem: https://clinicagoncalves.com/tag/mao-pe-boca/

Mas e o que tem a ver MPB com a Herpangina?!

A Herpangina pode ser um estágio inicial do mão-pé-boca ou até mesmo uma doença isolada, que irá cursar justamente apenas com lesões vesiculares (bolhas) em fundo de boca.

“Nem toda dor de garganta é amigdalite”.

1) Quem causa a Herpangina?

O agente mais comum é o próprio Cocksackie A e B. Mas outros vírus como o da Herpes também podem causá-la e, geralmente, acometem também a língua e a gengiva (aftas).

2) Como é a transmissão?

Também da mesma forma que a MPB, através de gotículas ou compartilhamento de objetos contaminados como brinquedos, copos e talheres.

3) Quais são os sintomas?

Geralmente, ocorre febre e ALTA por um período de 1-3 dias.

A criança pode apresentar redução do apetite, dificuldade de engolir, dor, salivação e mau hálito. Bem como, dor de cabeça, no corpo e na barriga.

Após alguns dias, surgem as lesões em fundo da boca, como pequenas bolhas.

4) Existe um tratamento?

O tratamento é sintomático.

Por ser uma doença viral, o uso de antibióticos não é indicado e não muda a evolução da doença.

Devemos utilizar analgésicos ou antiinflamatórios para a dor.

Podem ser feitas soluções em spray com Própolis aquoso ou com anestésicos (para crianças com mais de 3 anos).

Se houver surgimento de aftas, pomadas podem ser aplicadas nas lesões.

4) Quanto tempo duram as lesões?

Elas duram cerca de 7-10 dias, em média.

5) É possível pegar mais uma vez?

Sim. Não há uma imunidade duradoura.

Embora seja raro ter Herpangina seguidamente, não é incomum uma criança ter a doença mais de uma vez na vida, bem como MPB.

6) É uma doença que exige isolamento?

Sim. O ideal que até a melhora das lesões (cerca de uma semana) se realize isolamento da pessoa doente, pois ela pode transmitir o vírus através de gotículas para outras pessoas.

7) A Herpangina é uma doença grave?

Não. A Herpangina geralmente é uma doença branda e auto-limitada.

Em casos mais graves, pode haver desidratação pela dificuldade em ingerir alimentos.

Deve-se incentivar o consumo de líquidos, evitando frutas ácidas, alimentos quentes, em pedaços ou muito condimentados.

A dieta deve ser pastosa, morna para fria e em consistência de purês ou caldos.

A Herpangina é mais uma das famigeradas VIROSES do pediatra, sim!

E também é mais uma causa de DOR DE GARGANTA que não necessita de tratamento com antibióticos.

Take-home message: “Nem toda dor de garganta é amigdalite”.

Quer saber mais? Então confira: https://clinicagoncalves.com/2019/07/10/551/

Então é isso!

Espero que tenham gostado dessa publicação.

Nos vemos em breve e até lá!!!

Dr. Vinícius F.Z. Gonçalves- Pediatra e Neonatologista

Fontes:

  1. Sociedade Brasileira de Pediatria- Dor de Garganta. Link: https://www.sbp.com.br/especiais/pediatria-para-familias/cuidados-com-a-saude/dor-de-garganta/
  2. Boston Children’s Hospital- Herpangina. Link: https://www-childrenshospital-org.translate.goog/conditions/herpangina?_x_tr_sl=en&_x_tr_tl=pt&_x_tr_hl=pt&_x_tr_pto=tc

O Novo Calendário Vacinal 2025

Olá, tudo bem com vocês? Eu espero que sim!

Hoje, venho falar do novo Calendário Vacinal proposto pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e comentar as novidades e diferenças dos anos anteriores.

Bora lá?!?

Mas, antes de começarmos, vale dizer que o Calendário realizado pela SBP não é o mesmo que o utilizado pelas UBSs (Postos de Saúde).

Deixo aqui o Novo Calendário 2025:


Se você bateu o olho rapidamente, já notou algumas novidades, como a presença da Vacina contra a COVID-19, contra a Dengue e a Nirsevimabe.

  • COVID-19

Desde 2024, a vacina contra a COVID-19 entrou oficialmente para o Calendário Vacinal das crianças a partir dos 6 meses até os 5 anos de idade.

De forma resumida, a vacina que foi utilizada até o final de 2024 era a XBB (Moderna/Spykevax).

Atualmente, a vacina utilizada é Pfizer Baby em 3 doses.

Ela é encontrada, exclusivamente, nos Postos de Saúde.

Crianças que receberam uma dose da XBB, podem completar o seu esquema vacinal com doses adicionais da Pfizer (2 doses).

Falei mais sobre ela aqui: https://clinicagoncalves.com/2024/06/19/voce-ja-ouviu-falar-da-xbb-a-nova-vacina-da-covid/ .

  • Dengue

Em 2024, tivemos uma escalada dos casos de Dengue.

Nesse ano, a previsão também não é boa.

Desde 2023, temos uma nova Vacina contra a Dengue, a QDenga, que pode ser administrada em crianças, a partir dos 4 anos, em duas doses.

As UBSs chegaram a realizá-la em grupos de risco, como adolescentes, no ano passado.

Mas você consegue realizá-la em Clínicas Particulares. Adultos até 60 anos podem recebê-la.

Falei mais sobre ela aqui: https://clinicagoncalves.com/2023/09/11/a-nova-vacina-da-dengue/.

