Qual temperatura é febre? O que mudou?

Olá, tudo bem com vocês? Eu espero que sim!

Em Maio desse ano (deixo o link abaixo) a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) mudou o ponto de corte da temperatura para a definição da febre.

Alguns meses se passaram e vi que o assunto entrou à tona no noticiário, e então, vim falar um pouco sobre isso, por aqui.

1) Qual a temperatura é considerada como febre?

Atualmente, considera-se febre a temperatura AXILAR a partir de 37,5C.

2) Porque você destacou AXILAR?

Em um texto anterior sobre a febre (Segue o link: https://clinicagoncalves.com/2021/01/12/o-medo-da-febre/), destaquei que a temperatura corpórea é diferente em cada parte do corpo. Por exemplo, na medida retal, se considera febre acima de 38C.

Mais do que isso, nesse novo texto, a SBP reitera a medida da temperatura axilar e, até contra-indica, a utilização de termômetros de infra-vermelho, fora do ambiente hospitalar e também em menores de 1 ano!!!

a SBP contra-indica, a utilização de termômetros de infra-vermelho, fora do ambiente hospitalar e também em menores de 1 ano!!!

3) Então, como o “corte” da febre abaixou, eu devo medicar meu filho o quanto antes? Ou melhor, ir correndo ao médico ou ao PS?

NÃO!

As orientações são as mesmas e recomendo MUITO que leia o texto sobre o medo da febre: https://clinicagoncalves.com/2021/01/12/o-medo-da-febre/ .

Principalmente, a parte final.

Como disse, as orientações são as mesmas: se o seu filho estiver com febre, mas confortável, não é preciso e nem recomendado medicar (ou hipermedicar).

Tente dar um banho, ofertar líquidos e retirar um pouco da roupa e levá-lo para um ambiente mais arejado.

Sinais de alerta:

– Febre acima de 39,5 ºC com tremores de frio

– Abatimento acentuado ou forte indisposição (sonolência e irritabilidade, choro inconsolável ou choramingas, gemência) que não melhoram após o efeito da dose de antitérmico

– Aparecimento de sintomas diferentes

– Febre que ultrapassa três dias completos (em crianças maiores de 3 meses)

4) Mas a febre não controlada, principalmente, alta não aumenta a chance de convulsão?

Não.

A convulsão febril ocorre apenas em crianças com histórico pessoal ou familiar de convulsão febril, em crianças de 6 meses a 5 anos de idade.

E, além disso, mais do que a temperatura absoluta, é ascensão rápida da temperatura que pode causar a convulsão.

A novidade nesse novo texto da SBP (link abaixo) foi que o uso de antitérmico profilático para crianças com histórico de convulsão febril, não mostrou ser efetivo.

Sendo assim, mesmo em crianças com histórico de convulsão febril, o uso do antitérmico profilático não mostrou ser efetivo e, portanto, não há evidência na sua recomendação.

4) E para as vacinas?

A recomendação é a mesma!!!

As vacinas que mais causam reação como a Pentavelante e/ou DTP sofrem forte influência negativa do uso do antitérmico profilático, reduzindo a resposta vacinal.

Costumo dizer para os pais: “digitem no Google Paracetamol e vacina Pentavalente e vejam o resultado”.

Existem vacinas, como a Meningo B, que não sofrem essa influência. Mas são exceções.

5) Qual o melhor antitérmico?

Na realidade, não há um melhor.

Mas sim aquele que a família e a criança se adaptem melhor.

A tríade da Pediatria continua sendo:

  • Paracetamol, desde 0 dias de vida
  • Dipirona, a partir de 3 meses de vida.
  • Ibuprofeno, a partir de 6 meses de vida.

O AAS infantil entrou em desuso devido à possibilidade da Síndrome de Reye. Uma reação grave quando ele é utilizado durante quadros febris infeciosos virais.

6) Entretanto, muito cuidado!!!

Os antitérmicos são absorvidos após 30-60 minutos da ingestão.

Tendo um pico de ação após 2-3h.

Cuidado com a hipermedicação, uso inferior a 4-6 horas, pois pode ocorrer superdosagem (verifique que há uma dose máxima diária, na tabela acima).

Além do uso prolongado ou associado com outras medicações.

A Paracetamol pode causar lesão hepática (no fígado), a Dipirona pode causar reações alérgicas e agranulocitose e o Ibuprofeno, dispepsia, sangramentos gástricos e lesões renais.

A diferença entre o medicamento e o veneno esta justamente na dose.

Lembre-se disso!

Embora pareça controversa, essa nova recomendação surgiu justamente para tranquilizar as famílias.

Vamos lembrar que a temperatura corpórea oscila ao longo do dia em mais de 1C e que a febre, não necessariamente, indica doença em si, mas sim que o corpo está combatendo algo.

Tenha tranquilidade!!!

E não esqueça de ver esse texto sobre o “Medo da Febre”: https://clinicagoncalves.com/2021/01/12/o-medo-da-febre/

Vejo vocês numa próxima.

Até lá!

Dr Vinícius F. Z. Gonçalves- Pediatra e Neonatologista

CLÍNICA GONÇALVES- Deixe a nossa família cuidar da sua.

Fontes:

1. Abordagem da Febre Aguda em Pediatria e Reflexões sobre a febre nas arboviroses- Documento Científico da Sociedade Brasileira de Pediatria. Departamentos Científicos de Pediatria Ambulatorial e Infectologia (gestão 2022-2024). Nº 206, 15 de Maio de 2025. Link: https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/sbp/2025/maio/16/24896f-DC_-Abordag_Febre_Aguda_em_Pediatria_e_Reflexoes_VIRTUAL.pdf

2. O Medo da Febre. Clínica Gonçalves. Link: https://clinicagoncalves.com/2021/01/12/o-medo-da-febre/

O Novo Calendário Vacinal 2025

Olá, tudo bem com vocês? Eu espero que sim!

Hoje, venho falar do novo Calendário Vacinal proposto pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e comentar as novidades e diferenças dos anos anteriores.

Bora lá?!?

Mas, antes de começarmos, vale dizer que o Calendário realizado pela SBP não é o mesmo que o utilizado pelas UBSs (Postos de Saúde).

Deixo aqui o Novo Calendário 2025:


Se você bateu o olho rapidamente, já notou algumas novidades, como a presença da Vacina contra a COVID-19, contra a Dengue e a Nirsevimabe.

  • COVID-19

Desde 2024, a vacina contra a COVID-19 entrou oficialmente para o Calendário Vacinal das crianças a partir dos 6 meses até os 5 anos de idade.

De forma resumida, a vacina que foi utilizada até o final de 2024 era a XBB (Moderna/Spykevax).

Atualmente, a vacina utilizada é Pfizer Baby em 3 doses.

Ela é encontrada, exclusivamente, nos Postos de Saúde.

Crianças que receberam uma dose da XBB, podem completar o seu esquema vacinal com doses adicionais da Pfizer (2 doses).

Falei mais sobre ela aqui: https://clinicagoncalves.com/2024/06/19/voce-ja-ouviu-falar-da-xbb-a-nova-vacina-da-covid/ .

  • Dengue

Em 2024, tivemos uma escalada dos casos de Dengue.

Nesse ano, a previsão também não é boa.

Desde 2023, temos uma nova Vacina contra a Dengue, a QDenga, que pode ser administrada em crianças, a partir dos 4 anos, em duas doses.

As UBSs chegaram a realizá-la em grupos de risco, como adolescentes, no ano passado.

Mas você consegue realizá-la em Clínicas Particulares. Adultos até 60 anos podem recebê-la.

Falei mais sobre ela aqui: https://clinicagoncalves.com/2023/09/11/a-nova-vacina-da-dengue/.

