O câncer de mama é o segundo tipo de tumor mais frequente na mulher adulta, representando 25% dos tumores malignos que afetam o sexo feminino. Em nosso meio é esperado diagnosticar um a dois novos casos da doença ao mês.
O padrão ouro para o seu rastreamento e prevenção é a realização da mamografia, a qual deve ser feita anualmente após os 40 anos de idade. A prevalência da doença é maior entre 45 a 55 anos e a sua incidência aumenta com o envelhecimento.
Após os 55 anos e em mamas bastante substituídas, com pouco tecido fibroglandular, o exame pode ser realizado a cada dois anos.
Isso se deve ao fato de que, nesses casos, caso seja diagnosticado um tumor, geralmente ele apresenta um crescimento muito lento- para se ter uma ideia, do início da doença ao diagnóstico de um tumor do tamanho de uma ervilha, o tempo transcorrido é de cerca de 5 anos. Além disso, toda vez que a doença é diagnosticada em sua fase inicial, ela não costuma estar disseminada para o restante do corpo e, assim, a cirurgia necessária para a retirada do tumor é a de menor porte (quandrantectomia), bem como a remoção de toda a mama não é necessária.
Entretanto, no caso de tumores maiores que um centímetro é comum a presença de células tumorais disseminadas para fora do território mamário. O tratamento deve ser complementado com quimioterapia e/ou radioterapia, além da cirurgia.
Embora a mamografia seja o padrão ouro para rastreamento da doença, até 15% dos tumores deixam de ser diagnosticados por este método, sendo necessário empregar outros exames para complementação diagnóstica.
O diagnóstico definitivo é feito através de exame de biópsia (anatomopatológico), que pode ser guiada pela ultrassonografia da mama, ou pela mamotomia em caso de lesões muito pequenas.
Toda doença costumar ser precedida por sinais ou sintomas. Os mais prevalentes na doença mamária são:
- alteração da textura da pele, como o aparecimento de vermelhidão ou processo inflamatório. A pele pode apresentar textura parecida com a casca de laranja
- alteração na estática mamária, ocasionando retração do mamilo
- abaulamento ou aumento de volume da mama
A descarga mamária espontânea é outro sinal que pode estar presente (secreção saindo do mamilo), sendo que a de aspecto de água de rocha ou sanguinolenta é a que geralmente está associada à neoplasia; as de cor esverdeada, amareladas ou leitosas estão associadas à patologia benigna da mama.
O aparecimento de nódulo ou caroço na mama é outro sinal que pode estar associado à neoplasia, sendo que geralmente são indolores e fixos, crescem em profundidade, podendo levar ao aparecimento de gânglios (ínguas) na região axilar, para-esternal ou cervical.
Na fase inicial, a neoplasia não causa dor mamária, sendo que este sintoma geralmente está associado a desordens hormonais ou alimentares, as quais levam à retenção hídrica, principalmente no período pré-menstrual, aumentando o volume da mama e causando dor.
A prevenção primária da doença se dá com a gestação em idade oportuna e o aleitamento materno que induzem o amadurecimento mamário e diminuem a incidência da doença, assim como praticar atividade física regular e manter o peso adequado.
Os fatores que podem aumentar a incidência da doença são: história familiar de câncer de mama, menarca precoce e menopausa tardia, nuliparidade, obesidade, sedentarismo, alcoolismo, tabagismo, exposição à radiação ionizante desnecessária (R-X, tomografia, etc.).
Vamos comemorar o Outubro Rosa com sabedoria!
Vá ao seu Ginecologista e não deixe de levar aquelas pessoas que você ama também.
Dr. José Francisco Gonçalves Filho– Ginecologista e Obstetra. Fundador da Clínica Gonçalves.