  • Nirsevimabe

Apesar de chamarmos todas as medicações aplicadas com injeções de vacinas, formalmente, a Nirsevimabe é um anticorpo pronto e não, uma vacina propriamente dita.

“Prima” da Palivizumabe (Synagis), que é realizada pelo SUS em prematuros menores de 29 semanas, cardiopatas e pneumopatas em 5 aplicações, nos meses de outono/inverno, a Nirsevimabe é recomendada a TODAS as crianças no primeiro ano de vida, independentemente da sazonalidade, para a prevenção da Bronquiolite. Realizada em dose ÚNICA.

No final de 2024, houve uma Consulta Pública (Conitec/SECTICS nº 96/2024) para a sua incorporação no Calendário Vacinal Público.

Portanto, ainda com certa dificuldade, ela só é encontrada em Clínicas Particulares.


  • HPV

Gostaria de gastar algumas linhas para falar sobre a Vacina contra o HPV. Ela previne cânceres, como o Câncer de Colo de Útero, e as verrugas genitais (crista de galo).

O SUS fornece a vacina HPV4 (previne contra os vírus 6-11-16-18) para crianças/adolescentes, em dose única, a partir de 9 anos.

A SBP preconiza, sempre que possível, realizar a vacina HPV9 (que protege contra nove vírus) em duas doses, com intervalo de 6 meses.

Mesmo quando realizada a HPV4, sugere-se uma segunda dose de reforço para crianças/adolescentes de 9-19 anos.


*BÔNUS

Muitas gestantes e futuras mamães acompanham a nossa Página, dessa forma, dedico aqui também um espaço para falar sobre a vacina das Gestantes.

São recomendadas:

  • Covid-19 (em qualquer momento da gestação)
  • dTpa (a partir de 20 semanas de idade gestacional)
  • Influenza (de acordo com a sazonalidade do vírus, em qualquer momento da gestação)
  • Vacina contra o VSR: Abrysvo (preferencialmente entre 32 a 36 semanas de gestação sendo que a vacina está licenciada a partir de 24 semanas de idade gestacional)
  • Hepatite B Completa (3 doses)

Acho que por hoje é só!

Nos vemos em breve.

Até lá!!!

Dr. Vinícius F. Z. Gonçalves– Pediatra e Neonatologista

CLÍNICA GONÇALVES- Deixe a nossa família cuidar da sua

Fontes:

  1. Calendário de Vacinação da SBP – Atualização 2024/2025 – Departamentos Científicos de Imunizações e Infectologia (gestão 2022-2024)- Nº 184, 05 de Dezembro de 2024 (atualização).

Fimose

Olá, tudo bem com vocês? Eu espero que sim!!!

Ultimamente, venho recebendo muitas perguntas sobre o tema “Fimose”.

Vejo muita apreensão dos pais e muuuitas dúvidas- algumas em virtude das opiniões de terceiros- e que, nem sempre são corretas…

Vamos então tentar saná-las?

1) É normal os meninos terem fimose?

SIM!!!

Para não dizer que todos os meninos nascem com fimose, a estatística real ao nascimento é de 96%.

Ou seja, quase todos.

2) Mas a fimose é algo “normal” ou é uma doença?

Depende.

Como vocês podem observar acima, a fimose pode ser algo “normal”.

Grande parte dos meninos nascem com fimose, também chamada de fimose fisiológica ou primária. E, ao longo do tempo, a quase totalidade deles (90%) terão resolução espontânea da fimose até os 3 anos de idade.

Entretanto, existem casos de fimose secundária

E isso abre espaço para a próxima pergunta:

3) Eu preciso fazer as “massagens” ou “manobras” para abrir a fimose do meu filho?

A resposta é um categórico NÃO!!!

Culturalmente orientada e disseminada, infelizmente, até mesmo por profissionais de saúde, as ditas “manobras” ou “massagens” NÃO DEVEM SER REALIZADAS. ELAS podem causar traumas físicos e, até mesmo psicológicos.

Esses pequenos traumas ao cicatrizar, podem levar ao estreitamento do canal (fibrose), a chamada fimose secundária, cuja resolução é apenas cirúrgica.

Culturalmente orientada e disseminada, infelizmente, até mesmo por profissionais de saúde, as ditas “manobras” ou “massagens” NÃO DEVEM SER REALIZADAS.

4) O que fazer então?

O que é recomendado, atualmente, seria realizar uma ligeira tração, sem machucar, durante o banho apenas, para a higiene local.

5) Qual o tratamento?

É importante ressaltar para os pais e cuidadores que, na imensa maioria das vezes, a abertura da fimose é um processo natural e que haverá resolução espontânea nos primeiros anos de vida.

E que, portanto, não requer nenhum tipo de tratamento.

A depender do grau e idade do paciente (persistência), veja a tabela:

Graus de Fimose

O médico poderá escolher entre o tratamento conservador x cirúrgico.

6) Quando a cirurgia deve ser indicada?

A cirurgia é indicada formalmente nos casos de:

  1. Presença de afecções do trato urinário (refluxo vesico uretral, válvula de uretra
    posterior, síndrome de Prune Belly, megaureter)
  2. Balanite xerótica obliterante

Embora, existam indicações realizadas pela maioria dos cirurgiões pediátricos

  1. Impossibilidade de exposição da glande em criança acima de 3 anos de idade
    (tratamento conservador refratário)
  2. Episódio prévio de para-fimose
  3. Balanopostites ou infecções urinárias de repetição

Apesar disso, gostaria de endossar que a fimose tem um caráter de resolução espontânea, na maioria das vezes, e compartilhar esse estudo que acompanhou crianças por sete anos:

“Take Home Message”

Acho que é isso!