  • Nirsevimabe

Apesar de chamarmos todas as medicações aplicadas com injeções de vacinas, formalmente, a Nirsevimabe é um anticorpo pronto e não, uma vacina propriamente dita.

“Prima” da Palivizumabe (Synagis), que é realizada pelo SUS em prematuros menores de 29 semanas, cardiopatas e pneumopatas em 5 aplicações, nos meses de outono/inverno, a Nirsevimabe é recomendada a TODAS as crianças no primeiro ano de vida, independentemente da sazonalidade, para a prevenção da Bronquiolite. Realizada em dose ÚNICA.

No final de 2024, houve uma Consulta Pública (Conitec/SECTICS nº 96/2024) para a sua incorporação no Calendário Vacinal Público.

Portanto, ainda com certa dificuldade, ela só é encontrada em Clínicas Particulares.


  • HPV

Gostaria de gastar algumas linhas para falar sobre a Vacina contra o HPV. Ela previne cânceres, como o Câncer de Colo de Útero, e as verrugas genitais (crista de galo).

O SUS fornece a vacina HPV4 (previne contra os vírus 6-11-16-18) para crianças/adolescentes, em dose única, a partir de 9 anos.

A SBP preconiza, sempre que possível, realizar a vacina HPV9 (que protege contra nove vírus) em duas doses, com intervalo de 6 meses.

Mesmo quando realizada a HPV4, sugere-se uma segunda dose de reforço para crianças/adolescentes de 9-19 anos.


*BÔNUS

Muitas gestantes e futuras mamães acompanham a nossa Página, dessa forma, dedico aqui também um espaço para falar sobre a vacina das Gestantes.

São recomendadas:

  • Covid-19 (em qualquer momento da gestação)
  • dTpa (a partir de 20 semanas de idade gestacional)
  • Influenza (de acordo com a sazonalidade do vírus, em qualquer momento da gestação)
  • Vacina contra o VSR: Abrysvo (preferencialmente entre 32 a 36 semanas de gestação sendo que a vacina está licenciada a partir de 24 semanas de idade gestacional)
  • Hepatite B Completa (3 doses)

Acho que por hoje é só!

Nos vemos em breve.

Até lá!!!

Dr. Vinícius F. Z. Gonçalves– Pediatra e Neonatologista

CLÍNICA GONÇALVES- Deixe a nossa família cuidar da sua

Fontes:

  1. Calendário de Vacinação da SBP – Atualização 2024/2025 – Departamentos Científicos de Imunizações e Infectologia (gestão 2022-2024)- Nº 184, 05 de Dezembro de 2024 (atualização).

Como tratar Sinusite?

Olá, tudo bem com vocês? Eu espero que sim!

Estamos num momento muito crítico para àquelas pessoas que têm problemas respiratórios.

Sim. Leia-se aqui todas as “ites”: rinites, sinusites, bronquites (asma)…

O clima frio e seco associado à amplitude térmica, dias que mudam rapidamente do quente para o frio e vice-versa, são nocivos para as nossas vias aéreas.

Então, decidi falar dessa vez sobre a Sinusite.

Bora lá?

1) É errado dizer: “Eu tenho Sinusite”?

Errado não, a depender do que você quer dizer com isso.

Existem as Rinossinusites Agudas Virais, o famoso resfriado comum.

Existem também as Rinossinusites Alérgicas, aquelas que popularmente chamamos de Rinite ou Sinusite.

Hoje preferimos utilizar o termo Rinossinusite, pois a via aérea, nariz e seios da face, são um continuum.

Logo, quando alguém diz que “tem” Sinusite, provavelmente está falando da Rinossinusite Alérgica.

E, por fim, existem as Sinusites, ou melhor, Rinossinusites Agudas Bacterianas.

E será sobre elas que falarei hoje!

2) Péra aí um pouquinho… Seios da face? Não estou entendo nada!

Quando falamos da Sinusite, estamos falando de uma inflamação/infecção dos seios da face.

Os ossos do crânio possuem pequenos espaços por onde o ar passa antes de ir para os pulmões.

Estes buraquinhos são os seios da face.

Ar passando pelos seios da face

O ar, ao passar pelos seios da face é filtrado, aquecido, muda seu fluxo e velocidade para então descer aos pulmões.

Costumo brincar que os seios da face são uma espécie de filtro e eles também têm a função de nos proteger de infecções.

Os seios da face

PARTE IMPORTANTE!!!

As crianças não nascem com todos os seios da face abertos. Eles vão se abrindo ao longo dos anos e terminam a sua pneumatização (abertura) no final da adolescência.

GRAVEM ISSO!

3) Como alguém adquire uma Sinusite?

A Sinusite Bacteriana costuma ser uma complicação de um resfriado em 80% das vezes e, em até 20 % delas, uma complicação de uma alergia.

Os seios da face com a inflamação/secreção acabam sendo um local propício para o crescimento e proliferação de bactérias.

A Sinusite Bacteriana, bem como a Otite Média Bacteriana e a Pneumonia Bacteriana são possíveis complicações de um resfriado comum.

São fatores de risco também:

Alerta: Uso prolongado de corticoide! Cuidado com o uso rotineiro de Prednisolona, Betametasona, Dexametasona e afins, sem a avaliação médica.

4) Como é feito o Diagnóstico?

O diagnóstico é eminentemente CLÍNICO!

Pensando em crianças, diante de um quadro de resfriado comum, o esperado é a melhora em 7-10 dias, eventualmente 2 semanas.

Quando uma criança apresenta um quadro de resfriado prolongado, que ao invés de melhorar, parece que piora depois da primeira semana, associado à presença de um novo quadro febril (lembrem-se resfriados comuns podem causar febre nas primeiras 48-72h), secreção amarela ou purulenta, tosse noturna (devido à descarga nasal posterior, ou seja, lá no fundo da boca quando se deita)… Devemos pensar em um quadro de Sinusite Bacteriana.

Pode haver mal-hálito também e dor referida em pressão nos ouvidos.

No entanto, a dor de cabeça, principalmente à compressão dos seios da face é mais comum em adultos. Nos adultos também, é menos comum (cerca de 50% das vezes apenas) a presença de febre.

Sintomas de Sinusite

5) E não precisa fazer Raio-X???

Não! Um categórico NÃO aqui!

Primeiramente, vamos lembrar que os seios da face não estão completamente abertos, nas crianças.

Logo, a radiografia não será um bom exame para conseguir avaliar uma estrutura que ainda nem está formada…

Formação dos seios da face

Segundo que, mesmo em adultos, a radiografia é controversa. Ela nem sempre tem a sensibilidade ou a especificidade adequada para a confirmação ou exclusão do diagnóstico.

O exame Padrão Ouro seria a Tomografia de Crânio. Mas obviamente que ela não é feita de rotina. Ela se destina para casos de complicações ou dúvida/resistência ao tratamento.

A Nasofibroscopia também é uma ótima opção. É um exame de imagem (câmera rígida ou flexível), mas só é encontrada em serviços especializados que disponham de Otorrinolaringologistas.

Mas acreditem, o diagnóstico continua sendo CLÍNICO, na imensa maioria das vezes, a partir da história clínica e exame físico do paciente.

6) E o tratamento?

O tratamento base e prevenção da Sinusite Bacteriana continua sendo a boa e velha lavagem nasal!

Sim!!! Acreditem nela 🙏🏻.

Tenho uma postagem apenas sobre isso, confira: https://clinicagoncalves.com/2023/12/11/como-fazer-lavagem-nasal/ .

Além disso, a umidificação do ar, inalações com soro fisiológico e evitar a exposição aos alérgenos ajudam e muito.

Perceberam que citei sobre os corticoides acima?

Sim, herói ou vilão?

Depende!

Diante de um quadro base alérgico, ele pode ser utilizado preferencialmente de forma tópica (spray nasal) e, eventualmente, em forma oral (xaropes, gotas e comprimidos).

