A Terapia Hormonal é o mais efetivo tratamento para os sintomas vasomotores; para a síndrome gênito-urinária, responsável por dor nas relações sexuais e sintomas urinários; assim como para a prevenção de fraturas secundárias à osteoporose que pode se instalar após a menopausa, com a perda acentuada de massa óssea devido à queda hormonal.
Os riscos da Terapia Hormonal depende do tipo, dose, duração, via de administração, sendo que a mesma deve ser iniciada dentro da chamada janela de oportunidade, nas pacientes que não apresentem contraindicação para seu uso. Sendo que o tratamento deve ser individualizado, visando obter os máximos benefícios com os mínimos riscos, para tanto é necessário reavaliações periódicas.
Os sintomas vasomotores estão associados à diminuição da qualidade do sono, irritabilidade, dificuldade de concentração, perda da memória e redução da qualidade de vida.
A síndrome gênito-urinária apresenta-se com ressecamento vaginal, diminuição da lubrificação, dor ao coito, diminuição da libido, perda do interesse sexual, adelgaçamento da mucosa vaginal, perda de colágeno, podendo associar-se a quadro de urgência urinária (aumento da frequência do número de micção) e até mesmo à incontinência urinária, com quadro de dor à micção e quadros de infecções urinárias de repetição.
A osteoporose pode se instalar após a menopausa, pois a diminuição hormonal acelera a perda de massa óssea, e quando esta atinge a cifra de 30% ou mais, a osteoporose se instala e os riscos de fraturas ósseas de coluna e fêmur aumentam. A fratura espontânea de coluna faz com que ocorra uma diminuição da estatura, aumento da curvatura da coluna, acentuada lordose e cifose, deixando o abdômen protuso.
A sarcopenia é uma condição que pode se instalar em uma fase mais avançada da vida, caracteriza-se pela perda progressiva e generalizada da massa e força muscular esquelética. Os seus sintomas são: sensação de peso ou rigidez nos membros, mudança na forma de andar com redução da velocidade dos passos, incapacidade de subir escadas, pentear cabelos…
Após a menopausa, com a redução hormonal, ocorre uma redistribuição da gordura corporal. Ocorre um aumento da deposição de gordura abdominal, fazendo com que a mulher perca cintura e adquira a configuração masculina. Assim sendo, ocorre a perda da silhueta feminina de forma de pera e a aquisição da configuração em forma de maçã. Este fator é responsável pelo aumento do risco de doenças cardiovasculares e de diabetes.
Com o progredir da idade os riscos de doenças degenerativas (demência senil, Alzheimer), de doenças cardiovasculares (hipertensão, acidente vascular cerebral, insuficiência cardíaca) e da incidência de câncer (mama, útero, ovário, intestino, pulmão) são maiores.
A Terapia Hormonal não é a pílula magica da longevidade. Uma mudança do estilo de vida precisa ser implementado, com alimentação adequada, controle do ganho de peso, realização de atividade física regular, para manter a musculatura e os ossos em perfeito equilíbrio, diminuindo assim a perda de massa óssea.
A Terapia Hormonal pode e deve ser empregada em pacientes que apresentem sintomatologia de menopausa e que não tenham contra-indicações para o seu uso. Nestes casos, uma terapia alternativa pode ser instituída, embora haja remissão dos sintomas em uma menor proporção.
Dr. José Francisco Gonçalves Filho– Ginecologista e Obstetra. Fundador da Clínica Gonçalves.