Ficaram dúvidas? Então, é só deixá-las abaixo que eu respondo.

Até a próxima!

Nós vemos em breve.

Dr Vinícius F. Z. Gonçalves- Pediatra e Neonatologista

CLÍNICA GONÇALVES- Deixa a nossa família cuidar da sua!

Fontes:

  1. Fimose: Tratamento Clínico X Tratamento Cirúrgico. Documento Científico- Departamento Científico de Pediatria Ambulatorial e Grupo de Trabalho de Cirurgia Pediátrica (gestão 2022-2024). Sociedade Brasileira de Pediatria- 25 de Maio de 2023. Link:https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/23978c-DC_-_Fimose_tratam_Clinico_x_Tratam_Cirurgico.pdf
  2. FIMOSE: QUANDO A CIRURGIA É INDICADA?- DEPARTAMENTO CIENTÍFICO DE CLÍNICA CIRÚRGICA EM PEDIATRIA DA SOCIEDADE DE PEDIATRIA DE SÃO PAULO- 13 de Novembro de 2020. Link: https://www.spsp.org.br/PDF/SPSP-DC-Cirurgia%20Pedi%C3%A1trica-13.11.2020.pdf
  3. Manual de Uropediatria. Sociedade Brasileira de Pediatria e Sociedade Brasileira de Urologia. Link: https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/Manual_Uropediatria-Final.pdf

Como tratar Sinusite?

Olá, tudo bem com vocês? Eu espero que sim!

Estamos num momento muito crítico para àquelas pessoas que têm problemas respiratórios.

Sim. Leia-se aqui todas as “ites”: rinites, sinusites, bronquites (asma)…

O clima frio e seco associado à amplitude térmica, dias que mudam rapidamente do quente para o frio e vice-versa, são nocivos para as nossas vias aéreas.

Então, decidi falar dessa vez sobre a Sinusite.

Bora lá?

1) É errado dizer: “Eu tenho Sinusite”?

Errado não, a depender do que você quer dizer com isso.

Existem as Rinossinusites Agudas Virais, o famoso resfriado comum.

Existem também as Rinossinusites Alérgicas, aquelas que popularmente chamamos de Rinite ou Sinusite.

Hoje preferimos utilizar o termo Rinossinusite, pois a via aérea, nariz e seios da face, são um continuum.

Logo, quando alguém diz que “tem” Sinusite, provavelmente está falando da Rinossinusite Alérgica.

E, por fim, existem as Sinusites, ou melhor, Rinossinusites Agudas Bacterianas.

E será sobre elas que falarei hoje!

2) Péra aí um pouquinho… Seios da face? Não estou entendo nada!

Quando falamos da Sinusite, estamos falando de uma inflamação/infecção dos seios da face.

Os ossos do crânio possuem pequenos espaços por onde o ar passa antes de ir para os pulmões.

Estes buraquinhos são os seios da face.

Ar passando pelos seios da face

O ar, ao passar pelos seios da face é filtrado, aquecido, muda seu fluxo e velocidade para então descer aos pulmões.

Costumo brincar que os seios da face são uma espécie de filtro e eles também têm a função de nos proteger de infecções.

Os seios da face

PARTE IMPORTANTE!!!

As crianças não nascem com todos os seios da face abertos. Eles vão se abrindo ao longo dos anos e terminam a sua pneumatização (abertura) no final da adolescência.

GRAVEM ISSO!

3) Como alguém adquire uma Sinusite?

A Sinusite Bacteriana costuma ser uma complicação de um resfriado em 80% das vezes e, em até 20 % delas, uma complicação de uma alergia.

Os seios da face com a inflamação/secreção acabam sendo um local propício para o crescimento e proliferação de bactérias.

A Sinusite Bacteriana, bem como a Otite Média Bacteriana e a Pneumonia Bacteriana são possíveis complicações de um resfriado comum.

São fatores de risco também:

Alerta: Uso prolongado de corticoide! Cuidado com o uso rotineiro de Prednisolona, Betametasona, Dexametasona e afins, sem a avaliação médica.

4) Como é feito o Diagnóstico?

O diagnóstico é eminentemente CLÍNICO!

Pensando em crianças, diante de um quadro de resfriado comum, o esperado é a melhora em 7-10 dias, eventualmente 2 semanas.

Quando uma criança apresenta um quadro de resfriado prolongado, que ao invés de melhorar, parece que piora depois da primeira semana, associado à presença de um novo quadro febril (lembrem-se resfriados comuns podem causar febre nas primeiras 48-72h), secreção amarela ou purulenta, tosse noturna (devido à descarga nasal posterior, ou seja, lá no fundo da boca quando se deita)… Devemos pensar em um quadro de Sinusite Bacteriana.

Pode haver mal-hálito também e dor referida em pressão nos ouvidos.

No entanto, a dor de cabeça, principalmente à compressão dos seios da face é mais comum em adultos. Nos adultos também, é menos comum (cerca de 50% das vezes apenas) a presença de febre.

Sintomas de Sinusite

5) E não precisa fazer Raio-X???

Não! Um categórico NÃO aqui!

Primeiramente, vamos lembrar que os seios da face não estão completamente abertos, nas crianças.

Logo, a radiografia não será um bom exame para conseguir avaliar uma estrutura que ainda nem está formada…

Formação dos seios da face

Segundo que, mesmo em adultos, a radiografia é controversa. Ela nem sempre tem a sensibilidade ou a especificidade adequada para a confirmação ou exclusão do diagnóstico.