Entretanto, seu uso rotineiro na apresentação oral (Prednisolona, Betametasona ou Dexametasona) pode ser um fator de risco para a Sinusite…

Cuidado com o seu uso rotineiro e sem prescrição médica!

7) E os antibióticos?

Sim, claro!

Diante de um caso de Sinusite Bacteriana o tratamento compreende o uso de antibióticos.

Assim como as Otites Médias e as Pneumonias Bacterianas, os principais agentes causadores são o Pneumococo e o Hemofílos do Tipo B, os quais já temos vacinas públicas e privadas para a prevenção (também falei delas aqui: https://clinicagoncalves.com/2023/10/26/a-nova-vacina-de-pneumococo/, confira).

“Tá e daí?!?”

Daí que o tratamento Padrão continua sendo o mesmo: as penicilinas!

A escolha número 1 é a boa e velha Amoxicilina.

Opções para crianças que receberam tratamento recente com ela, seria a própria medicação em dose dobrada (geralmente as bactérias que causam sinusite não possuem resistência), ou a associação com Clavulanato ou a Cefuroxima.

Tratamentos alternativos com a Azitromicina ou a Claritromicina não são a primeira escolha e só devem ser reservados para pacientes alérgicos às penicilinas.

8) Por quanto tempo?

O mínimo de tratamento para uma Sinusite Bacteriana são 10 dias.

Eventualmente, o tratamento pode ser extendido por 14-21 dias.

A escolha do antibiótico e o tempo de tratamento corretos são cruciais para a melhora clínico e, também, para se evitar resistência bacteriana e reinfecções.

Bem,

Acho que é isso!

Ficaram dúvidas? Então é só deixá-las abaixo que eu respondo.

Até a próxima!

Nós vemos em breve.

Dr Vinícius F. Z. Gonçalves- Pediatra e Neonatologista

CLÍNICA GONÇALVES- Deixa a nossa família cuidar da sua!

Fontes:

  1. Imagem 1 Ar e Seios da Face. Link: https://felippefelix.com.br/blog/cirurgia-dos-seios-da-face-sinusectomia/
  2. Imagem 2 Seios da Face. Link: https://felippefelix.com.br/blog/cirurgia-dos-seios-da-face-sinusectomia/
  3. Guideline IVAS- Infecções de Vias Aéreas Superiores- Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-facial. Link: https://aborlccf.org.br/wp-content/uploads/2023/01/guidelines_completo_07.pdf
  4. Sociedade Brasileira de Pediatria- Dezembro 2023. Link: https://www.sbp.com.br/especiais/pediatria-para-familias/doencas/sinusite-nas-criancas/

Você já ouviu falar da XBB? A nova Vacina da Covid

Olá, tudo bem com vocês? Eu espero que sim!

Disse que voltava com tudo após essa pausa e novamente já estou aqui.

Hoje vim falar da nova Vacina contra a Covid, a vacina XBB.

Já ouviu falar dela? Não?

Então se liga, que aqui seguem as novas informações sobre a nova Vacina XBB que já estará disponível a partir do meio desse ano.

1) Qual a diferença dessa nova Vacina para as outras?

O Coronavírus, assim como o vírus Influenza, da gripe, sofre mutações.

E o que se tem observado é que ele está se distanciando ano a ano do vírus mutado inicial de 2019- veja, já se passaram 5 anos!

As variantes XBB do Coronavírus, especialmente, a XBB 1.5 apresenta mais de 40 mutações que o afasta do vírus original. E, dessa forma, novas vacinas são necessárias.

Sim. E aquilo que alguns já previam, assim como a Vacina da Gripe que é atualizada anualmente, muito possivelmente a Vacina da Covid também seguirá o mesmo caminho.

2) Quem deve receber a nova vacina?

Inicialmente, os grupos prioritários:

  1. Crianças maiores de seis meses e menores de cinco anos
  2. Idosos
  3. Imunocomprometidos
  4. Gestantes e puérperas
  5. Trabalhadores da saúde,
  6. Pessoas com comorbidades
  7. Indígenas, ribeirinhos e quilombolas
  8. Pessoas vivendo em instituições de longa permanência e seus trabalhadores, pessoas com deficiência permanente, privados de liberdade maiores de 18 anos, adolescentes e jovens cumprindo medidas socioeducativas, funcionários do sistema penitenciário e pessoas em situação de rua.

3) Mas Doutor, meu filho já tomou todas as doses da Vacina Coronavac ou Pfizer Baby. Ele precisa receber essa vacina?

Sim. Como dito acima, ela é uma nova vacina (atualizada).

As crianças de 6 meses a 5 anos que já tem a vacinação completa devem receber 1 dose de reforço.

Aquelas, que ainda não receberam nenhuma dose de vacina, deverão iniciar o esquema com a Nova Vacina XBB.

Confira a tabela:

4) Certo! Mas e se meu filho iniciou o esquema com outra vacina, como a Pfizer Baby, por exemplo, o que deve ser feito?

No final desse texto deixarei a Fonte Original do Ministério da Saúde, explicando cada situação de intercambialidade entre as vacinas.

Mas de, uma forma geral, o que é recomendado é que se complete o esquema vacinal com a Nova Vacina XBB no lugar das doses remanescentes.

5) E se meu filho tiver mais de 5 anos? Ele não recebe essa vacina?

Se o seu filho tiver mais de 5 anos, não for de nenhum grupo de risco (comorbidades) e apresentar esquema vacinal completo, ele NÃO precisará receber a nova vacina.

No entanto, caso seu filho ainda não tenha sido vacinado contra a Covid, é recomendado que ele receba uma dose da nova vacina.

6) Essa vacina pode ser feita com outras vacinas simultaneamente?

Sim!

Deixo a recomendação do Ministério da Saúde:

“As vacinas COVID-19 podem ser administradas simultaneamente ou a qualquer momento antes ou depois de outras vacinas para adultos, adolescentes e crianças, incluindo vacinas atenuadas e inativadas, excetuando-se a vacina contra a dengue. A mesma orientação se aplica à imunização materna para vacinas recomendadas durante a gravidez. Quando administradas simultaneamente, as vacinas devem ser injetadas em locais separados, preferencialmente em extremidades diferentes.”

Por hoje é só!

Espero ter ajudado a solucionar as dúvidas sobre a Vacina XBB.

Mas e aí? Ainda restam dúvidas?

Então é só deixá-las abaixo que eu respondo.

Até a próxima!!!

Dr Vinícius F. Z. Gonçalves- Pediatra e Neonatologista

CLÍNICA GONÇALVES– Deixe a nossa família cuidar da sua.

Fontes:

  1. Ministério da Saúde- Inclusão da Vacina Covid-19 Monovalente XBB na Estratégia de Vacinação Contra COVID-19- Brasília- 21/05/204. Link: file:///C:/Users/sruh126190/Downloads/Informe%20T%C3%A9cnico%20-%20Vacina%20Covid%20XBB%20(1).pdf
  2. Ministério da Saúde. Link: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2024/maio/ministerio-da-saude-lanca-nova-campanha-de-vacinacao-contra-covid-19

Pneumonia: TUDO o que você precisa saber

Olá! Tudo bem com vocês? Eu espero que sim.

Depois de um longo e tenebroso inverno, cá estou. E venho trazer um dos temas que mais assusta os pais e que mais me perguntam também: a Pneumonia.

Bora no nosso tradicional bate-bola?

1) O que é Pneumonia?

A Pneumonia é uma doença inflamatória dos pulmões. Geralmente, causada por agentes infecciosos como vírus, fungos e bactérias.

2) É comum e também muito grave “pegar” Pneumonia?

A resposta é sim e depende, respectivamente.

A Pneumonia é a principal causa de morbidade (doença) e de mortalidade em crianças menores de cinco anos em todo o mundo!!! Ou seja, ela é comum.