O exame Padrão Ouro seria a Tomografia de Crânio. Mas obviamente que ela não é feita de rotina. Ela se destina para casos de complicações ou dúvida/resistência ao tratamento.

A Nasofibroscopia também é uma ótima opção. É um exame de imagem (câmera rígida ou flexível), mas só é encontrada em serviços especializados que disponham de Otorrinolaringologistas.

Mas acreditem, o diagnóstico continua sendo CLÍNICO, na imensa maioria das vezes, a partir da história clínica e exame físico do paciente.

6) E o tratamento?

O tratamento base e prevenção da Sinusite Bacteriana continua sendo a boa e velha lavagem nasal!

Sim!!! Acreditem nela 🙏🏻.

Tenho uma postagem apenas sobre isso, confira: https://clinicagoncalves.com/2023/12/11/como-fazer-lavagem-nasal/ .

Além disso, a umidificação do ar, inalações com soro fisiológico e evitar a exposição aos alérgenos ajudam e muito.

Perceberam que citei sobre os corticoides acima?

Sim, herói ou vilão?

Depende!

Diante de um quadro base alérgico, ele pode ser utilizado preferencialmente de forma tópica (spray nasal) e, eventualmente, em forma oral (xaropes, gotas e comprimidos).

Entretanto, seu uso rotineiro na apresentação oral (Prednisolona, Betametasona ou Dexametasona) pode ser um fator de risco para a Sinusite…

Cuidado com o seu uso rotineiro e sem prescrição médica!

7) E os antibióticos?

Sim, claro!

Diante de um caso de Sinusite Bacteriana o tratamento compreende o uso de antibióticos.

Assim como as Otites Médias e as Pneumonias Bacterianas, os principais agentes causadores são o Pneumococo e o Hemofílos do Tipo B, os quais já temos vacinas públicas e privadas para a prevenção (também falei delas aqui: https://clinicagoncalves.com/2023/10/26/a-nova-vacina-de-pneumococo/, confira).

“Tá e daí?!?”

Daí que o tratamento Padrão continua sendo o mesmo: as penicilinas!

A escolha número 1 é a boa e velha Amoxicilina.

Opções para crianças que receberam tratamento recente com ela, seria a própria medicação em dose dobrada (geralmente as bactérias que causam sinusite não possuem resistência), ou a associação com Clavulanato ou a Cefuroxima.

Tratamentos alternativos com a Azitromicina ou a Claritromicina não são a primeira escolha e só devem ser reservados para pacientes alérgicos às penicilinas.

8) Por quanto tempo?

O mínimo de tratamento para uma Sinusite Bacteriana são 10 dias.

Eventualmente, o tratamento pode ser extendido por 14-21 dias.

A escolha do antibiótico e o tempo de tratamento corretos são cruciais para a melhora clínico e, também, para se evitar resistência bacteriana e reinfecções.

Bem,

Acho que é isso!

Ficaram dúvidas? Então é só deixá-las abaixo que eu respondo.

Até a próxima!

Nós vemos em breve.

Dr Vinícius F. Z. Gonçalves- Pediatra e Neonatologista

CLÍNICA GONÇALVES- Deixa a nossa família cuidar da sua!

Fontes:

  1. Imagem 1 Ar e Seios da Face. Link: https://felippefelix.com.br/blog/cirurgia-dos-seios-da-face-sinusectomia/
  2. Imagem 2 Seios da Face. Link: https://felippefelix.com.br/blog/cirurgia-dos-seios-da-face-sinusectomia/
  3. Guideline IVAS- Infecções de Vias Aéreas Superiores- Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-facial. Link: https://aborlccf.org.br/wp-content/uploads/2023/01/guidelines_completo_07.pdf
  4. Sociedade Brasileira de Pediatria- Dezembro 2023. Link: https://www.sbp.com.br/especiais/pediatria-para-familias/doencas/sinusite-nas-criancas/

Como soltar o intestino do meu filho? (parte 2)

Olá! Como estão vocês? Espero que bem!

Continuando a falar sobre intestino preso (constipação)… Por acaso você não viu a parte 1? Sugiro que confira ela antes. Link aqui: https://wordpress.com/post/clinicagoncalves.com/3955.

Bem, vou falar da parte que todo mundo ACHA que sabe e que, sinceramente é a parte mais difícil…

Para um bom funcionamento do intestino é preciso principalmente de duas coisas: líquidos e fibras. Além de uma boa regularidade de atividade física.

Vamos falar de cada um detalhadamente.

1) Líquidos

A maioria da pessoas imagina que seus filhos ingerem uma quantidade apropriada de líquidos por dia. E…Nem sempre é isso que acontece.

Confira a tabela em destaque abaixo:

Os retângulos em vermelho demonstram a quantidade de líquidos recomendados por idade/ dia x gênero

Lembrando que:

  • Crianças menores de 6 meses deveriam consumir leite materno exclusivo ou fórmulas. Sem a necessidade de chás, água ou sucos.
  • Os sucos de frutas deveriam ser ofertados após 1 ano de idade.
  • Café e chás preto ou mate deveriam ser evitados por menores de 2 anos de idade.
  • O excesso de sucos industrializados, refrigerantes e bebidas adoçadas é um fator de risco para a obesidade. Crianças obesas são mais propensas a apresentarem Constipação Intestinal.

2) Fibras

Vamos falar do básico? Que todo mundo sabe?