No entanto, para tranquilizar aqui quem está lendo esse texto, eu sempre digo que é improvável/impossível que seu filho ou você acordem de um dia para o outro com Pneumonia.

Ela é uma doença arrastada- em muitos lugares que você for ler/procurar refere-se como um quadro de gripe ou resfriado “mal tratados”.

Portanto, a pneumonia PODE ser grave. A depender da sua evolução, da idade do seu filho e de possíveis comorbidades que ele possua.

E, apesar de não concordar muito com a parte do “mal tratado”, como se a culpa fosse dos pais por não cuidarem de forma adequada dos seus filhos; eu vou de encontro com opinião de que a Pneumonia é precedida de um quadro, geralmente viral, de gripes ou resfriados que se arrasta, cursa com febre, tosse produtiva muito cansaço.

Portanto, a pneumonia PODE ser grave. A depender da sua evolução, da idade do seu filho e de possíveis comorbidades que ele possua.

O tema é tão importante que desde 2018 a Sociedade Brasileira de Pediatria tem publicado anualmente atualizações sobre ele, as quais utilizo para escrever esse texto (Fontes abaixo).

3) Como é feito o Diagnóstico?

A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde, com a Atenção Integrada às Doenças na Infância (AIDPI), criaram e disseminaram critérios exclusivamente clínicos para o diagnóstico de Pneumonias em crianças (de 2 meses a 5 anos), com alto grau de sensibilidade.

Basicamente, uma criança com febre persistente, tosse produtiva, sinais de desconforto respiratório- cansaço, como marcações abaixo das costelas, entre elas, na região do pescoço- e/ou taquipneia, respiração aumentada (veja tabela abaixo com os valores de corte para cada faixa etária), já teria critérios para se pensar em um quadro de Pneumonia.

Claro, a história clínica é muito importante.

Uma criança com um quadro arrastado de gripe ou resfriado, com um novo quadro de febre ou febre persistente, cansaço, prostração, sonolência, que não melhoram após o uso de antitérmicos, recusa alimentar extrema… Faz pensar na possibilidade de Pneumonia.

Ainda, no exame físico, a presença de estertores e não sibilos (chiado)- difícil de entender? Explico a diferença entre eles na Live de Maio no meu perfil do Instagram @drvinicius_goncalves– corroboram para o diagnóstico.

O cansaço e a saturação baixa também ajudam a pensar no quadro.

Confira o quadro abaixo:

4) E o Raio-X (radiografia de tórax), não é necessário?

Não!

Todos os artigos- deixo as referências abaixo- são UNÂNIMES: a radiografia de tórax não deve ser realizada em quadros simples como os de gripes/resfriados ou Pneumonias não complicadas, de tratamento ambulatorial (em casa).”

O Raio-x deve ser reservado para os casos graves, que demandem internação, ou nos casos em que não haja melhora a despeito do tratamento.

O exame não é capaz de diferenciar quadros virais de bacterianos. Inclusive, nem mesmo os exames de sangue, como o Hemograma ou PCR/VHS…

Além de tudo isso, cada vez mais é discutido o impacto do número elevado e repetitivo de exames de imagens em crianças, como radiografia e tomografias. Bem como, sua íntima relação no aumento da incidência de cânceres no futuro.

…a radiografia de tórax não deve se realizada em quadros simples como os de gripes/resfriados ou Pneumonias não complicadas, de tratamento ambulatorial (em casa).

5) Quem causa as Pneumonias?

Depende da faixa etária.

Mas observe o quadro abaixo:

Importante pontuar que, em crianças com de 2 meses até 5 anos de idade, os agentes mais relacionados são os VÍRUS!!!

Seguidos das bactérias: Streptococcus pneumoniae (Pneumococo), Staphylococcus aureus e Haemophilus influenzae do tipo B (Hemófilos do tipo B).

6) Como posso prevenir que meu filho “pegue” Pneumonia?

Ótima pergunta!

São fatores de risco:

  • Desmame precoce (antes de 6 meses de idade)
  • Início precoce em creche/escolinha
  • Desnutrição
  • Baixo nível de saneamento/ condições de higiene
  • Tabagismo passivo
  • Comorbidades (doenças pulmonares, cardíacas, anemia falciforme, doenças auto-imunes, imunodeficiência)
  • BAIXA COBERTURA VACINAL

Sim, manter as vacinas do seu filho em dia é um ótimo caminho!

Comentei sobre as vacinas do Pneumococo há uns meses, confira: https://clinicagoncalves.com/2023/10/26/a-nova-vacina-de-pneumococo/.

É possível complementar as vacinas públicas com as vacinas particulares de Pneumococo e Hemófilos, principais agentes que causam Pneumonia bacteriana em crianças.

Mas não se esqueçam, os VÍRUS são os principais agentes que causam Pneumonias e também são eles que geralmente predispõem a um quadro bacteriano.

Portanto, é importantíssimo manter atualizadas as vacinas de Gripe (Influenza) e COVID. E quem sabe, num futuro próximo, a de Bronquiolite (contra o VSR)???

7) E Pneumonia Silenciosa? Morro de medo!!!

Não sei ao certo porque houve esse “BOOM”de anseios, dúvidas e perguntas sobre a chamada “Pneumonia Silenciosa”.

A Pneumonia Silenciosa ou Assintomática, como o nome indica, não cursa com TODOS os sintomas típicos de uma Pneumonia comum.

Entretanto, ALGUM SINTOMA TÍPICO DE PNEUMONIA HÁ DE HAVER.

Sendo assim, pode não haver febre alta ou constante, mas deve haver cansaço, prostração, tosse…

Sinceramente, não encontrei documentos da Sociedade de Pediatria Brasileira abordando sobre o tema.

Quando se faz uma busca na internet, é mais provável que se encontre uma página de notícias comentando sobre a Pneumonia Silenciosa do que uma página médica.

Então para tranquilizar o coração de pais e mães, mesmo que não seja típico, em um caso de Pneumonia, o seu filho terá sintomas mais arrastados, que diferenciem de uma gripe ou de um resfriado. Algum grau de prostração ou cansaço mais persistentes.

E sim, num caso como esse, a avaliação médica de seu Pediatra é crucial!

Então é isso.

Espero que tenha elucidado mais essa.

Dúvidas ou sugestões? É só deixá-las abaixo.

Nos vemos em breve.

Até lá!!!

Dr. Vinícius F. Z. Gonçalves– Pediatra e Neonatologista

CLÍNICA GONÇALVES- Deixe a nossa família cuidar da sua

Fontes:

1) Documento Científico- Departamento Científico de Pneumologia- Pneumonia adquirida na Comunidade na Infância. Julho 2018. Link: https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/Pneumologia_-20981d-DC-_Pneumonia_adquirida_na_comunidade-ok.pdf

2) Documento Científico- Departamento Científico de Pneumologia-Abordagem Diagnóstica e Terapêutica das Pneumonias Adquiridas
na Comunidade Não Complicadas. Maio 2021. Link: https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/23054d-DC-Pneumonias_Adquiridas_Nao_Complicadas.pdf

3) Documento Científico- Departamento Científico de Pneumologia- Pneumonia adquirida na Comunidade na Infância- Fevereiro 2022. Link: https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/23053i-DC-Pneumonias_Adquiridas_Complicadas.pdf

4) Documento Científico- Departamento Científico de Pneumologia- Pneumonias Adquiridas na Comunidade Complicadas: Atualização 2024- Abril 2024- Link: https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/24347d-DC_PneumoniaAdquiridas_ComunidadeComplicada-Atualiza2024.pdf

5) Ministério da Saúde, Organização Pan-Americana da Saúde e Fudo das Nações Unidas para a Infância- Manual de Quadros de Procedimentos AIDPI- Brasília 2017- Link: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_quadros_procedimentos_aidpi_crianca_2meses_5anos.pdf

A nova vacina de Pneumococo

Olá! Tudo bem com vocês? Eu espero que sim.