Para aumentar o aporte de fibras, devemos aumentar o consumo de frutas com bagaço e casca, leguminosas (feijão, ervilha, lentilha, grão de bico, soja), hortaliças, cereais, farelos, farinhas integrais…

Mas vamos além!

Quanto de fibra uma criança precisa consumir por dia?

A resposta como sempre é: “Depende”. Depende da fonte onde você pesquisa e qual a idade da criança em questão.

Confira a tabela abaixo:

Outro ponto importante, nem todas as fibras são iguais.

Podemos distingui-las em fibras solúveis e insolúveis ou em fermentáveis e não-fermentáveis.

Genericamente falando, as fibras solúveis são mais fermentáveis.

Sim, e dái???

Daí que, as fibras fermentáveis ajudam no crescimento da flora intestinal (efeito prebiótico) e as fibras insolúveis na formação do bolo fecal.

Alguns exemplos de alimentos e os tipos de fibras citados:

E falando de parte prática, confira essa próxima tabela com os alimentos e quantidade de fibras que eles contêm:

Não existe uma recomendação formal sobre a proporção da oferta de fibras solúveis x insolúveis.

Entretanto, é importante pontuar que o excesso de fibras solúveis pode lentificar o trânsito intestinal e o excesso de fibras insolúveis pode aumentar o volume do bolo fecal, aumentando o desconforto ao evacuar. O equilíbrio sempre é a melhor resposta ;).

O consumo de gorduras boas como azeite de oliva, abacate/avocado, coco e castanhas (oleaginosas) também pode ajudar no trânsito intestinal.

3) Atividade Física

A junção de uma boa ingesta de líquidos, fibras e uma quantidade adequada de atividade física é a chave do sucesso para a constipação intestinal.

Menos tela, mais saúde!!! Amém.

Até a próxima publicação.

Espero vocês!

Dr Vinícius F. Z. Gonçalves- Pediatra e Neonatologista

CLÍNICA GONÇALVES– Deixe a nossa família cuidar da sua.

Fontes:

  1. MANUAL DE ASPECTOS NUTRICIONAIS EM SITUAÇÕES ESPECIAIS NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA- Sociedade Brasileira de Pediatria: https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/24504e-Man_AspecNutric_em_Sit_Especiais_Inf_e_adl.pdf
  2. Constipação intestinal- Departamento Científico de Gastroenterologia (gestão 2022-2024)- 04 de Abril de 2024- Sociedade Brasileira de Pediatria: https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/24448f-GPO-Constipacao_intestinal.pdf
  3. Disquesia –Departamento Científico de Aleitamento Materno – Sociedade Brasileira de Pediatria: https://www.sbp.com.br/especiais/pediatria-para-familias/nutricao/disquesia/

Como soltar o intestino do meu filho? (parte 1)

Olá! Tudo bem com vocês? Eu espero que sim.

Para compensar os meses sem publicações, nesse mês venho com tudo.

E, dessa vez, venho falar de intestino preso ou constipação intestinal.

Você sabia que essa queixa corresponde a 3% dos motivos das consulta pediátricas e até 25% das consultas com Gastroenterologista Pediátrico?

Bem comum, né?

Então vamos juntos conhecer um pouco mais sobre esse tema?

1) A constipação intestinal (intestino preso) é causada por uma doença?

A constipação é um sintoma, na maioria das vezes.

Até 95% delas é de causa funcional, ou seja, não costuma ser uma complicação de uma doença de base.

2) Como definir que uma criança tem intestino preso?

Depende da idade e de cada criança. O número de evacuações é bem variável e diminui à medida que a criança cresce.

Os recém-nascidos costumam evacuar várias vezes ao dia, geralmente, mais de quatro vezes ao dia.

Mas, um recém-nascido pode ficar até sete (isso mesmo, 7 dias) sem evacuar e isso pode ser completamente normal.

ATENÇÃO!!! MUITA ATENÇÃO!!!

Já ouviram falar de Disquesia?

A Disquesia é um distúrbio funcional que pode ocorrer em bebês até os 9 meses de idade, segundo os critérios ROMA IV, é uma espécie de incoordenação da capacidade de fazer força (prensa abdominal) e do relaxamento do esfíncter anal, e que pode gerar dor/incômodo durante o ato de evacuar ou soltar gases. MAS QUE NÃO CARECE DE TRATAMENTO MEDICAMENTOSO!!!

Então, se o seu bebê ficar alguns dias sem fazer cocô, sem incômodo excessivo, isso pode ser normal. Cuidado com os estímulos retais e uso recorrente de supositórios.

E não posso deixar de citar a pseudo-constipação intestinal que pode ocorrer em bebês alimentados com leite materno exclusivo. Uma entidade que, como o nome indica, não se configura como intestino preso de verdade e que consiste apenas no aumento do intervalo de evacuação, embora com fezes amolecidas e sem esforço.

“… um recém-nascido pode ficar até sete (isso mesmo, 7 dias) sem evacuar e isso pode ser completamente normal.”

Certo! Deixando tudo isso de lado, esses são os critérios para Constipação (Intestino Preso):

3) Como é feito o Diagnóstico? Os exames são necessários?

Geralmente, não.

Lembram-se? A Constipação em 95% das vezes é funcional, não é causada por doença alguma.

Então, é possível fazer o diagnóstico apenas com a História Clínica: número de evacuações, aspecto das fezes, manobras para facilitação, esforço, história de dor, sangramento retal ou hesitação para evacuar.

A idade de início também é outro fator que chama atenção.