Hoje vim falar sobre a nova vacina Pneumo 15-valente (Pneumo 15V) e sobre suas irmãs Pneumo 10V e Pneumo 13V.

Mas antes de começar a falar sobre vacinas, vou falar sobre o Pneumococo, agente que essas vacinas previnem.

Bora lá?

1) O que é Pneumococo?

O pneumococo é uma bactéria. Seu nome científico é Streptococcus pneumoniae.

Existem mais de 90 tipos de Pneumococo, no entanto, alguns deles são os mais relevantes para causar doença invasiva em crianças.

2) Que doenças ele pode causar?

O Pneumococo é um dos principais agentes que causa otites, sinusites, bacteremia, sepse e meningites nas crianças.

3) Quais são os fatores de risco para infecção pelo Pneumococo?

Ele é transmitido por gotículas, geralmente, ou por contato direto por superfícies contaminadas.

Dentre os fatores de risco, destaco:

– Desmame precoce (antes dos 6 meses)

– Tabagismo passivo

– Frequentar escola ou creche (menores de 2 anos principalmente) e/ou bebês que tenham irmãos que frequentam escola/creche.

4) Ele é um agente resistente a antibióticos?

Depende!

O PRINCIPAL:

“Uso recorrente de antibióticos (por isso a importância de utilizar apenas com indicação correta e pelo tempo correto)”.

Geralmente, o Pneumococo é sensível a grande parte dos antibióticos como Penicilinas (Amoxicilina).

Alternativamente, para pessoas alérgicas, pode ser utilizado macrolídeos (Claritromicina, Azitromicina ou Eritromicina).

No entanto, para crianças com infecções recorrentes e uso de Penicilinas em menos de 30 dias e/ou que não utilizaram o antibiótico pelo tempo correto pode haver a seleção de bactérias resistentes ou parcialmente resistentes.

Nesses casos, há indicação de doses mais altas da classe de Penicilinas ou grupos de antibióticos mais potentes.

5) Pneumo 10v: quem fornece, qual a proteção, quantas doses meu filho deve receber?

A Pneumo 10V é fornecida pelo SUS gratuitamente.

Ela confere uma proteção de cerca de 70% contra doenças invasivas graves pelo Pneumococo.

Geralmente ela é feita com: 4 meses e 6 meses. Reforço após 1 ano de idade.

6) Pneumo 13v: quem fornece, qual a proteção e quantas doses meu filho deve receber?

A Pneumo 13V costuma ser encontrada em clínicas privadas, eventualmente, em UBSs.

Ela confere uma proteção de cerca de 90% contra doenças invasivas graves pelo Pneumococo.

MUITO IMPORTANTE: ELA CONFERE PROTEÇÃO CONTRA OS TIPOS 3 e 19A do Pneumoco. Que são os principais tipos que causam doenças invasivas graves no Brasil e no Mundo!”

* Posologia:

Nas crianças com menos de 6 meses:

3 doses: 2-4-6 meses

Após 1 ano (12-15 meses): 1 dose de reforço.

Nas crianças de 7 meses a 1 ano:

2 doses: com intervalo de 2 meses

Apos 1 ano (12-15 meses): 1 dose de reforço.

Nas crianças entre 1-2 anos:

2 doses com intervalo de 2 meses

Criancas entre 2-5 anos:

Apenas uma dose

MUITO IMPORTANTE: ELA CONFERE PROTEÇÃO CONTRA O TIPO 3 e 19A do Pneumoco. Que são os principais tipos que causam doenças invasivas graves no Brasil e no Mundo!”

7) A nova vacina Pneumo 15V: quem fornece, qual a proteção e quantas doses meu filho deve receber?

Fornecida por clínicas privadas.

Ela confere 1% a mais de proteção do que a Pneumo 13v.

E principalmente: continua protegendo contra os tipos 3 e 19A de Pneumoco.

Seu esquema posológico (doses) é o mesmo da Pneumo 13V acima.

8) Posso intercambiar, ou seja, mudar de uma vacina para outra? Pode-se contabilizar as doses anteriores já administradas?

Se o esquema vacinal foi iniciado com Pneumo 10V a resposta é sim!

Deve-se desconsiderar as doses anteriores e iniciar o esquema com Pneumo 13V ou Pneumo 15 “do zero”. Como se nenhuma vacina tivesse sido feita.

Entretanto, se foi iniciado o esquema vacinal com Pneumo 13V pode-se intercambiar para a vacina Pneumo 15V sem problemas.

PERGUNTA BÔNUS:

* Ouvi falar sobre a vacina Pneumo 23V. O que se sabe sobre ela?

A Pneumo 23V é uma vacina que não fornece imunidade duradoura.

Ela é indicada para pessoas com imunodeficiência e problemas respiratórios crônicos.

Encontrada no SUS nos CRIES (Centros de Referência) e em clínicas particulares.

Ela pode ser ofertada para crianças com mais de 2 anos e adultos com mais de 60 anos.

Uma segunda dose dela pode ser feita 5 anos após a primeira.

E por hoje é só!

Dúvidas ou sugestões?

Só deixar abaixo.

Até mais.

Dr Vinícius F. Z. Gonçalves- Pediatra e Neonatologista

CLÍNICA GONÇALVES- Deixe a nossa família cuidar da sua

Fontes:

1) Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm)- Outubro 2023- https://familia.sbim.org.br/vacinas/vacinas-disponiveis/vacinas-pneumococicas-conjugadas

A Nova Vacina da Dengue

Olá! Como estão vocês? Eu espero que bem!

Hoje, venho aqui para falar da Nova Vacina da Dengue, a QDENGA.

Ouviram falar dela nos noticiários?

Pois bem, caso não conheçam, trago aqui os highlights no nosso jogo de perguntas e respostas.

Maaaas…

Antes de começar, como o verão está aí e junto com ele os mosquitos e as suas picadas, deixo a seguir o link sobre Repelentes (sim, precisa de atualização que deve sair em breve…):

https://clinicagoncalves.com/2017/11/23/nao-deixe-ele-tirar-o-sono-do-seu-filho/

Agora sim! Bora lá?

1) Já não existia uma Vacina de Dengue?

Sim. Antes da QDENGA (Laboratório Takeda) já havia a vacina Dengvaxia (Laboratório Sanofi).

2) Então qual a diferença entre elas?

A vacina anterior, Dengvaxia, é recomendada para pessoas de 6 anos até no máximo 45 anos de idade que JÁ TIVERAM infecção prévia confirmada laboratorialmente pela Dengue. no esquema de 3 doses (0,6 e 12 meses).

Já, a nova vacina recentemente aprovada pela ANVISA, a QDENGA, pode ser realizada em pessoas de 4 a 60 anos de idade INDEPENDENTEMENTE de infecção prévia. No esquema de apenas 2 doses (0 e 3 meses).

3) Quem não pode receber a vacina?

Ambas são contra-indicadas para:

– Gestantes

– Mulheres que amamentam

– Imucomprometidos

– Pacientes em uso de corticoides em doses altas ou imunossupressores

Além é claro da ressalva da idade e status sorológico citados antes.

4) A nova vacina é segura?

Sim. A QDENGA foi testada em mais de 28.000 crianças e adultos de 1,5 a 60 anos de 13 países do mundo, incluindo o Brasil.

Ela é uma vacina de vírus vivos atenuados, baseada no sorotipo 2 da Dengue e com três vírus quiméricos (“modificados”) contendo os genes das proteínas dos sorotipos 1,3 e 4 da Dengue.

Portanto, ela previne a doença causada pelos quatro tipos de Dengue, sem a incidência de eventos adversos graves, até o momento.