Crianças que demoram ou não evacuam nas primeiras 48 horas de vida. Bem como, crianças com outros sintomas além do intestino preso, como vômitos com bile, febre, baixo ganho de peso e altura, alteração no exame neurológico e, principalmente, com alterações na coluna lombo-sacra devem ser vistas com atenção.

Nesses casos, a coleta de exames de sangue para o diagnóstico de doenças que também cursem com intestino preso pode ser necessário.

Já os exames de imagem podem ser dispensáveis . A radiografia de abdômen pode ser utilizada para confirmar a presença de fezes na ampola retal, embora possa ser facilmente identificada na palpação abdominal.

4) Qual o tratamento?

O tratamento consiste em alguns pilares que podem parecer “básicos”, mas que merecem destaque:

  • Hidratação
  • Consumo de fibras
  • Atividade física
  • Uso de laxativos
  • Treinamento do uso do sanitário

Sobre o uso de Laxativos, o Polietilenoglicol (PEG) se mostrou o mais efetivo no tratamento de constipação instestinal. A sua dose depende do peso/idade da crianças, bem como do momento do tratamento.

Doses mais altas podem ser utilizadas para desimpactação retal, alternativamente lavagem ou uso de supositórios.

As doses de manutenção podem e devem ser mantidas por meses, sem prejuízo algum à criança. E, com ajuda de um profissional, deve-se realizar o desmame gradual da medicação.

Importante reduzir as expectativas da família e sempre deixar claro que pode haver recidivas ao longo do processo, o que é comum.

Outras medicações como Lactulose, podem ser uma opção secundária. Bem como óleo mineral e leite de magnésia, em casos ESPECÍFICOS e com orientação médica.

O treinamento de toalete ou do uso do vaso sanitário consiste em levar a criança regularmente ao banheiro, mesmo que ela diga que não quer ir, criando uma rotina.

Há um reflexo chamado de ileocólico, que é desencadeado após comermos e que ajuda na peristalse (movimentação do intestino). Portanto, criar o hábito de levá-la ao banheiro logo após as refeições pode ser muito benéfico.

Insistir um pouco, sem brigar, por 5-10 minutos, utilizar apoio para os pés e reforços positivos em caso de tentativas bem sucedidas são o melhor caminho sempre!

E é isso!!!

Espero que tenha esclarecido mais essa.

Vejo vocês na próx….


“Hey, hey! Espera!!! Você não falou da água e das fibras.”


Sim. Parece fácil e óbvio, né? Mas não!

E esse é o pilar fundamental do tratamento de manutenção para o intestino preso.

Então…

Vejo vocês na próxima, de fato. Espero vocês!

Dr Vinícius F. Z. Gonçalves- Pediatra e Neonatologista

CLÍNICA GONÇALVES– Deixe a nossa família cuidar da sua.

Fontes:

  1. MANUAL DE ASPECTOS NUTRICIONAIS EM SITUAÇÕES ESPECIAIS NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA- Sociedade Brasileira de Pediatria: https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/24504e-Man_AspecNutric_em_Sit_Especiais_Inf_e_adl.pdf
  2. Constipação intestinal- Departamento Científico de Gastroenterologia (gestão 2022-2024)- 04 de Abril de 2024- Sociedade Brasileira de Pediatria: https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/24448f-GPO-Constipacao_intestinal.pdf
  3. Disquesia –Departamento Científico de Aleitamento Materno – Sociedade Brasileira de Pediatria: https://www.sbp.com.br/especiais/pediatria-para-familias/nutricao/disquesia/

Você já ouviu falar da XBB? A nova Vacina da Covid

Olá, tudo bem com vocês? Eu espero que sim!

Disse que voltava com tudo após essa pausa e novamente já estou aqui.

Hoje vim falar da nova Vacina contra a Covid, a vacina XBB.

Já ouviu falar dela? Não?

Então se liga, que aqui seguem as novas informações sobre a nova Vacina XBB que já estará disponível a partir do meio desse ano.

1) Qual a diferença dessa nova Vacina para as outras?

O Coronavírus, assim como o vírus Influenza, da gripe, sofre mutações.

E o que se tem observado é que ele está se distanciando ano a ano do vírus mutado inicial de 2019- veja, já se passaram 5 anos!

As variantes XBB do Coronavírus, especialmente, a XBB 1.5 apresenta mais de 40 mutações que o afasta do vírus original. E, dessa forma, novas vacinas são necessárias.

Sim. E aquilo que alguns já previam, assim como a Vacina da Gripe que é atualizada anualmente, muito possivelmente a Vacina da Covid também seguirá o mesmo caminho.

2) Quem deve receber a nova vacina?

Inicialmente, os grupos prioritários:

  1. Crianças maiores de seis meses e menores de cinco anos
  2. Idosos
  3. Imunocomprometidos
  4. Gestantes e puérperas
  5. Trabalhadores da saúde,
  6. Pessoas com comorbidades
  7. Indígenas, ribeirinhos e quilombolas
  8. Pessoas vivendo em instituições de longa permanência e seus trabalhadores, pessoas com deficiência permanente, privados de liberdade maiores de 18 anos, adolescentes e jovens cumprindo medidas socioeducativas, funcionários do sistema penitenciário e pessoas em situação de rua.

3) Mas Doutor, meu filho já tomou todas as doses da Vacina Coronavac ou Pfizer Baby. Ele precisa receber essa vacina?

Sim. Como dito acima, ela é uma nova vacina (atualizada).

As crianças de 6 meses a 5 anos que já tem a vacinação completa devem receber 1 dose de reforço.

Aquelas, que ainda não receberam nenhuma dose de vacina, deverão iniciar o esquema com a Nova Vacina XBB.

Confira a tabela:

4) Certo! Mas e se meu filho iniciou o esquema com outra vacina, como a Pfizer Baby, por exemplo, o que deve ser feito?

No final desse texto deixarei a Fonte Original do Ministério da Saúde, explicando cada situação de intercambialidade entre as vacinas.

Mas de, uma forma geral, o que é recomendado é que se complete o esquema vacinal com a Nova Vacina XBB no lugar das doses remanescentes.

5) E se meu filho tiver mais de 5 anos? Ele não recebe essa vacina?

Se o seu filho tiver mais de 5 anos, não for de nenhum grupo de risco (comorbidades) e apresentar esquema vacinal completo, ele NÃO precisará receber a nova vacina.

No entanto, caso seu filho ainda não tenha sido vacinado contra a Covid, é recomendado que ele receba uma dose da nova vacina.

6) Essa vacina pode ser feita com outras vacinas simultaneamente?

Sim!

Deixo a recomendação do Ministério da Saúde:

“As vacinas COVID-19 podem ser administradas simultaneamente ou a qualquer momento antes ou depois de outras vacinas para adultos, adolescentes e crianças, incluindo vacinas atenuadas e inativadas, excetuando-se a vacina contra a dengue. A mesma orientação se aplica à imunização materna para vacinas recomendadas durante a gravidez. Quando administradas simultaneamente, as vacinas devem ser injetadas em locais separados, preferencialmente em extremidades diferentes.”

Por hoje é só!

Espero ter ajudado a solucionar as dúvidas sobre a Vacina XBB.

Mas e aí? Ainda restam dúvidas?

Então é só deixá-las abaixo que eu respondo.

Até a próxima!!!

Dr Vinícius F. Z. Gonçalves- Pediatra e Neonatologista

CLÍNICA GONÇALVES– Deixe a nossa família cuidar da sua.

Fontes:

  1. Ministério da Saúde- Inclusão da Vacina Covid-19 Monovalente XBB na Estratégia de Vacinação Contra COVID-19- Brasília- 21/05/204. Link: file:///C:/Users/sruh126190/Downloads/Informe%20T%C3%A9cnico%20-%20Vacina%20Covid%20XBB%20(1).pdf
  2. Ministério da Saúde. Link: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2024/maio/ministerio-da-saude-lanca-nova-campanha-de-vacinacao-contra-covid-19

Pneumonia: TUDO o que você precisa saber

Olá! Tudo bem com vocês? Eu espero que sim.

Depois de um longo e tenebroso inverno, cá estou. E venho trazer um dos temas que mais assusta os pais e que mais me perguntam também: a Pneumonia.

Bora no nosso tradicional bate-bola?

1) O que é Pneumonia?

A Pneumonia é uma doença inflamatória dos pulmões. Geralmente, causada por agentes infecciosos como vírus, fungos e bactérias.

2) É comum e também muito grave “pegar” Pneumonia?

A resposta é sim e depende, respectivamente.

A Pneumonia é a principal causa de morbidade (doença) e de mortalidade em crianças menores de cinco anos em todo o mundo!!! Ou seja, ela é comum.

No entanto, para tranquilizar aqui quem está lendo esse texto, eu sempre digo que é improvável/impossível que seu filho ou você acordem de um dia para o outro com Pneumonia.

Ela é uma doença arrastada- em muitos lugares que você for ler/procurar refere-se como um quadro de gripe ou resfriado “mal tratados”.

Portanto, a pneumonia PODE ser grave. A depender da sua evolução, da idade do seu filho e de possíveis comorbidades que ele possua.

E, apesar de não concordar muito com a parte do “mal tratado”, como se a culpa fosse dos pais por não cuidarem de forma adequada dos seus filhos; eu vou de encontro com opinião de que a Pneumonia é precedida de um quadro, geralmente viral, de gripes ou resfriados que se arrasta, cursa com febre, tosse produtiva muito cansaço.

Portanto, a pneumonia PODE ser grave. A depender da sua evolução, da idade do seu filho e de possíveis comorbidades que ele possua.

O tema é tão importante que desde 2018 a Sociedade Brasileira de Pediatria tem publicado anualmente atualizações sobre ele, as quais utilizo para escrever esse texto (Fontes abaixo).

3) Como é feito o Diagnóstico?

A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde, com a Atenção Integrada às Doenças na Infância (AIDPI), criaram e disseminaram critérios exclusivamente clínicos para o diagnóstico de Pneumonias em crianças (de 2 meses a 5 anos), com alto grau de sensibilidade.

Basicamente, uma criança com febre persistente, tosse produtiva, sinais de desconforto respiratório- cansaço, como marcações abaixo das costelas, entre elas, na região do pescoço- e/ou taquipneia, respiração aumentada (veja tabela abaixo com os valores de corte para cada faixa etária), já teria critérios para se pensar em um quadro de Pneumonia.

Claro, a história clínica é muito importante.

Uma criança com um quadro arrastado de gripe ou resfriado, com um novo quadro de febre ou febre persistente, cansaço, prostração, sonolência, que não melhoram após o uso de antitérmicos, recusa alimentar extrema… Faz pensar na possibilidade de Pneumonia.

Ainda, no exame físico, a presença de estertores e não sibilos (chiado)- difícil de entender? Explico a diferença entre eles na Live de Maio no meu perfil do Instagram @drvinicius_goncalves– corroboram para o diagnóstico.

O cansaço e a saturação baixa também ajudam a pensar no quadro.