5) Quem teve Dengue atualmente pode tomar a vacina?

Recomenda-se um intervalo de 6 meses após a infecção pelo vírus da Dengue para a aplicação da nova vacina, QDENGA.

6) Se eu tomei uma dose da vacina anterior, Dengvaxia, eu posso continuar o esquema com a nova vacina, QDENGA?

Não há dados de intercambialidade entre as vacinas.

Portanto, não.

Deve-se iniciar o esquema do zero, desconsiderando as doses da vacina anterior.

7) A recomendação é dar essa vacina para as crianças?

Sim!

A SBP, Sociedade Brasileira de Pediatria, recomenda a vacinação de TODAS as crianças com mais de 4 anos de idade, independentemente da infecção prévia pela Dengue documentada.

Pelo menor número de doses (apenas 2) e menor intervalo de tempo (3 meses), a sugestão é que seja realizada preferencialmente a nova vacina, A QDENGA.

Deixo nas fontes o texto integral.

Acho que por hoje é só!

Vamos manter em dia as vacinas dos pequenos.

Nos vemos em breve.

Até lá!!!

Dr. Vinícius F. Z. Gonçalves– Pediatra e Neonatologista

CLÍNICA GONÇALVES- Deixe a nossa família cuidar da sua

Fontes:

1) Nova Vacina Dengue: Recomendações da Sociedade Brasileira de Pediatria- Documento Científico de Imunizações. No. 89, 11 Agosto de 2023. Link: https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/24154d-DC_-_Nova_Vacina_Dengue-Recomendacoes_SBP.pdf

Tudo o que você precisa saber sobre o Coronavirus nas crianças

Olá, tudo bem com vocês? Espero que sim!

Hoje eu vou falar sobre tudo o que você tem curiosidade de saber sobre o Coronavirus envolvendo as crianças.

Bora lá?

1. As crianças pegam COVID?

A resposta é SIM! As crianças têm a mesma chance de adquirir a doença assim como os adultos.

Inclusive, elas também transmitem-na da mesma forma.

O que acontece é que pelo fato das crianças muitas vezes não apresentarem sintomas e/ou apresentarem sintomas mais leves, o número real de afetados pode ser subestimado. Além de muitas vezes elas não serem testadas.

2. Quais são os sintomas da COVID-19 em crianças?

Nos últimos estudos, foi estimado um tempo médio de incubação de cerca de 5 dias após o contato com alguém doente.

Os principais sintomas são gripais como febre, tosse, congestão nasal, coriza, dor de garganta, mas também podem haver sintomas mais graves como cansaço, chiado (sibilos) e pneumonia.

IMPORTANTE: os sintomas gastrointestinais, como vômitos e diarreia, são mais comuns nas crianças do que nos adultos.

3. Quais são os testes disponíveis?

Existem muitos tipos, mas vou destacar aqui os 3 principais:

  • RT-PCR: É o exame padrão-ouro para o diagnóstico da COVID-19. Realizado com cotonete (swab) da naso e orofaringe (nariz e boca) ou a partir da saliva- o que reduz a sensibilidade do teste. Pode ser colhido do 3º ao 10º dia de sintomas e pode demorar dias para o resultado final.
  • Teste Rápido de Antígeno: Exame colhido de nasofaringe, apenas. Tem um sensibilidade menor que o RT-PCR. Pode ser colhido até o quinto dia de sintomas, embora seja melhor entre o 3º ou 4º dia. O resultado costuma sair em horas.
  • Sorologia: Também conhecido como IgM e IgG. É um exame de sangue destinado ao diagnóstico retroativo, ou seja, para saber se você já teve COVID e não propriamente para o diagnóstico. O melhor momento para fazê-lo seria a partir da segunda semana do contato, idealmente a partir de 10 dias.

A ótima notícia é que a Anvisa acaba de liberar o “autoteste”. Exame que poderá ser comprado em farmácias e ser feito em casa.

De sensibilidade menor, o exame não substitui os anteriores, mas servirá para desafogar a demanda por testes, os quais estão escassos…

Entretanto, ele ajudará na identificação, isolamento das pessoas doentes e, assim, prevenindo a transmissão da doença.

4. As crianças precisam fazer o teste?

Depende!

Se a criança teve contato com pessoas que testaram positivo para a COVID-19, principalmente, pessoas do convívio, como os pais e irmãos, há uma grande chance dela também ter adquirido a doença, sendo neste caso, dispensável a coleta do exame.

5. Se meu filho testar positivo, o que devo fazer?

A primeira medida é CALMA!

Sim, estamos vivenciando um período de aumento do número de casos de COVID em crianças.

Com mais crianças acometidas, mais casos graves são documentados, naturalmente. Mas não podemos nos esquecer, que apesar disso, uma parte considerável das crianças terão formas leves ou assintomáticas da doença.

NOTA IMPORTANTE: NÃO EXISTE TRATAMENTO ESPECÍFICO CONTRA A COVID-19 LIBERADO PARA AS CRIANÇAS.

Portanto, o tratamento é exclusivamente de SUPORTE. Com antitérmicos, hidratação e repouso. Bem como realizamos há anos para a maioria das infecções virais, como a Dengue.

O uso de antibióticos está destinado apenas para crianças que apresentem infecções bacterianas associadas, como otites ou pneumonias.

Não acredite em fórmulas mágicas para o tratamento da COVID.

Nem utilize o mesmo tratamento de outra criança que conhece para o seu filho. O caso dele, não necessariamente, será igual ao de outro.

6. As aulas estão voltando. Eu deixo me filho ir para a Escola?

Este é um tema bastante polêmico.

A Sociedade Brasileira de Pediatria é fortemente favorável ao retorno às aulas em virtude da imensa perda social que tivemos nestes últimos anos de isolamento.

Pesa-se, no entanto, que o Brasil por ser um país muito heterogêneo possui particularidades que devem ser consideradas quanto a uma recomendação universal e irrestrita.

As escolas devem estar preparadas para receber as crianças em um ambiente seguro, evitando aglomerações, respeitando o distanciamento social, realizando a limpeza de superfícies recorrentemente, disponibilizando álcool em gel, exigindo o uso de máscaras e orientando os pequenos.

Os pais devem conversar com seus filhos e orientá-los, incentivando o uso de máscaras e a higiene das mãos.

A qualquer suspeita de COVID ou contato com pessoa doente, a criança deve realizar isolamento social e não frequentar a escola até passado o período de isolamento ou até ser descartada a doença.

7. Quanto tempo uma pessoa deve seguir isolada?

As recomendações mudaram recentemente.

O Ministério da Saúde orienta que caso a pessoa que adquiriu a doença esteja assintomática há 24h, sem febre e sem uso de medicações e que teste negativa por RT-PCR ou Teste de Antígenos no 5º dia do quadro (sendo o dia 1 o primeiro dia dos sintomas), ela poderá sair do isolamento social. Respeitando as medidas do Quadro 2 abaixo.

Caso ela fique assintomática no 7 dia da doenca, ela também poderá sair do isolamento SEM TESTAGEM. Caso permaneça sintomática, ela deve testar no 8º dia, se o resultado do teste for negativo ela poderá sair do isolamento respeitando as medidas do Quadro 2 abaixo. Se o resultado for positivo, ela deverá completar 10 dias de isolamento social.

Por fim, se ela ficar assintomática apenas no 10º dia, ela também poderá sair do isolamento social respeitando as medidas do Quadro 2 abaixo, SEM TESTAGEM.

8. Quero vacinar meu filho. As vacinas são seguras? Quem pode tomar as vacinas e quais estão disponíveis?

Todas as vacinas testadas já estão indo para a Fase IV (quer entender mais sobre isso? Confira a postagem sobre as vacinas em: https://clinicagoncalves.com/2021/02/06/estou-amamentando-posso-tomar-a-vacina-contra-o-coronavirus-e-meu-filho/ ), também chamada de Farmacovigilância, momento em que milhões de doses são aplicadas na população e são estudados os seus possíveis eventos adversos.

Importante destacar, que é justamente nesta Fase que a minoria dos eventos adversos são apontados.

Apenas nos Estados Unidos, mais de 7 milhões de doses da Vacina Pfizer foram aplicadas em crianças e a imensa maioria dos eventos adversos foram classificados como leves, como dor no local da aplicação, febre ou mal-estar.

Um dos principais medos dos pais, a miocardite após a vacina, foi documentada em apenas OITO CASOS e, em todos eles, a evolução clinica foi favorável (não ocorreu óbito).

No entanto, gosto de destacar que a miocardite, normalmente, é causa da por vírus comuns de resfriado… A infecção pelo SARS-Cov-2, vírus que causa a COVID, traz cerca de 20 vezes mais chance de miocardite do que a vacina.

A infecção pelo SARS-Cov-2, vírus que causa a COVID, traz cerca de 20 vezes mais chance de miocardite

A vacina Coronavac, por sua vez, já foi testada em mais de 3 milhões de crianças de 6-11 anos no Chile e mais de 211 milhões de crianças de 3-17 anos na China. Os estudos mostram que houve apenas 0,01% de eventos adversos e que, na sua imensa maioria, eram leves.

No Brasil, dispomos atualmente as duas vacinas citadas anteriormente:

Pfizer-BioNTech: Para crianças de 5-11 anos. Dose 10 microgramas (1/3 da dose dos adultos). Frasco de cor laranja. Intervalo de 8 semanas entre as doses- em estudo para o encurtamento deste tempo. Para adolescentes acima de 12 anos, a dose será igual a dos adultos, assim como o frasco de cor roxa. Intervalo de, pelo menos, 21 dias entre as doses.

Coronavac-Sinovac: Para crianças de 6-17 anos. Doses de 3 microgramas e intervalo de 28 dias entre as doses, o mesmo utilizado na população adulta. Em estudo para a inclusão de crianças menores (acima de 3 anos).

Por fim, deixo aqui o meu apelo e a minha sugestão de que vacinem os seus filhos.

Como venho insistindo nos meus canais, vacinar é um ato de amor.

Um ato de amor com o seu filho e com o próximo.

Apesar de, como falei anteriormente, muitas crianças serem assintomáticas ou apresentarem quadros leves, a COVID pode causar complicações tardias gravíssimas, como a própria miocardite, a COVID longa e a doença inflamatória multissistêmica pediátrica.

Tivemos 2.500 mortes de crianças pela COVID e suas complicações que poderiam ter sido evitadas pela vacinação.

Ainda, como as crianças são o atual grupo vulnerável, em virtude da não vacinação e da alta transmissibilidade da variante Ômicron, são justamente elas que devemos priorizar.

Quanto mais pessoas vacinadas, menor a circulação, transmissão e propagação do vírus! Mais cedo sairemos dessa!

Jamais se esqueçam: VACINAS SALVAM VIDAS!!!

Dúvidas ou sugestões? É só deixá-las abaixo.

Até a próxima!

Dr Vinícius F. Z. Gonçalves- Pediatra e Neonatologista

CLÍNICA GONÇALVES- Deixe a nossa família cuidar da sua

Fontes:

  1. SBP- Vacina Covid- https://www.sbp.com.br/imprensa/detalhe/nid/o-brasil-deve-temer-a-doenca-nunca-o-remedio-1/
  2. SBP- Volta às aulas- https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/SBP-RECOMENDACOES-RETORNO-AULAS-final.pdf
  3. SBP- Orientações a Respeito da Infecção pelo SARS-CoV-2- https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/Covid-19-Pais-DC-Infecto-DS__Rosely_Alves_Sobral_-convertido.pdf
  4. SBP- Criança precisa fazer exames de COVID?- https://www.sbp.com.br/imprensa/detalhe/nid/crianca-precisa-fazer-exame-da-covid-19-especialistas-explicam-quando-e-necessario/
  5. SBP- COVID – 19: Protocolo de Diagnóstico e Tratamento em Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica- https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/22487d-NA_-_COVID-_Protoc_de_Diag_Trat_em_UTI_Pediatrica.pdf

Estou amamentando. Posso tomar a vacina contra o Coronavírus? E meu filho?

* ESTE TEXTO FOI ATUALIZADO EM 17/06/2021. CONFIRA EM: https://clinicagoncalves.com/2021/06/17/quem-pode-tomar-a-vacina-atualizacao-junho/ *

Olá! Tudo bem com vocês?

Hoje responderemos a pergunta de um milhão de dólares:

“Quem pode tomar a vacina contra o Coronavírus?”

Gestantes? Mulheres que estão amamentando? Crianças?

Mas antes de responder a essas perguntas, vamos entender um pouco mais sobre as vacinas?

  1. Quais vacinas temos disponíveis, no momento, no Brasil?

No momento, temos disponíveis duas principais vacinas: Coronavac– Butantã (China) e Oxford-Astrazeneca-Fiocruz (Reino Unido).

A ideia do Ministério da Saúde é de que, até o final de 2021, 354 milhões de doses tenham sido aplicadas da seguinte forma:

  • Vacina Oxford-Astrazeneca-Fiocruz: 214 milhões de doses. Cerca de metade delas será produzida parcialmente no Brasil e distribuída até o final de Julho. Enquanto que, a outra metade, será produzida TOTALMENTE no nosso país e, então, distribuída até o final do ano.
  • Vacina Coronavac-Butantã: 100 milhões de doses em parceria com o Instituto Butantã.
  • Vacina consórcio Covax-Facility: 42,5 milhões de doses em parceria com a Organização Mundial de Saúde (OMS).

2. As vacinas são seguras?

Como demonstrado a seguir, ambas vacinas, Oxford e Coronavac, estão na Fase III de desenvolvimento.

E o que isso quer dizer?

Bem, que elas já estão em fase avançada da pesquisa clínica.

Ao todo, são quatro fases.

E, na atual fase, a vacina está sendo aplicada em milhares de pessoas para a confirmação de sua eficácia e segurança.

A última fase (quarta fase), conhecida como farmacovigilância, se dá após estudos de grande porte em médio ou longo prazo.

Mas o principal a dizer é que as vacinas sim, SÃO SEGURAS!

Nenhuma delas são vacinas de vírus vivos atenuados, ou seja, que contém o vírus com potencial de replicação (reprodução).

A Coronavac é uma vacina INATIVADA, ou seja, sem capacidade de replicação (reprodução dos vírus).

Já a vacina de Oxford, é uma vacina com vetor viral.

Vou explicar…

Ela contém uma proteína do novo Coronavírus (Sars-Cov-2) associada a um vetor viral (vírus) humano ou de Chimpanzé, o qual não causa a doença, mas que induzirá a produção de anticorpos.

Em outras palavras, comportando-se como uma vacina de vírus inativada.

3. Qual a eficácia das vacinas?

Coronavac: Eficácia para forma leves de doença foi de 77,96% e Eficácia Total, no Brasil, foi de 50,39%

Oxford: Eficácia total de 70,42% em estudo do Brasil, Reino Unido e África do Sul.

4. Quem pode tomar as vacinas? Gestantes? Lactantes (mulheres que estão amamentando)? Crianças?

Vamos então responder a pergunta para cada um dos grupos citados:

  • Gestantes

A segurança e eficácia neste grupo de pessoas NÃO FOI TESTADA (Categoria B).

No entanto, em estudos animais não se demonstrou risco aumentado para malformações.

Mulheres que foram vacinadas inadvertidamente nestas condições devem ser tranquilizadas e encaminhadas ao acompanhamento pré-natal convencional.