Confira o quadro abaixo:

4) E o Raio-X (radiografia de tórax), não é necessário?

Não!

Todos os artigos- deixo as referências abaixo- são UNÂNIMES: a radiografia de tórax não deve ser realizada em quadros simples como os de gripes/resfriados ou Pneumonias não complicadas, de tratamento ambulatorial (em casa).”

O Raio-x deve ser reservado para os casos graves, que demandem internação, ou nos casos em que não haja melhora a despeito do tratamento.

O exame não é capaz de diferenciar quadros virais de bacterianos. Inclusive, nem mesmo os exames de sangue, como o Hemograma ou PCR/VHS…

Além de tudo isso, cada vez mais é discutido o impacto do número elevado e repetitivo de exames de imagens em crianças, como radiografia e tomografias. Bem como, sua íntima relação no aumento da incidência de cânceres no futuro.

…a radiografia de tórax não deve se realizada em quadros simples como os de gripes/resfriados ou Pneumonias não complicadas, de tratamento ambulatorial (em casa).

5) Quem causa as Pneumonias?

Depende da faixa etária.

Mas observe o quadro abaixo:

Importante pontuar que, em crianças com de 2 meses até 5 anos de idade, os agentes mais relacionados são os VÍRUS!!!

Seguidos das bactérias: Streptococcus pneumoniae (Pneumococo), Staphylococcus aureus e Haemophilus influenzae do tipo B (Hemófilos do tipo B).

6) Como posso prevenir que meu filho “pegue” Pneumonia?

Ótima pergunta!

São fatores de risco:

  • Desmame precoce (antes de 6 meses de idade)
  • Início precoce em creche/escolinha
  • Desnutrição
  • Baixo nível de saneamento/ condições de higiene
  • Tabagismo passivo
  • Comorbidades (doenças pulmonares, cardíacas, anemia falciforme, doenças auto-imunes, imunodeficiência)
  • BAIXA COBERTURA VACINAL

Sim, manter as vacinas do seu filho em dia é um ótimo caminho!

Comentei sobre as vacinas do Pneumococo há uns meses, confira: https://clinicagoncalves.com/2023/10/26/a-nova-vacina-de-pneumococo/.

É possível complementar as vacinas públicas com as vacinas particulares de Pneumococo e Hemófilos, principais agentes que causam Pneumonia bacteriana em crianças.

Mas não se esqueçam, os VÍRUS são os principais agentes que causam Pneumonias e também são eles que geralmente predispõem a um quadro bacteriano.

Portanto, é importantíssimo manter atualizadas as vacinas de Gripe (Influenza) e COVID. E quem sabe, num futuro próximo, a de Bronquiolite (contra o VSR)???

7) E Pneumonia Silenciosa? Morro de medo!!!

Não sei ao certo porque houve esse “BOOM”de anseios, dúvidas e perguntas sobre a chamada “Pneumonia Silenciosa”.

A Pneumonia Silenciosa ou Assintomática, como o nome indica, não cursa com TODOS os sintomas típicos de uma Pneumonia comum.

Entretanto, ALGUM SINTOMA TÍPICO DE PNEUMONIA HÁ DE HAVER.

Sendo assim, pode não haver febre alta ou constante, mas deve haver cansaço, prostração, tosse…

Sinceramente, não encontrei documentos da Sociedade de Pediatria Brasileira abordando sobre o tema.

Quando se faz uma busca na internet, é mais provável que se encontre uma página de notícias comentando sobre a Pneumonia Silenciosa do que uma página médica.

Então para tranquilizar o coração de pais e mães, mesmo que não seja típico, em um caso de Pneumonia, o seu filho terá sintomas mais arrastados, que diferenciem de uma gripe ou de um resfriado. Algum grau de prostração ou cansaço mais persistentes.

E sim, num caso como esse, a avaliação médica de seu Pediatra é crucial!

Então é isso.

Espero que tenha elucidado mais essa.

Dúvidas ou sugestões? É só deixá-las abaixo.

Nos vemos em breve.

Até lá!!!

Dr. Vinícius F. Z. Gonçalves– Pediatra e Neonatologista

CLÍNICA GONÇALVES- Deixe a nossa família cuidar da sua

Fontes:

1) Documento Científico- Departamento Científico de Pneumologia- Pneumonia adquirida na Comunidade na Infância. Julho 2018. Link: https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/Pneumologia_-20981d-DC-_Pneumonia_adquirida_na_comunidade-ok.pdf

2) Documento Científico- Departamento Científico de Pneumologia-Abordagem Diagnóstica e Terapêutica das Pneumonias Adquiridas
na Comunidade Não Complicadas. Maio 2021. Link: https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/23054d-DC-Pneumonias_Adquiridas_Nao_Complicadas.pdf

3) Documento Científico- Departamento Científico de Pneumologia- Pneumonia adquirida na Comunidade na Infância- Fevereiro 2022. Link: https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/23053i-DC-Pneumonias_Adquiridas_Complicadas.pdf

4) Documento Científico- Departamento Científico de Pneumologia- Pneumonias Adquiridas na Comunidade Complicadas: Atualização 2024- Abril 2024- Link: https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/24347d-DC_PneumoniaAdquiridas_ComunidadeComplicada-Atualiza2024.pdf

5) Ministério da Saúde, Organização Pan-Americana da Saúde e Fudo das Nações Unidas para a Infância- Manual de Quadros de Procedimentos AIDPI- Brasília 2017- Link: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_quadros_procedimentos_aidpi_crianca_2meses_5anos.pdf