Deve haver notificação no sistema online de notificação do SUS, como erro de imunização. Eventos adversos com a mãe, feto ou recém-nascido até os 6 meses de idade deverá ser notificado.

A decisão final, riscos e benefícios deve ser tomada com a paciente e o seu médico.

  • Lactantes (mulheres que estão amamentando) ou Puérperas

Grupo prioritário, e como tal, DEVEM ser vacinadas normalmente com qualquer uma das vacinas.

Lembrando que as vacinas aqui disponíveis são ou se comportam como vacinas INATIVADAS, ou seja, não tem potencial de causar a doença e nem passá-la ao bebê ao amamentar.

Soma-se ainda, o fato de que mães infectadas pelo novo Coronavírus devem CONTINUAR amamentando com os devidos cuidados (lavagem de mãos e uso de máscaras), visto que até o momento não há comprovação de passagem do vírus pelo leite materno.

  • Crianças

NÃO DEVEM SER VACINADAS AINDA!

Os estudos já estão em andamento.

Na China, a Coronavac está sendo estudada desde Outubro de 2020 em crianças de 3 a 17 anos e está em Fase I/II.

Já no Reino Unido, a vacina de Oxford vem sendo testada em crianças de 5 a 12 anos.

Até os resultados finais, a recomendação atual é a de não vacinar as crianças.

Lembrando que apesar disso, a IMENSA maioria das crianças são assintomáticas e/ou pouco sintomáticas com a doença e a porcentagem de complicação neste grupo etário, que vai dos 0 a 19 anos, é de APENAS 1%!!!

Por hoje é só!

Se tivermos novidades das vacinas, voltaremos em breve com mais atualizações.

Até a próxima.

Dr Vinícius F. Z. Gonçalves- Pediatra e Neonatologista

CLÍNICA GONÇALVES- Deixe a nossa família cuidar da sua.

PS.: * ESTE TEXTO FOI ATUALIZADO EM 17/06/2021. CONFIRA EM: https://clinicagoncalves.com/2021/06/17/quem-pode-tomar-a-vacina-atualizacao-junho/ *

Fontes:

Vacinas Covid-19- Atualização- Sociedade Brasileira de Pediatria- Guia Prático de Atualização
Departamento Científico de Imunizações (27 de Janeiro de 2021).

Link: https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/22908f-GPA-Vacinas_COVID19_-_Atualizacao.pdf

A vacinação e a Pandemia do Coronavírus

Devo levar meu filho para a vacinação_

Olá!

Uma das perguntas mais frequentes que recebo na atual Pandemia do Coronavírus é :

“Devo levar meu filho para tomar vacina?”.

E pesando riscos e benefícios a resposta é SIM!

Neste mês, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) conjuntamente com a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) lançaram um documento ratificando a importância da vacinação nos tempos de Pandemia.

Dentre as várias recomendações, destaco:

  1. Manter pelos Municípios e Estados o calendário vacinal proposto pelo Programa Nacional de Imunizações. Embora em algumas localidades ocorrera a paralisação da atividades de Postos de Saúde e UBSs, a recomendação atual é manter o atendimento da população normalmente.
  2. Evitar aglomerações. Cuidado especial com Idosos.
  3. Desenvolver locais especiais para a vacinação, como clubes, escolas e Igrejas.
  4. Horários especiais para a vacinação de crianças e adolescentes.
  5. Clínicas privadas de imunização devem organizar seus serviços a fim de manter
    o distanciamento social exigido nesse momento.
  6. Não há evidências sobre a interação da COVID19 e a resposta imune às vacinas.
    Para reduzir a disseminação da doença, qualquer pessoa com sintomas
    respiratórios ou febre, deverá ser orientada a não comparecer aos centros de
    vacinação.
  7. Casos suspeitos ou confirmados de COVID19 poderão ser vacinados após a
    resolução dos sintomas e passado o período de 14 dias do isolamento.

 

De forma prática, recomendo que, na medida do possível, não posterguemos a realização das vacinas.

Tente entrar em contato com o Posto de Saúde próximo da sua casa e descubra se foi criado um horário especial para a vacinação das crianças ou para saber em qual horário ele se encontra mais vazio.

Ou então, compareça à Unidade de Saúde acompanhado de algum familiar e solicite que ele fique na fila, mantendo o distanciamento, uso de máscaras e medidas de proteção (lavagem de mãos e álcool em gel), até que seu filho possa ser atendido, enquanto você aguarda a sua vez com ele em outro local próximo e menos cheio.

 

Falando em uso de máscaras… Você sabe se o seu filho pode e/ou deve usá-las?

Deixo aqui o link (https://www.instagram.com/p/B_K4xhnnwbP/) para a Página do Instagram da Fisioterapeuta Amanda Guadix (@fisio.amandaguadix), explicando sobre o uso de máscaras em crianças.

 

Retomando…

Os mesmos cuidados no Posto, devem ser tomados nas Clínicas de Vacinação Privadas. Evite aglomerações!

Além disso, não poderia deixar de citar que estamos em pleno Abril Azul– Confiança nas Vacinas. Uma Campanha da Sociedade de Pediatria de São Paulo para conscientização de pais e responsáveis sobre a importâncias das vacinas.

E temos MUITO o que comemorar. Nas Américas, fomos o primeiro continente a erradicar a varíola, bem como, já erradicamos a poliomielite, o sarampo, rubéola, tétano maternoneonatal e a síndrome da rubéola congênita.

Já controlamos a difteria, coqueluche, doenças causadas pelo Hemófilos Tipo B e diarreias por rotavírus, graças à vacinação.

No entanto, é fundamental que tenhamos uma ampla cobertura vacinal!

Vacinar é um gesto de amor, não só para com seu filho mas para com o próximo. Existe um termo, no meio médico, conhecido como “efeito rebanho”. Indiretamente ao vacinar uma pessoa você acaba protegendo outras pessoas próximas, mesmo que não vacinadas, por reduzir a circulação de uma doença naquele local.

Infelizmente, temos presenciado uma onda de pessoas que são contrárias à vacinação, seja por convicção própria, fake-news, boatos sobre possíveis efeitos adversos…

E isto tem proporcionado o recrudescimento de doenças que já havíamos controlado no país. É só vocês se lembrarem do surto de Sarampo em 2018- doença totalmente erradicada  até 2016.

Observem só a queda da taxa de vacinação do Sarampo nos anos de 2014-2017 (Vacina Tríplice Viral- Sarampo, Caxumba e Rubéola):

queda de vacina

Lembrando também que a Constituição Brasileira e o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) estabelecem a OBRIGATORIEDADE da vacinação em nosso país, sendo um dever da família assegurar a vacinação de rotina das crianças.

Para finalizar, após tanto desencontro de informações, não poderia deixar de reafirmar a data do nosso dia-D para a vacina de gripe.

gripe

É DIA 09 DE MAIO! Todas as crianças maiores de 6 meses e menores de 6 anos devem receber a vacina da gripe.

Lembrando que, naquelas que receberão a vacina pela primeira vez, serão realizadas duas doses com um intervalo de um mês entre elas.

Por hoje é isto.

Dúvidas adicionais? É só deixá-las abaixo

Até a próxima!

 

Dr Vinícius F. Z. Gonçalves- Pediatra e Neonatologista

CLÍNICA GONÇALVES- Deixe a nossa família cuidar da sua.

 

Fontes:

  1. Imagens e texto: Pediatra atualize-se- Boletim da Sociedade de Pediatria de São Paulo- Mar/Abr 2020
  2. CALENDÁRIO VACINAL DA CRIANÇA E A PANDEMIA PELO CORONAVÍRUS- SBP e SBIm- 2020- Acesso em 20/04/2020 https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/nt-sbpsbim-calendariodacrianca-pandemiacovid-200324.pdf
  3. Instagram: @fisio.amandaguadix
  4. Instagram @minsaude